Capítulo 14

༺ Zara Stevens ༻

Não estava acreditando que aquilo está acontecendo mesmo comigo, meu pai dando show na porta do prédio onde eu morava, meu deus! Queria que ele entendesse que não sou mais uma garotinha para ele pensar que pode controlar minha vida ou governar.

Continuei observando ele discutir com Rodrigo, que situação embaraçosa que virou isso tudo, respirei fundo e segurei no ombro do meu pai chamando sua atenção para mim, pois isso tinha que acabar.

— Pai, por favor, chega! Você já está me deixando em uma situação embaraçosa e vergonhosa com o meu chefe…

— Ah! E ainda fica cada vez pior, quando descubro mais coisas assim! Você não tem vergonha de se envolver com seu próprio chefe, Zara? — apenas dei uma risada sarcástica e retomei a minha compostura respondendo.

— Então agora você quer bancar uma de moralista? E por acaso você teve vergonha na sua cara, quando se envolveu com a irmã da sua mulher? Você pensa que a minha mãe gostaria que tivesse se casado com ela?

— As coisas são diferentes nesse sentido, Zara! Você está exagerando em falar uma coisa dessas. — olhei de maneira séria para meu pai e respondi cheia de ironia.

— As coisas são diferentes, por quê? Quando se trata de você tudo tem que ser correto, mas quando sou eu, tudo que faço é leviano ou até mesmo uma sem-vergonhice, mas o único mau-caráter nessa história foi você que traiu a memória da minha mãe, casando com aquela bruxa.

— Zara, não estamos discutindo sobre isso! A questão aqui é você, não pode ficar se envolvendo com qualquer homem, você está comprometida com um rapaz a quem eu te prometi quando era ainda criança, você precisa cumprir esse acordo. — começava a julgar que meu pai não estava preocupado comigo, e sim com o seu nome que poderia parar na lama, se eu acabasse me envolvendo com outro homem.

— Já disse para você que não vou me casar com um homem desconhecido que nunca vi na minha vida! Dei um jeito de desfazer esse casamento, pois eu não cogito cumprir esse acordo que você assinou.

— Por que, é difícil para você entender que não posso desfazer esse acordo? Se eu acabar descumprindo isso, nossa família vai cair em desgraça e você será uma mulher miserável e falida. — respirei fundo, e novamente respondi de maneira sarcástica.

— Você não percebe o quanto isso é patético vindo de você? Nossa família já caiu em desgraça há muito tempo, quando você sempre ligou mais para o trabalho do que para a própria família, eu lembro bem das noites que a minha mãe chorava com saudades suas, e você sempre estava em algum jantar de negócios. Nunca teve tempo para nós duas, volto a repetir, não cumprirei esse acordo.

Quando respondo aquelas palavras ao meu pai percebo que ele fica furioso e levanta a mão para me bater e movida pelo medo de apanhar coloco os braços na frente do meu rosto, porém percebi que ele não consegue conduzir isto, ao abrir os olhos vejo Rodrigo segurando a mão dele, o empurrando para trás e dizendo.

— Não se atreva a bater nela! Pois, eu não permito, e acredito que ela também não tem idade para ficar apanhando mais do senhor.

— Não se meta nisso garoto! Isso não é da sua conta, cai fora daqui agora mesmo, isso é entre mim e minha filha. — não me controlei e respondi ao meu pai, pois agora eu continuava ainda mais furiosa com ele.

— É assim que você costuma resolver as coisas, não é? Me batendo com o seu fosse algum animal, vai embora daqui… Ou chamarei a polícia, eu sou maior de idade se ainda não entendeu isso? Tenho 23 anos e posso fazer o que eu bem entender da minha vida, não preciso de você, sempre me virei esse tempo todo sozinha, e não julgue que agora que você chegou do exterior, vai bancar o pai cuidador, e defensor, eu não quero nenhum tipo de ajuda vindo de você.

— Eu apenas estou repreendendo essa sua malcriação! Não se esqueça Zara, ainda sou seu pai e tenho esse direito.

Olhei para ele desacreditada, então era essa maneira que ele estava pretendendo fazer com que eu voltasse para casa? Respirei fundo e novamente o respondi já colocando a minha bolsa sobre meu ombro.

— A minha mãe nunca precisou me bater para me repreender de alguma coisa! Mas o que podia esperar de você, não é? Jamais soube me criar como verdadeiro pai, vai embora daqui, eu não quero ter que chamar a polícia para te tirar a força.

— Zara, filha? Me perdoa, eu não queria ter agido assim com você. Eu só quero sentar e conversar calmamente, para que você possa me entender. Por favor, me ouça? — balancei a minha cabeça negativamente discordando e respondi.

— Hoje não! Já tive dor de cabeça o suficiente com você, e eu também estou cansada, o meu dia foi bastante exaustivo, tive que trabalhar muito, então deixe para outro dia, agora vai embora.

— Está certo, eu vou embora! Mas não pense que essa conversa acabou, pois voltarei.

Apenas concordei com suas palavras e observei ele ir embora, assim que o carro do meu pai saiu em direção ao asfalto, soltei o ar que ainda me restava nos pulmões, estava aliviada que finalmente ele havia decidido ir embora. Rodrigo me encarava muito sem graça, então olhei para ele seriamente e disse.

— Me desculpe, por isso? Desde que saí da casa do meu pai, ele tem infernizado minha vida, quando chegou na sua casa e percebeu que eu não estava mais lá, veio me buscar, ele não aceita que eu tenha seguido minha vida sozinha.

— Acontece! Os pais nunca estão preparados para aceitar que não vamos viver o tempo todo debaixo de suas asas, mas percebo que existe muita mágoa entre você e seu pai, Zara, não deve deixar acumular ódio no seu coração. — sei o que Rodrigo tentava me dizer, mas eu ainda não estava preparada para perdoar o meu pai por ter me abandonado e me deixado aos cuidados da minha tia.

— Preciso de um tempo para assimilar tudo, sabe Rodrigo? Meu pai me abandonou no meu pior momento. Sofri o luto da morte da minha mãe sozinha, me largou na mão de uma mulher cruel que me tratava feito uma escrava.

Não consigo conter as lágrimas ao lembrar de tudo que eu já passei na mão daquela mulher e da frieza do meu pai, principalmente o abandono como se eu não fosse nada, simplesmente um peso que ele não queria ter que carregar, ao perceber que estou chorando Rodrigo se aproximou me abraçando e coloca sua mão na minha cabeça acariciando meus cabelos e me confortando e disse:

— Imagino o quanto você já sofreu, Zara! Você não merecia ter passado por tudo isso sozinha, mas eu não deixarei que mais nada te faça mal, pois estou aqui agora.

— Obrigada! Você deve estar se questionando sobre o meu noivado com o desconhecido que meu pai afirmou agora pouco também, certo? Pois ele acabou me prometendo a um cara que não faço ideia, nem quem seja e já disse para ele que não vou me casar com esse desconhecido. — Rodrigo apenas me encarou em silêncio, ele parecia incomodado com esse assunto e tenta mudar o rumo da conversa para outro lado.

— É melhor deixar esse assunto para outra hora! Bom, eu preciso ir, mas antes quero algo.

Olhei para ele completamente confusa, enquanto ele apenas riu e me puxou para mais perto dele, me seduzindo com aqueles lábios avermelhados que possui. Então ele me roubou um beijo e acabei o correspondendo, pois era recíproco da minha parte, seus lábios havia se tornado tão doces para mim, quando ele finalizou o beijo com um selinho disse:

— Tenha uma boa noite, minha doce Zara! Agora eu realmente preciso ir, tenho que passar na casa do meu pai.

Apenas concordei com ele e seguir para o meu apartamento, ainda olhei uma última vez para Rodrigo no seu carro e ele balançou a cabeça esperando que eu entrasse, então sorri assim que estava subindo as escadas, percebi que ele ligou o carro para ir embora, apesar do acontecimento meio desastroso com meu pai, eu estava em êxtase havia tido o meu primeiro beijo e foi tão bom.

Quando terminei de tomar meu banho estava deitada na cama e recebi uma mensagem de Pietra curiosa para saber o que havia acontecido no jantar? Então expliquei tudo a ela que dava pulinhos de alegria do outro lado da linha, afirmando que eu merecia toda a felicidade que estava vivendo, e acabava me convencendo que finalmente estou tendo a minha recompensa.

Na manhã seguinte, tomei um banho e decidi colocar uma saia lápis preta e uma blusinha vermelha, e vestir o meu casaco preto e deixei os meus cabelos soltos, dessa vez fiz uma maquiagem leve, pois não era muito boa no assunto, porém ao me olhar no espelho percebi que estava belíssima.

Assim que cheguei na empresa percebi vários olhares sobre mim, realmente me arrumar um pouco melhor estava fazendo efeito. Caminhei para minha sala e comecei a trabalhar e recebi uma mensagem de Rodrigo afirmando que queria me ver lá pelas 16 horas, pois ele ainda estava ocupado, mas sentia saudade, me peguei sorrindo feito uma boba ao receber uma mensagem como essa dele, até achava que estava me apaixonando rápido demais;” Espera aí, me apaixonando é sério? Agora fiquei um pouco confusa.

Decidi esquecer aquilo que estava pensando, e foquei novamente no meu trabalho, já era (16:30) havia esquecido do compromisso com Rodrigo, pois ele novamente me mandou uma mensagem pedindo para que eu fosse até a sua sala, pois estava livre

Respirei fundo sentindo um frio na barriga me dominar, e me levantei ajeitando meu cabelo e olhei no meu pequeno espelho se a minha maquiagem também estava ok, peguei alguns arquivos para disfarçar, não quero ser motivo de fofoca nesta empresa, ao chegar na sua sala bati na sua porta e o mesmo pede que eu entre. Assim que me ver tira imediatamente atenção do notebook e sorrir me observando enquanto digo.

— Desculpe, pela demora. Acabei me ocupando com o trabalho, você sabe como eu sou!

— Sim, eu imaginei que teria sido isso. Espera deixa eu fechar a porta. — ele então passa por mim, fechando a porta e me abraçou por trás cheirando meu pescoço e disse:

— Adoro esse seu cheiro, ele é tão bom, mas estou mesmo com saudade é dessa sua boca deliciosa.

Apenas sinto meu rosto esquentar com essa revelação e ele sorri me empurrando mais para trás, até que acabei encostando na parede e ele me beija de uma maneira intensa cheia de desejo, porém acabei me assustando ao perceber que a porta abriu e ele também, assim que viramos percebemos que se trata da Márcia nos olhando furiosa e na mesma hora Rodrigo toma a postura e começa a questioná- la pelo abuso dela, entrar sem bater na sua sala.

Céus, pelo jeito essa menina seria uma pedra no meu sapato novamente, agora pensaria que estou querendo tomar o homem dela também, típico da sua mãe, que nunca se conformou do meu pai ter escolhido a minha mãe, porém eu não era tão tola para não entender a jogada de Márcia.

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