3 semanas depois…MaviEu entro no avião já trêmula, é a primeira vez que eu faço uma viagem assim, nunca sequer cheguei perto de um avião e eu já sinto meu estômago revirar de uma tal forma.Os quarenta mil estavam intactos em minha conta até o momento, e eu iria deixá-lo lá até quando eu realmente precisasse usar. Mas aí, ver minha irmã dentro do carro aquele dia, me fez somente querer sumir na presença dela nem que seja por alguns meses.Não que ela tenha culpa de algo, afinal, Badá é solteiro e ela também, mas isso não anula o fato de eu ter sentido raiva dos dois da mesma forma. Ele é descarado no maior nível existente, e Laura não é tão mais velha que eu assim para que ele pudesse selecionar quem quisesse. Tudo bem, eu já tive o que eu realmente queria, uma dor maior que o luto, mas isso não deu muito certo, já que estava em paz antes daquilo acontecer e não teve dor, só prazer.Encosto a cabeça no assento do banco suspirando fundo. Avisei a tia Camila que estava indo, ela disse
Eu fito o moreno de cima abaixo parado na porta da minha tia como se fosse uma estátua quando eu desço do Uber. Minha tia sai de lá de dentro toda sorridente vindo em minha direção.Camila: Seu tio estava ansioso pra você chegar. - fecho a Porto do Uber logo após pegar minha mala e a abraço - Ele chamou uma galera pra fazer churrasco.Mavi: Não precisava disso tudo, tia. - Sorrio pra ela - quem é? - aponto a cabeça para o menino que não para de me encarar.Camila: como assim que é? Sério Maria? - afirmo com a cabeça e olho para ela confusa - menina, é seu primo Wesley.Mavi: Caramba. Faz muito tempo que não vejo ele. Éramos criança na verdade.Minha tia sorri negando com a cabeça e me chama para entrar. Arrasto a mala no chão sentindo meu corpo cansado, precisando de um bom banho e cama, mas eu sei que eles não vão deixar fazer isso, já que estavam esperando eu chegar para fazer churrasco.Passo pelo meu primo que eu não via há muitos anos, eu nem se quer lembrava da aparência dele, a
Wesley: vai rolar um luau na praia, quer ir junto? - ele pergunta com o olhar direcionado a mim e seu amigo me encara.Mavi: Deixa pra próxima, estou tão cansada.Wesley: Coe Maria, a gente volta cedo. Quando tu quiser vim embora só me falar que a gente vem. - dou meio sorriso revirando os olhos - Caio aqui, tu vai morrer de rir das piadas sem graça dele.Meu celular vibra no meu bolso e eu pego olhando o visor com o nome do Badá, ele não desiste. Faço o sinal para meu primo me esperar e me afasto para atender.Mavi: O que foi?Badá: cara Maria, namoral. Eu já vi mulher difícil, mas igual a tu, tá pra nascer.Mavi: O que você quer?Badá: Que tu venha embora.Mavi: É, eu também gostaria de beijar a boca do Filipe Ret e nem por isso eu posso. Não podemos ter tudo que queremos, Badá. Acostume-se com isso.Badá: Então se Maomé não vai até a montanha, a montanha vai até Maomé.Mavi: Aí macho, pelo amor de Deus, descansa. Já se acostumou fora da cadeia? Vai fazer as coisas que tu pensava em
BadáEla arregala os olhos quando percebe minha presença ali, já estou parado aqui tem vinte minutos e ela só foi me ver agora. Tive que pegar a porra de um avião até por que de carro iria demorar mais de um para chegar até aqui, e a doida surtou quando ouviu minha voz com Laura.Ela se levanta, espalma a areia de seu corpo e joga o cabelo cacheado para trás, se abaixa para falar algo com o doidão que está ao seu lado e caminha até minha direção.Com um biquíni na parte de cima e um short jeans desfiado, ela vem andando como se estivesse numa passarela desfilando, mas já com a cara fechada.Ela chega perto e eu descruzo os braços jogando a bituca de cigarro fora, enquanto ajeito o boné na cabeça e ela me encara já cruzando os braços.Mavi: O que está fazendo aqui? - olho por cima do ombro dela e vejo um menor se aproximando de nós dois.Badá: Avisa que tu tá bem e que vai sair comigo. - Ela olha para trás e volta a olhar para mim novamente - Anda Maria.Mavi: Ele é meu primo e eu não
MaviEle me encara como se eu fosse um pedaço de carne e ele um animal faminto. Meu corpo estremece quando estou perto desse homem, mas não vou dar o braço a torcer tão fácil assim, ele vai ter que rebolar bastante pra me fazer voltar atrás de uma decisão que nem ele sabe que eu tomei.Mavi: Quero ir pra casa. Estou com sono!Badá: Fica aqui comigo, po. Qual foi? Tá pegando aquele comédia agora?Mavi: você é retardado? Não, sério. Tem cabimento uma coisa dessa não, ele é meu primo, acabei de chegar, se fosse pra eu ficar nem teria dado tempo porque você empatou.Badá: Então tu vai ficar aqui comigo, amanhã te levo em casa.Mavi: Eu vou pra casa. - Me levantei caminhando até a porta e coloco a mão na maçaneta vendo que estava trancada - da pra abrir isso aqui? Você não pode me obrigar a ficar.Badá: Então grita, quem sabe alguém não vem te salvar. Mas daqui tu não sai.Mavi: Nossa, eu te odeio tanto.Badá: Não falou isso quando te fiz gozar pela primeira vez na vida. - reviro os olhos
Sinto meu peito apertar quando chego na casa da tia Camila, ela pediu mil e uma exposições de onde eu passei a noite, mas eu só disse que explicaria depois é que precisava descansar. Não é cansaço físico, e sim mental. Tanto que sinto meu coração bater tão forte, como se eu tivesse cortado um vínculo que nunca sequer existiu. Badá é um bom, mas não é bom homem para mim. Somos pessoas diferentes, gosto da minha liberdade, mesmo que eu tenha descoberto ela em pouco tempo, e ele é possessivo demais, isso nunca daria certo. Ele se despediu de mim como quem se despede de uma pessoa que nunca mais vai ver. Quis voltar atrás, pedir pra ele me levar de volta para o rio junto, ou que ficasse aqui comigo, mas se eu fizesse isso, estaria em suas mãos. É só um apego, ninguém morre por deixar alguém apegado. Eu não o amo, e tenho certeza que ele não me ama também. Ele quer proteger, mas nunca disse do que, e aqui estou bem, ou acho que estou, mas pelo menos estou com minha família. O ruim é qu
Ele faz um longo percurso e eu permaneço calada. Não tenho o que falar ou discutir, e creio que o que ele menos queira agora, é falar comigo depois de tudo. Encosto minha cabeça na lateral do carro, observando a cidade passar diante dos meus olhos. Eu nem tive tempo de explorar antes de ir embora. Tia Camila já me mandou inúmeras mensagens perguntando se estou bem, e eu ainda nem sai da cidade. Mavi: falta muito? - pergunto sentindo o tédio tomar conta de mim. Badá: não tem nem uma hora que saímos de lá. Está muito longe ainda!Mavi: Aí Badá, eu não vou conseguir passar tanto tempo sentada. Porque não foi de avião? Eu poderia ter ido no próximo voo. Badá: O próximo voo é só amanhã. Mavi: mas de qualquer forma só vamos chegar ao rio amanhã. - ele bufa batendo o polegar no volante - quero pular para o banco de trás. Estou caindo de sono!Badá: a gente para em algum lugar pra dormir. Mavi: agora?Badá: quer dormir agora?Mavi: sim. - ele vira o rosto me encarando sério e passa a lí
Badá Ela me encara enquanto dentro na banheira, o que essa menina me faz passar, nenhuma mulher fez em toda minha vida. Essa veio pra fazer eu pagar meus pecados em terra, o tanto que ela testa minha paciência e eu ainda sou confiança, não tá escrito. Ela quer que seja como se nunca tivéssemos nos conhecido, e eu farei isso. Mas não por essa noite, não antes de chegar ao rio. Se ela quer fazer morada em minha mente, suave, mas ela não vai sair intacta disso. Deitada na cama ela mexe no celular, enquanto se nega a tomar banho comigo no quarto. E eu sei que ela não vai conseguir dormir sem tomar banho. Ele se levanta com a sacola na mão e vai em direção ao banheiro. Badá: vai fazer o que?Mavi: não quer saber se estou grávida? Então estou indo fazer o teste. - me levanto da banheira e saio e ela me encara - pra onde tá indo?Badá: quero ver o resultado. Mavi: você pode esperar aqui, vou te mostrar. Não precisa entrar no banheiro comigo. Badá: precisa sim. Mavi: meu Deus, cara. -