BadáEla arregala os olhos quando percebe minha presença ali, já estou parado aqui tem vinte minutos e ela só foi me ver agora. Tive que pegar a porra de um avião até por que de carro iria demorar mais de um para chegar até aqui, e a doida surtou quando ouviu minha voz com Laura.Ela se levanta, espalma a areia de seu corpo e joga o cabelo cacheado para trás, se abaixa para falar algo com o doidão que está ao seu lado e caminha até minha direção.Com um biquíni na parte de cima e um short jeans desfiado, ela vem andando como se estivesse numa passarela desfilando, mas já com a cara fechada.Ela chega perto e eu descruzo os braços jogando a bituca de cigarro fora, enquanto ajeito o boné na cabeça e ela me encara já cruzando os braços.Mavi: O que está fazendo aqui? - olho por cima do ombro dela e vejo um menor se aproximando de nós dois.Badá: Avisa que tu tá bem e que vai sair comigo. - Ela olha para trás e volta a olhar para mim novamente - Anda Maria.Mavi: Ele é meu primo e eu não
MaviEle me encara como se eu fosse um pedaço de carne e ele um animal faminto. Meu corpo estremece quando estou perto desse homem, mas não vou dar o braço a torcer tão fácil assim, ele vai ter que rebolar bastante pra me fazer voltar atrás de uma decisão que nem ele sabe que eu tomei.Mavi: Quero ir pra casa. Estou com sono!Badá: Fica aqui comigo, po. Qual foi? Tá pegando aquele comédia agora?Mavi: você é retardado? Não, sério. Tem cabimento uma coisa dessa não, ele é meu primo, acabei de chegar, se fosse pra eu ficar nem teria dado tempo porque você empatou.Badá: Então tu vai ficar aqui comigo, amanhã te levo em casa.Mavi: Eu vou pra casa. - Me levantei caminhando até a porta e coloco a mão na maçaneta vendo que estava trancada - da pra abrir isso aqui? Você não pode me obrigar a ficar.Badá: Então grita, quem sabe alguém não vem te salvar. Mas daqui tu não sai.Mavi: Nossa, eu te odeio tanto.Badá: Não falou isso quando te fiz gozar pela primeira vez na vida. - reviro os olhos
Sinto meu peito apertar quando chego na casa da tia Camila, ela pediu mil e uma exposições de onde eu passei a noite, mas eu só disse que explicaria depois é que precisava descansar. Não é cansaço físico, e sim mental. Tanto que sinto meu coração bater tão forte, como se eu tivesse cortado um vínculo que nunca sequer existiu. Badá é um bom, mas não é bom homem para mim. Somos pessoas diferentes, gosto da minha liberdade, mesmo que eu tenha descoberto ela em pouco tempo, e ele é possessivo demais, isso nunca daria certo. Ele se despediu de mim como quem se despede de uma pessoa que nunca mais vai ver. Quis voltar atrás, pedir pra ele me levar de volta para o rio junto, ou que ficasse aqui comigo, mas se eu fizesse isso, estaria em suas mãos. É só um apego, ninguém morre por deixar alguém apegado. Eu não o amo, e tenho certeza que ele não me ama também. Ele quer proteger, mas nunca disse do que, e aqui estou bem, ou acho que estou, mas pelo menos estou com minha família. O ruim é qu
Ele faz um longo percurso e eu permaneço calada. Não tenho o que falar ou discutir, e creio que o que ele menos queira agora, é falar comigo depois de tudo. Encosto minha cabeça na lateral do carro, observando a cidade passar diante dos meus olhos. Eu nem tive tempo de explorar antes de ir embora. Tia Camila já me mandou inúmeras mensagens perguntando se estou bem, e eu ainda nem sai da cidade. Mavi: falta muito? - pergunto sentindo o tédio tomar conta de mim. Badá: não tem nem uma hora que saímos de lá. Está muito longe ainda!Mavi: Aí Badá, eu não vou conseguir passar tanto tempo sentada. Porque não foi de avião? Eu poderia ter ido no próximo voo. Badá: O próximo voo é só amanhã. Mavi: mas de qualquer forma só vamos chegar ao rio amanhã. - ele bufa batendo o polegar no volante - quero pular para o banco de trás. Estou caindo de sono!Badá: a gente para em algum lugar pra dormir. Mavi: agora?Badá: quer dormir agora?Mavi: sim. - ele vira o rosto me encarando sério e passa a lí
Badá Ela me encara enquanto dentro na banheira, o que essa menina me faz passar, nenhuma mulher fez em toda minha vida. Essa veio pra fazer eu pagar meus pecados em terra, o tanto que ela testa minha paciência e eu ainda sou confiança, não tá escrito. Ela quer que seja como se nunca tivéssemos nos conhecido, e eu farei isso. Mas não por essa noite, não antes de chegar ao rio. Se ela quer fazer morada em minha mente, suave, mas ela não vai sair intacta disso. Deitada na cama ela mexe no celular, enquanto se nega a tomar banho comigo no quarto. E eu sei que ela não vai conseguir dormir sem tomar banho. Ele se levanta com a sacola na mão e vai em direção ao banheiro. Badá: vai fazer o que?Mavi: não quer saber se estou grávida? Então estou indo fazer o teste. - me levanto da banheira e saio e ela me encara - pra onde tá indo?Badá: quero ver o resultado. Mavi: você pode esperar aqui, vou te mostrar. Não precisa entrar no banheiro comigo. Badá: precisa sim. Mavi: meu Deus, cara. -
MaviPerco a voz na hora e paro de sentir minhas pernas no mesmo instante. Badá: isso é um positivo? - ele praticamente esfrega o teste na minha cara e eu afirmo com a cabeça - tu disse que não era possível. Mavi: pensei que não fosse. - me levanto da banheira sentindo minhas pernas trêmulas - puta merda, eu queria só perder a virgindade e ganhei foi um filho. - procuro uma toalha ao redor e Badá me olha com cara de espanto com ela enrolada na cintura - eu quero me secar, colocar uma roupa. Badá: está grávida?Mavi: eu não sei. Como vou saber? - ele continua parado no mesmo lugar, muito calmo e eu totalmente eufórica - Badá, eu vou sair pelada se tu não me der essa toalha. Badá: Sai, vou te foder no corredor na frente de todo mundo que passar. - ele fala na maior tranquilidade e eu reviro os olhos com raiva - mas antes, vamos na farmácia de novo pra ver se tu tá grávida mesmo. Ele desenrola a toalha da cintura me olhando, sabendo muito bem que meu olhar caiu para o meio de suas p
Parada de frente pra casa da Helen, eu não sei quem está mais nervosa, eu ou ela. Bom, ela ainda tem que se explicar para mãe, e eu só tenho que lidar com isso, sozinha. Boa parte de mim já aceitou esse bebê que cresce em mim, mas a outra parte só vai acreditar quando de fato ver esse bebê. Como eu pude ser tão burra, é o que eu venho me perguntando desde a hora que eu olhei aquele segundo teste positivo em minha mão. Ela vem em minha direção já com a carinha de choro, está bem tarde, só conseguimos chegar agora depois de fazer várias paradas durante o percurso. Helen: eu falei com minha mãe! - ela afirma, parando na minha frente e segurando minha mão. Mavi: e aí? Como ela reagiu?Helen: ah, ele chorou né, Maria. Mas disse que filhos são sempre bençãos. Mavi: acredite que vai dar tudo certo. Helen: e quanto a você?Mavi: vou saber lidar com isso. - olho para lado quando ouço o ronco do carro que eu sei bem a quem pertence - sabe se Laura está em casa?Helen: eu vi ela passando m
Mavi: você dormia nessa cama minúscula e ficou reclamando da minha? — pergunto a Badá, ele me fez jantar e sua mãe me enfiou todo e qualquer tipo de doce que ela havia feito, especialmente para mim. Depois de uma longa conversa e assunto que eu já não estava nem entendo, eu gostei ao menos, me senti acolhida e pela primeira vez, em casa. Agora estamos aqui deitados em uma minúscula cama de solteiro, porque segunda a mãe dele, eu preciso descansar depois de ter enchido a barriga, e praticamente me obrigou a deitar aqui, e que Badá ficasse junto caso eu passasse mal, e aqui estamos. Badá: eu não entro nesse quarto desde que fui preso. Nem sabia que minha mãe ainda tinha ele assim. Mavi: sério? — pergunto a ele, que estava sentado na beirada da cama com as costas apoiada na parede, enquanto olha o celular vez ou outra. Badá: papo reto. — ele bloqueia a tela e coloca o celular em cima do criado no pé da cama — achei que já tivesse desfeito do quarto, po. Tem muito tempo, ainda era mo