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POR QUE ELE TÊM DOIS?
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⏳ Sessenta luas depois⏳
Mais um inverno deixava o chão fofo com um grosso cobertor branco de neve, os flocos que caiam das nuvens brilhavam conforme os fracos raios do pôr do sol banhava o solo gelido.
— Até quando vai ficar aí? — Margareth questionou se sentando na cama com seu livro na mão.
— Por que eu tenho dois? — respondeu a pergunta com outra pergunta sem tirar os olhos dos flocos caindo e derretendo ao tocar no chão.
— Dois o que garoto? — virou a página de seu livro.
— Dois nomes, não entendo — se debruçou sobre a janela, a tempos aquilo vinha o aborrecendo e não saber a resposta o deixa irritado.
— Pergunte a quem te deu, agora me deixe terminar de ler meu livro, estou na melhor parte!
— Outra coisa que não entendo, por que você gosta de ler esses livros? Eles se quer tem figurinhas!
— Eles não precisam de figurinhas, apenas a boa e velha imaginação, coisa que pelo jeito você não tem — Margareth sorrir e vira mais uma página de seu romance entre anjos.
— Margareth, Occisor, venham jantar! — Mari gritou da cozinha.
Margareth suspirou e marcou seu livro deixando-o encima da cama, Occisor, saio da janela e se pós a caminha atrás de sua irmã mais velha.
Margareth agora era uma jovem de vinte anos de idade, seus longos cabelos ruivos cresceram até abaixo de suas nádegas, seu nariz arrebitado, seus olhos grandes castanhos mel e sua boca pequena enfeitam seu rosto fino e delicado. Mas, como dizem, quem ver cara não ver coração, e no caso de Margareth, não viam seus punhos e sua sede de sangue.
Occisor, apesar de ter apenas cinco anos de idade, seu corpo aparenta já ter dez anos de idade. Seus cabelos negros como a noite, seus olhos igualmente negros, apesar de novo, seu entendimento crescia conforme seu corpo e não a sua idade contada na forma de humanos.
Cuidar de Occisor quando filhote não foi fácil, Mari pensará que ele realmente fosse fruto de uma traição e que não passava de um humano, mas notou está errada. Ela não sabe o porquê dele ter nascido em forma humana, mas agora sabe que ele realmente é o filho de um alfa.
"Será que ele estava destinado a ser um alfa, assim como seu pai é?" — Mari se perguntou ao notar a força que o bebê tinha, no tempo em que ela o adotou. Não tinha como saber, a criança até os dias de hoje, nunca mostrou seu lado lupino.
— O cheiro está bom! — Occisor cheirou o ar, sentindo a carne de búfalo mal passada.
— Só você pra gostar de comer esse troço — Margareth se sentou em sua cadeira e começou a arrumar seu prato.
A alimentação dos três membros da família Van Helsing eram totalmente diferentes. Margareth comia comida humana, arroz, feijão, salada, legumes e verduras. Mari, bebia sangue arrecadado pelo governo e Occisor, comeria carne de animais quase crua, mas uma prova de que ele não era um humano.
— Mari — Occisor a chamou quando terminou sua refeição.
— Diga.
— Por que eu tenho dois nomes?
Agora até Margareth parara de comer para prestar atenção na resposta de Mari. Ela nunca contou a ninguém a verdadeira história do pequeno curioso.
Mari respirou fundo, ela sabia que ele crescia rápido demais, e que mais cedo ou mais tarde, teria que ter uma conversa séria com ele sobre o seu verdadeiro passado.
— Ao nascer, sua mãe me disse para chamá-lo de Rodolfo, o lobo poderoso, no entanto, esse nome não lhes parecia adequado, mas por respeito a ela não o tirei, no entanto, te dei o nome de Occisor, vai combinar muito com você no futuro — ao terminar de falar, Mari bebeu seu último gole de sangue.
— O que Occisor significa? — questionou ainda mais confuso.
— Matador — Margareth respondeu e terminou de comer sua batata.
— Por que esse nome combinaria comigo? — questionou com as sobrancelhas juntas.
— Sinto que logo vamos descobrir — Mari falou e se levantou da mesa recolhendo os pratos.
— O sol já se pôs, melhor irem dormir — Mari falou e deu um beijo na testa de Occisor.
— Tenha uma boa noite — o pequeno saiu da cozinha deixando apenas Margareth e Mari a sós.
— Também já está na sua hora de ir para cama.
— Quando irei me transforma?
Mari revirou os olhos, a cerca de três anos Margareth a questiona todo santo dia sobre isso, ela quer ter força sobre-humana, em sua mente vingativa, ela precisa dessa força, se não, nunca podera vingar seus pais e todos os outros humanos que morreram pelo prazer dos monstros licantropianos.
— Não faz essa cara, você prometeu! Já estou a dez anos esperando! — a indignação era presente em sua voz suave.
— Você ainda tem muito o que aproveitar... Conhecer outras pessoas, um cara...
— Não quero conhecer ninguém! — cruzou os braços sobre os seios.
— Você ama ler romances, não quer viver um? — Mari enxuga as mãos no pano.
— Depois que acabarmos com esses monstros, talvez.
— E como vai viver um romance sendo um cadáver? Sabe que vivemos nessa área porque os raios de sol podem me matar! Quer viver assim? Pressa na escuridão?
— Se esse é o preço a se pagar, quero! E como eu quero — Margareth falou convicta.
Mari suspirou, a anos vem tentando tirar essa ideia da mente da jovem, mas parece ser algo impossível.
Viver para sempre na escuridão, ser refém da noite, não era algo agradável. Diferente do que muitos sabem, a espécie de Mari não morre carbonizada ao entrar em contato com o sol, seu corpo fica doente, ao invés de ganhar vitamina D, seu corpo perde todos os nutrientes e fica anêmico. Então sim, os vampiros ficam doentes.
Mas Mari, não é uma vampira puro sangue, ela foi transformada, seu pai, Julios Van Helsing a vendeu para os monstros de sanguessugas. Seu comprador a quis para ter relações, e o corpo humano não aguentaria então ele a transformou e a forçou viver na escuridão.
— Você não sabe o que diz, criança!
Mari virou as costas e saio da cozinha.
— Eu não sou criança! — Margareth gritou, e Mari tapou os ouvidos, seus tímpanos, mesmo sendo inferior aos dos lobisomens, eram sensíveis também. Afinal, as duas raças são caçadoras.
Com passos curtos, Mari andou até o quarto de Occisor e Margareth, abriu a porta e Occisor estava sentado junto a janela.
— Sem sono? — perguntou enquanto se aproximava.
— Ainda estou incomodado, o que realmente aconteceu com a minha mãe?
— Ela agora está no céu, meu querido e pediu para que eu tomasse conta de você — o abraçou por trás.
— Se eu... Não tivesse nascido, ela ainda estaria viva... Eu sou um monstro, um...
Mari interrompeu a fala do garoto o virando bruscamente de frente para ela.
— Não fale isso, não despreze tudo o que sua mãe fez para garantir a sua sobrevivência! Ela acreditava que a deusa da lua tinha propósito para você! — falou firme e enxugou a lágrima que escorria pelos olhos do pequeno e inocente Occisor.
— Quem é essa deusa?
— A criadora da sua roça.
— E qual é a minha raça?
Mari sentiu seu cérebro apertar, seu coração não batia mais, então todas as suas emoções provinham de seu cérebro, assim ela definiu.
— Vamos nos sentar, acho que já está na hora de te contar a sua verdadeira história.
Um misto de euforia e receio percorreu pelo corpo do jovem, se ela escondeu a verdade, é por que é dolorosa? "O que Mari escondeu dele por tanto tempo?" — ele se perguntava enquanto caminhava para cama.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ LÁGRIMAS DE ÓDIO ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ No exato momento em que Mari abriu a boca para começar a contar a verdade para o jovem sentando ao seu lado na cama, um vento gelido e forte soprou abrindo as janelas de madeira do pequeno quarto em um baque alto assustando Occisor, Mari se levantou em silêncio e fechou as janelas passando o trinco. Mais uma vez respirou fundo, apesar de muitos a enxergarem como um ser frio e sem coração ( e realmente ela não tinha um), ela se preocupava demais, tanto com Occisor quanto com Margareth. Eles eram a sua família, e por eles era capaz de tudo. — Você sabe o que é uma velut luna? — Mari questionou ainda de costa para Occisor. — Sim, li em um dos livros de Margareth que a fêmea com esse título é a companheira do macho alfa — em sua voz dava pra sentir o orgulho. Isso era nítido para qualquer um, Occisor amava dar uma de int
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ A FILHA DO GENUÍNO ALFA~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~A mesa de refeição estava farta, nas paredes de pedra escura da grande sala, a cada quinze metros, uma tocha acessa com o fogo dançante sobre elas e os últimos raios de sol iluminavam a sala de refeições. O casal genuíno foi o primeiro a se alimentar, quando terminaram foi a vez dos casais betas e depois pelos casais ômegas. Quando a mesa estava praticamente vazia, com apenas ossos e restos, é que foi liberada para a refeição da última.— Agora pode se servir, Bloodstain — ordenou o genuíno para sua cria, que não tirava os olhos da mesa, sua boca salivava e seu estômago roncava cada vez que via alguém mastigar qualquer pedaço de carne que fosse, mas aguardou pacientemente pela sua vez.— Tá bom, papa...— Já disse para não me chamar assim! — gritou o genuíno interrompendo a pequena mão de pegar um dos ossos sobre
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~COMBATE CORPO A CORPO~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~— Mari, por favor me diz quando? — Margareth insistia mais uma vez.— Acabou de amanhecer, por....— Você prometeu, Mari — Margareth cruza os braços na altura dos seios — Eu pensei que você fosse mulher de palavra, mas pelo que estou vendo você...Mari revira os olhos, não faz nem meia hora que os tímidos raios de sol nascente passaram pelas janelas e Margareth já estava em seu pé a atormentando com a promessa que fez a dez anos.Quando salvou a pequena criança com dez anos de ser escravizada ou devorada pelas bestas licantropianas, para conseguir tira-la da profunda depressão que apossava do corpo dela, Mari prometeu treina-la e transformá-la para que se vingasse. Porém, Mari pensou que com o tempo ela iria desistir dessa idéia, no entanto, nada tiraria isso da cabeça de Margareth, e isso frustrava imensamente
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ UM LIVRO DE HISTÓRIAS ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Fazem exatos trinta minutos que o sol saiu, mas se mantém escondido por detrás das nuvens densas e cinzas. Os sons de passadas ecoam pelo chão de pedra no extenso corredor, andando de forma firme estava o casal de genuínos. Na entrada da sala, dois escravos eram responsáveis por abrir e fechar as pesadas portas. Quando o casal se posicionou em frente a porta, os escravos as abriram e o barulho chamou a atenção de todos. — Todos já estão aqui? — questiona o genuíno alfa ao adentra na sala de reunião. — Sim, os sete alfas, senhor — o ômega respondeu de cabeça baixa. — Muito bem, agora pode se retirar. — Com sua licença. O ômega faz reverência a todos os alfas e sai da grande sala fechando a porta. O genuíno alfa se assenta na cabeceira da grande mesa, e a genuína lunam se senta na direita de seu companheiro. — Já conseguiu um
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ APRENDENDO SOBRE O INIMIGO ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ — Obrigada pela refeição — Margareth agradeceu, limpou a boca e saiu da cozinha, deixando Occisor e Mari para trás. Caminhando a passos rápidos, ela queria ao menos ver, nem que fosse por apenas alguns instantes, o oficial. Não demora para que ela o encontre, hoje é a noite dele de ficar de vigia na torre leste. — Oi — ela chama a atenção do jovem a sua frente que a olha com um lindo sorriso. Margareth o admira por alguns instantes, o uniforme colado deixa bem torneado os músculos do homem. — Oi linda, deseja ver a lua? — Será um prazer — ela atravessa a porta de ferro e a fecha cuidadosamente atrás de si. Margareth sabia que se Mari descobrisse que ela anda se encontrando com Derick, ela usaria isso como desculpa para não transformá-la, e apesar de nutrir sim sentimentos pelo jovem a
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ A CURIOSIDADE SOBRE O AMOR ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Apesar de ser dia, o céu estava cinza, as nuvens pesadas não permitiam que nenhum raio de luz do sol as ultrapassasse. Uma tempestade forte era esperada para aquela tarde. O vento assobiava trazendo consigo o frio e resultando no fechamento das janelas. A sala de tortura precisou ser iluminada com as tochas. Apesar de ser um trabalho pesado e inapropriado para a filha do genuíno, ainda mais, quando ela ainda é apenas um filhote, era o seu próprio pai quem a obrigava a sujar as mãos com sangue inocente, na obrigação de deixar a sala limpa para as próximas vítimas que iriam perecer naquela grande e fria sala. O cheiro deixava a jovem enjoada, ela se sentia mal por não poder fazer nada, ela não conseguia entender o por quê de tanta maldade. "Se... Se meu irmão estivesse vivo... Ele também participaria disso? Ele sentiria prazer em fa
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ PRIMEIRA MISSÃO ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ⏞ Uma lua depois ⏟ A lua já surgia no céu, a noite estava fria, silenciosa e assustadora para as mulheres humanas na cidade Kiruna, localizada na Suécia. A cerca de seis meses, a Suécia pediu ajuda para o governo de Reikiavik, na Islândia, que por sua vez, também não quiseram colocar em risco seus homens, passando a diante o pedido para o governo de Murmansk, na Rússia, pois eles eram os que trabalhavam diretamente com Mari Van Helsing. Margareth finalmente liberou para Occisor os livros que abordava tudo sobre os licantropos, desde os irmãos que disputavam o título de soberano da lua, até
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ CICATRIZES QUE MARCAM MAIS DO QUE APENAS A PELE ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ O céu da noite escura estava enfeitada com muitas estrelas brilhantes, a lua cheia de cor prateada já dava o ar da graça. E por detrás de uma grande janela, aberta em um dos corredores, tendo a pele iluminada pelo fogo dançante de uma tocha, estava Bloodstain, admirando a lua com olhos brilhantes e um pequeno sorriso, em seu coração, a esperança de tempo melhores a estava acalentando. "Por favor, grande deusa, peço para que me proteja, e proteja a Guila também" — ela reza em pensamentos para a deusa e continua o caminho segurando o balde com água e uma escova de aço dentro, um pano surrado e rasgado de cor cinza em seu ombro, seus cabelos presos em uma tira fina de pano que ela rasgou do próprio vestido, para que eles não melasse no chão quando se se abaixasse para limpa-lo. Ape