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LÁGRIMAS DE ÓDIO
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No exato momento em que Mari abriu a boca para começar a contar a verdade para o jovem sentando ao seu lado na cama, um vento gelido e forte soprou abrindo as janelas de madeira do pequeno quarto em um baque alto assustando Occisor, Mari se levantou em silêncio e fechou as janelas passando o trinco.
Mais uma vez respirou fundo, apesar de muitos a enxergarem como um ser frio e sem coração ( e realmente ela não tinha um), ela se preocupava demais, tanto com Occisor quanto com Margareth. Eles eram a sua família, e por eles era capaz de tudo.
— Você sabe o que é uma velut luna? — Mari questionou ainda de costa para Occisor.
— Sim, li em um dos livros de Margareth que a fêmea com esse título é a companheira do macho alfa — em sua voz dava pra sentir o orgulho. Isso era nítido para qualquer um, Occisor amava dar uma de inteligente e ser o destaque.
— Então você sabe bastante sobre a raça dos licantropos, não é? — finalmente voltou a caminhar retornando para a cama e sentando ao lado do menino.
— Não muito, Margareth disse que aquilo não era livro para a minha idade, discordei, mas ela não deixou eu ler mais nada, aquela chata! — fez bico e Mari segurou a vontade de rir na cara emburra do pequeno.
— Entendo, você alguma vez já se perguntou por que gosta de comer apenas canes mal passada, quase crua?
— Eu sei o porquê, é porque elas são deliciosas! O que eu não entendo é o por quê nem você e nem a Margareth gostam de comer essas iguarias. Não tem refeição melhor! Vaja como sou forte! — estufou o peito e cruzou os braços, contudo, em menos de três segundos seus braços caíram, um em cada lateral de seu corpo — Mas... O que isso tem a ver com a minha mãe?
Mari outra vez respirou fundo, e Occisor não deixou de observar isso, no lado de fora do quarto, Margareth estava com o ouvido colocado na porta. Ela também queria saber a verdade sobre Occisor, tudo o que ela soube quando ele chegou é que a mãe e a tia aviam sido assassinadas pelos cruéis lobos e que ela o salvou de ter o mesmo destino.
— Ela era uma velut luna — Mari falou sem rodeios e observou a reação do garoto a sua frente. Nada. Ele não disse uma palavra se quer, então ela continuou — O que eu vou lhes dizer, não é uma história bonita. Está pronto, ou prefere esperar um pouco mais?
— Estou pronto — ele falou firme, mas seus olhos estremecem.
— Muito bem, a cinco anos atrás, em um inverno rigoroso, a lua brilhava forte no céu e a velut luna deu a luz a um filhote. Os lobisomens quando geram suas proles, eles...
— Ficam em suas formas lupinas até que as crias cheguem aos seis meses de vida, e os filhotes só dão sinais de humanidade com esses seis meses - Occisor interrompeu Mari e completou a frase dela, já perdendo um pouco da paciência.
— Sim, você já sabia disso. No entanto, quando você nasceu...
Ela parou por alguns instantes, os olhos curiosos do garoto estavam nublados.
"Será que ela já imagina o que pode ter acontecido? — Mari se questionou enquanto observava o garoto que a ouvia atentamente.
— O parto forçou a sua mãe a voltar para a forma humana e então você você nasceu, como se fosse um bebê com apenas sangue humano, sem nenhuma característica licantropiana.
— Por que?... — ele sussurrou, mas Mari ouviu e ignorou a pergunta.
— Sua mãe foi acusada de traição e de envolvimento com os bruxos para esconder o cheiro do homem com quem ela traiu o seu companheiro. A execução ocorreu na mesma noite, mas ela lutou e fugiu, sua tia os ajudou a fugir, as duas acreditavam que a deusa o escolheu para algum propósito, e com isso. Uma luna cimex se rebelou contra toda a alcatéia e pagou o preço com a própria vida, mas infelizmente sua mãe se machucou muito e não conseguiu mais correr, impossibilitada de poder continuar te protegendo ela o confiou a mim, os lobos a encontraram e mataram, eles te rejeitaram e te caçaram.
— Qual... Qual era o nome da minha mãe e dá minha tia? — questionou com os olhos fechadas, não queria chorar, não na frente de uma mulher.
— Esmeralda, e a sua tia se chamava Rubi.
— Como... Como elas eram? — sua fala saiu entrecortada.
Occisor estava com seus olhos fechados fortemente, o ardor era muito, as lágrimas queriam sair a qualquer custo.
— Sua mãe tinha longos cabelos negros e olhos verdes. Rubi tinha cabelos castanhos avermelhados e olhos âmbar. As duas eram extremamente lindas, fortes e...
— Nunca! — Margareth finalmente apareceu e abriu a porta em um estrondo — Nunca essa raça m*****a vai ser linda! São todos horríveis! Cruéis! Miseráveis...
— Cala a sua boca! — Occisor gritou e deitou de bruçu na cama. O ardor em seus olhou ficaram ainda mais forte.
— Vai chorar!? Aqueles desgraçados deixaram a sua tia com o corpo irreconhecível, a pisotearam até não sobrar nada de seu corpo e a sua mãe com a cabeça decepada, eles fizeram isso com a própria raça e só não fizeram o mesmo com você por causa....
— Já mandei calar a boca! — dessa vez ele gritou soltando logo depois um rosnado que fez os olhos de Margareth arregalarem e estremecerem.
— Você só pode está brincando comigo, não acredito nisso Mari — Uma lágrima desceu solitária dos olhos de Margareth.
— Margareth, escute...
Margareth não deu ouvidos, ela virou as costas e correu pelo corredor. Mari olhou para Occisor e decidiu deixar ele ingerir toda a história, sozinho. Agora ela precisava encontrar Margareth.
Com sua velocidade vampirica que ultrapassava a velocidade do som, Mari em segundos alcançou Margareth e a virou de frente para si, ver as lágrimas em seus olhos a deixou triste, não queria vê-las lá, e na tentativa de não vê-las mentiu para Margareth dezendo que Occisor era simplesmente um bebê humano, que foi fruto de desonra na raça licantropa. Mas sempre soube que mais cedo ou mais tarde esse dia chegaria e que não seria fácil. Com cuidado ela elevou seu polegar até às bochechas da jovem e limpou as lágrimas.
— Por que você fez isso? Ele é um deles...
— Não Margareth, Occisor é um dos nossos, ele assim como você, é um Van Helsing. Os dois são meus filhos!
Mari abraçou a jovem que chorou como se não houvesse amanhã. Depois de fungar muito ela se desvencilhou dos braços de sua guardiã.
— E se... Ele ficar igual aqueles monstros? E se ele...
— Nunca serei como nenhum deles! Eu vou matar aqueles monstros! Irei caça-los um por um, eu os rejeito, assim como fizeram comigo, farei muito pior com eles! — Occisor pronunciou cada palavra com os punhos fechados e tremendo.
Margareth se assustou, ela não tinha notado a presença do pequeno. Ela o olhou hesitante, mas logo qualquer dúvida foi extinta de sua mente. Dos olhos de Occisor não parava de cair lágrimas, mas a firmeza em seu olhar, era transparente o ódio.
— Conte comigo!
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ A FILHA DO GENUÍNO ALFA~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~A mesa de refeição estava farta, nas paredes de pedra escura da grande sala, a cada quinze metros, uma tocha acessa com o fogo dançante sobre elas e os últimos raios de sol iluminavam a sala de refeições. O casal genuíno foi o primeiro a se alimentar, quando terminaram foi a vez dos casais betas e depois pelos casais ômegas. Quando a mesa estava praticamente vazia, com apenas ossos e restos, é que foi liberada para a refeição da última.— Agora pode se servir, Bloodstain — ordenou o genuíno para sua cria, que não tirava os olhos da mesa, sua boca salivava e seu estômago roncava cada vez que via alguém mastigar qualquer pedaço de carne que fosse, mas aguardou pacientemente pela sua vez.— Tá bom, papa...— Já disse para não me chamar assim! — gritou o genuíno interrompendo a pequena mão de pegar um dos ossos sobre
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~COMBATE CORPO A CORPO~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~— Mari, por favor me diz quando? — Margareth insistia mais uma vez.— Acabou de amanhecer, por....— Você prometeu, Mari — Margareth cruza os braços na altura dos seios — Eu pensei que você fosse mulher de palavra, mas pelo que estou vendo você...Mari revira os olhos, não faz nem meia hora que os tímidos raios de sol nascente passaram pelas janelas e Margareth já estava em seu pé a atormentando com a promessa que fez a dez anos.Quando salvou a pequena criança com dez anos de ser escravizada ou devorada pelas bestas licantropianas, para conseguir tira-la da profunda depressão que apossava do corpo dela, Mari prometeu treina-la e transformá-la para que se vingasse. Porém, Mari pensou que com o tempo ela iria desistir dessa idéia, no entanto, nada tiraria isso da cabeça de Margareth, e isso frustrava imensamente
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ UM LIVRO DE HISTÓRIAS ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Fazem exatos trinta minutos que o sol saiu, mas se mantém escondido por detrás das nuvens densas e cinzas. Os sons de passadas ecoam pelo chão de pedra no extenso corredor, andando de forma firme estava o casal de genuínos. Na entrada da sala, dois escravos eram responsáveis por abrir e fechar as pesadas portas. Quando o casal se posicionou em frente a porta, os escravos as abriram e o barulho chamou a atenção de todos. — Todos já estão aqui? — questiona o genuíno alfa ao adentra na sala de reunião. — Sim, os sete alfas, senhor — o ômega respondeu de cabeça baixa. — Muito bem, agora pode se retirar. — Com sua licença. O ômega faz reverência a todos os alfas e sai da grande sala fechando a porta. O genuíno alfa se assenta na cabeceira da grande mesa, e a genuína lunam se senta na direita de seu companheiro. — Já conseguiu um
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ APRENDENDO SOBRE O INIMIGO ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ — Obrigada pela refeição — Margareth agradeceu, limpou a boca e saiu da cozinha, deixando Occisor e Mari para trás. Caminhando a passos rápidos, ela queria ao menos ver, nem que fosse por apenas alguns instantes, o oficial. Não demora para que ela o encontre, hoje é a noite dele de ficar de vigia na torre leste. — Oi — ela chama a atenção do jovem a sua frente que a olha com um lindo sorriso. Margareth o admira por alguns instantes, o uniforme colado deixa bem torneado os músculos do homem. — Oi linda, deseja ver a lua? — Será um prazer — ela atravessa a porta de ferro e a fecha cuidadosamente atrás de si. Margareth sabia que se Mari descobrisse que ela anda se encontrando com Derick, ela usaria isso como desculpa para não transformá-la, e apesar de nutrir sim sentimentos pelo jovem a
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ A CURIOSIDADE SOBRE O AMOR ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Apesar de ser dia, o céu estava cinza, as nuvens pesadas não permitiam que nenhum raio de luz do sol as ultrapassasse. Uma tempestade forte era esperada para aquela tarde. O vento assobiava trazendo consigo o frio e resultando no fechamento das janelas. A sala de tortura precisou ser iluminada com as tochas. Apesar de ser um trabalho pesado e inapropriado para a filha do genuíno, ainda mais, quando ela ainda é apenas um filhote, era o seu próprio pai quem a obrigava a sujar as mãos com sangue inocente, na obrigação de deixar a sala limpa para as próximas vítimas que iriam perecer naquela grande e fria sala. O cheiro deixava a jovem enjoada, ela se sentia mal por não poder fazer nada, ela não conseguia entender o por quê de tanta maldade. "Se... Se meu irmão estivesse vivo... Ele também participaria disso? Ele sentiria prazer em fa
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ PRIMEIRA MISSÃO ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ⏞ Uma lua depois ⏟ A lua já surgia no céu, a noite estava fria, silenciosa e assustadora para as mulheres humanas na cidade Kiruna, localizada na Suécia. A cerca de seis meses, a Suécia pediu ajuda para o governo de Reikiavik, na Islândia, que por sua vez, também não quiseram colocar em risco seus homens, passando a diante o pedido para o governo de Murmansk, na Rússia, pois eles eram os que trabalhavam diretamente com Mari Van Helsing. Margareth finalmente liberou para Occisor os livros que abordava tudo sobre os licantropos, desde os irmãos que disputavam o título de soberano da lua, até
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ CICATRIZES QUE MARCAM MAIS DO QUE APENAS A PELE ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ O céu da noite escura estava enfeitada com muitas estrelas brilhantes, a lua cheia de cor prateada já dava o ar da graça. E por detrás de uma grande janela, aberta em um dos corredores, tendo a pele iluminada pelo fogo dançante de uma tocha, estava Bloodstain, admirando a lua com olhos brilhantes e um pequeno sorriso, em seu coração, a esperança de tempo melhores a estava acalentando. "Por favor, grande deusa, peço para que me proteja, e proteja a Guila também" — ela reza em pensamentos para a deusa e continua o caminho segurando o balde com água e uma escova de aço dentro, um pano surrado e rasgado de cor cinza em seu ombro, seus cabelos presos em uma tira fina de pano que ela rasgou do próprio vestido, para que eles não melasse no chão quando se se abaixasse para limpa-lo. Ape
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ AGORA SEU NOME É TEMIDO POR TODOS ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ⏞ 𝑄uarenta e oito luas depois ⏟ — Me diga, qual é a sensação de sentir o seu sangue derramar? — questiona e quanto mexe na faca cravada no abdômen de sua presa. A voz grossa de Occisor preenche os tímpanos do licantropo beta da alcatéia Markab, que se controla ao máximo para não deixar transparecer o tremor de medo e dor em seu corpo. A alcatéia Markab, se localiza perto da grande cidade cinza de Londres, o beta havia se afastado dos demais e ido atrás de algumas meninas na cidade, Occisor apenas ficou de olho, o estudando. "Ele é corajoso, saiu sozinho" — pensou enquanto o observava do telhado de uma casa. O beta estava entrando em um beco