Por sorte Allan não demorou muito em casa, logo consegui sair sem precisar ver ou me despedir dele.
O caminho até a fazenda dos tios de Ivy se deu em silêncio, ela sabia que eu precisava desse momento e respeitou isso. Como chegamos tarde na fazenda a maioria do pessoal já estava dormindo, somente no dia seguinte pude conhecer os tios de Ivy e Margô, a senhora ao qual eu tinha sido contratada para cuidar. - Mãe essa é Hanna, a mocinha que vai te fazer companhia a partir de hoje. - Alicia era uma mulher de meia idade porém bem jovial, e sua mãe a dona Margô era uma idosa de 70 porém bem conservada, ambas exalavam elegância e modéstia. - É um prazer te conhecer Margô, quero que saiba que pode contar comigo pro que precisar. - Respondi a cumprimentando, ela sorriu em resposta parecendo satisfeita. Margô tinha 70 anos, porém era bem autossuficiente, conseguia fazer suas atividades pessoais, andava, falava e por um mo- Bom Dia Margô. - Olhei para a doce senhora que ainda estava deitada e esperei sua permissão para entrar no quarto. - Entre, por favor. - Precisa de alguma coisa?- Perguntei me aproximando dela. - Eu estou bem querida, más você me parece bem abatida. - Não foi nada, eu estou bem. - Sente aqui. - Ela apontou o lado de sua cama e eu me sentei diante do seu olhar maternal. - Se quiser conversar serei uma boa ouvinte. - Obrigada Margô, não se preocupe, não posso te encher com meus próprios problemas. - Tudo bem, más saiba que pode conversar comigo se quiser. - Obrigada, vou preparar seu almoço. - Deixei um beijo em sua testa e segui para cozinha. Estava picando os filés de frangos em cubo para uma sopa, quando o cheiro forte do frango fez meu estômago revirar e tive que correr para alcançar o banheiro
- Gêmeos?! Tipo dois bebês?! - A minha pergunta foi um pouco idiota, más não consegui evitar fazê-la. Com um sorriso radiante Alícia confirmou meu questionamento, as lágrimas escorriam silenciosas e eu não conseguia acreditar no que estava acontecendo. - Por favor, não chore querida, vai dar tudo certo, eu prometo, não tem com o que se preocupar!. - Alícia tentou controlar a empolgação para me consolar. Não consegui responder ou gritar, eu simplesmente sentia as lágrimas descendo constantemente lavando meu rosto, encharcando minha camiseta e me sufocando por dentro, eu surtaria? Acho que estou no estágio da negação, nenhuma palavra conseguia sair de meus lábios pois eu não conseguia acreditar que eu, Hanna Lima estava grávida de gêmeos, de gêmeos!!! O Doutor agendou uma consulta de rotina para o próximo mês e me deu as recomendações necessárias, depois de passarmos na farmácia pra comprar as vitaminas e o Ácido fólico seguimos de volta
- Hanna, você está bem? - Ivy perguntou se aproximando. - Fica longe de mim! - Respondi e não foi só para ela, me soltei dos braços de Allan e peguei uma toalha me enrolando nela. Caminhei com cuidado até onde Margô estava. - Acho que já deu de piscina por hoje, você já quer sair ou vai continuar ainda? - Vou ficar mais um pouco, não se preocupe comigo querida. - Deixei Margô na piscina e passei por Allan, Kallik e Ivy que me olhavam, os ignorei e subi pro quarto. Eu estava com raiva, não, raiva era pouco, eu estava com ódio, muito ódio da cara de todos eles, por um momento me perguntei se pelo menos alguém tinha sido verdadeiro comigo desde que cheguei a NY?!? Tomei um banho frio e a raiva era tanta que eu nem ao menos consegui chorar. - Haaaa!!!! - Gritei de susto quando saí do banheiro e vi Allan sentado na minha cama.
- Pai? Você não é meu pai, nunca esteve por perto fazendo esse papel!- Eu não me daria ao trabalho e constrangimento de lhe pedir um exame de DNA, algo em mim sabia que ele estava falando a verdade, más isso não mudava nada, eu não tinha pai. - Eu me mantive distante para protegê-la disso, más acho que falhei. - Eu preferia que continuasse assim, queria nunca ter te conhecido. - Pude ver dor no seu olhar ao ouvir minhas palavras, porém não me importei. - Isso não importa! Agora que já sabem de você nao terá como fugir do seu destino! - Você é maluco? Do que esta falando? - Então Jimmy me contou a história mais idiota da terra, sobre as regras da Punisher quanto a relacionamentos, e que eu e Allan tínhamos que nos casar, e principalmente, que pricisávamos ter um filho para ser o futuro novo sucessor da Punisher, pois os sucessores precisavam vir de sangue, nunca eram pessoas nascidas de fora. Eu até achei legal o fato deles serem justiceiros, más os
Olhei para Allan e me senti como se ele estivesse perguntando qual das duas mãos eu preferia que ele arrancasse. - No momento eu escolho fazer xixi. - Respondi e por um instante de deslize consegui fugir por baixo dele e me tranquei no banheiro. Depois de fazer minha necessidade, me sentei na tampa do vaso e chorei silenciosamente, eu não daria a eles o prazer de saber o quanto tinham destruído tudo que eu conhecia como vida. Quando finalmente sai do banheiro eu já tinha a minha decisão. - Eu vou me casar com você Allan, más com duas condições. - Quais são? - Ele cruzou os braços em uma pose superior e eu quis socar ele por tentar me intimidar. - Fidelidade! Não sou mulher pra aceitar traição, se vacilar uma vez se quer posso te garantir que vai acordar sem seu amigo de baixo! - Dei um olhar mortal para ele, eu não iria ficar por baixo diante dele, involuntari
Sem ânimo algum me arrastei para fora do quarto após fazer minhas higienes, Allan já tinha saído e quando cheguei na sala de jantar ele já estava sentado junto de todos, ao seu lado ele guardava uma cadeira vaga para mim. Não me dei ao trabalho de reparar em todos à mesa, más com certeza tinha mais desconhecidos do que pessoas que eu já tinha visto.- Bom Dia. -Cumprimentei mesmo sem olhar na cara de todos, apenas uma ruiva sentada ao lado de Jimmy não respondeu. - Que bom que decidiu se juntar a nós pro almoço Hanna, permita-me apresentar, sou o Marko. - Olhei para o senhor que nao tinha a melhor cara de bonzinho, como ele sabia quem eu era se eu não fazia idéia de quem ele era?! Forcei um sorriso desinteressada e comecei a brincar com os talheres. - Já que estamos todos aqui, vamos almoçar! - Alícia disse, porém o tal Marko a cortou. - Na verdade, gostaria de fazer um anúncio primeiro. - Não podemos esperar depois do almo
- Parabéns, vocês conseguiram o que queriam! - Virei as Costa e caminhei para o quarto, porém ainda pude ouvir eles conversando. - Filho, vai atrás dela! - Alicia disse provavelmente a Allan. - Isso Allan, corre atrás dela antes que ela se mate e leve seus filhos com ela, se bem que seria um favor que ela nos faria!. - A voz repugnante de Khaterine disse amarga e tive que me controlar para não voltar e terminar o que eu tinha começado. - Acho melhor você calar sua boca, antes que eu termine o que minha mulher começou! - Ouvi a resposta de Allan e revirei os olhos fechando a porta do quarto, eu já tinha ouvido de mais. Quando cheguei no quarto, estava com tanto ódio que nem chorar eu consegui, nunca me senti com tanto desejo de matar uma pessoa como eu senti desejo de matar a Khaterine e o tal Marko, não uma morte rápida, más uma morte lenta e bem dolorida. Me joguei na cama e
Allan guardou a arma e simplesmente saiu do quarto de cara fechada, assim que ele saiu Ivy entrou, certamente devem ter ouvido os gritos. - Kallik!!! Ele está morto? - Ivy começou a chorar pelo irmão. - Não, Ele vai ficar bem, o corte não foi fundo, más é melhor levar em um médico, um raio x será ótimo. Kallik começou a resmungar acordando e assim que ele despertou por completo, fui com Alicia e Ivy levar ele ao médico. - Eu sinto muito por isso Kallik. - Disse assim que ele saiu da sala de raio x, sua cabeca ja tinha 3 pontos, graças a deus não tinha sido nada de grave. - Relaxa, eu tenho a cabeça dura de mais. - Ele piscou e eu podia jurar que ele estava dando duplo sentindo a frase. - Você não tem jeito mesmo. - Sorri diante das suas indiretas. - Talvez você possa dar um jeito em mim. - Você está mesmo querendo tirar a paciência d