DOMINIC
— Então quer dizer que finalmente você criou asas e vai voar para longe do ninho dos seus pais?
Debrucei-me sob a bancada do bar. Bea semicerrou seus olhos em min e soltou uma alta gargalhada.
— Pois é. Finalmente, não é? Pode rir, pode rir...
— Eu sempre disse que você precisava disso. Já é um homem, Dominic. Precisa agir como tal. — beberiquei minha bebida e dei de ombros. — Engraçado, o que te fez tomar essa decisão? Você nunca demonstrou interesse em sair de casa, salvo quando resolveu se casar com a Kate e fez planos sobre se mudar para seu apartamento, mas fora isso eu não me recordo de...
— Alina. — disse de modo súbito, e, só depois de seu nome saltar da minha boca é que me dou conta
ALINAAbri os olhos de modo súbito devido a claridade do sol que invadia todo o quarto. Fiz uma leve careta. Estava pronta para me remexer na cama e me espreguiçar no minuto em que me deparei com algo completamente fora do comum: Dominic estava sentado desajeitadamente no chão, enquanto sua cabeça estava recostada sobre uma pequena parte livre da minha cama, extremamente perto de mim.Ele dormiu ali. Ele dormiu ali, da maneira mais desconfortável possível, ele dormiu ali. Ele permaneceu comigo. Passamos boa parte da noite jogando conversa fora, mas não me recordava do momento em que havia pegado no sono.Um sorriso impensado se abrigou em meus lábios.Minha mão correu até seu rosto, e, sem pensar muito nas consequências do meu ato, decidi acarici
DOMINICNós estávamos falando sobre qualquer coisa que eu nem estava levando tão a sério. Eu a fazia rir propositalmente, porque queria ver mais vezes seu sorriso bonito no rosto. Depois de jogar conversa fora e de fazê-la rir até doer a barriga, um grande silêncio se fez presente. Eu apenas pisquei os olhos e, quando tornei a realidade, ela já estava dormindo.Não sei por quanto tempo fiquei admirando-a, mas foi tempo o suficiente para fazer com que eu me preocupasse com essa estranha necessidade que eu vinha tendo de olhá-la.O que infernos estava acontecendo comigo? Por que vê-la dormir parecia um passatempo tão bom? Por que... por que essa porra estava acontecendo comigo?Eu tava muito puto. Puto porque embora um lado meu me cens
DOMINICMeu coração tava acelerado pra uma porra. O tal do Jay continuava com a mão estendida na minha direção, mas um lado meu simplesmente se recusava a cumprimentá-lo. Não estava feliz em conhecê-lo, por que teria de fingir o contrário?O olhar fuzilante de minha mãe em mim penetrou-me de forma que eu tive de ir contra a minha vontade. Estendi minha mão e ela foi de encontro com a do ábutre.— Vou bem, e você? — apertei sua mão com força e só me dei por vencido quando o garoto fez uma careta e se esforçou para afastar sua mão da minha.Então eu tive de ocultar minha vontade de rir da sua cara.— Bem... — Ele sacudiu a m&ati
ALINA— Você está tão calada. Nunca foi calada desse jeito, Alina.Desviei meus olhos da piscina para Jay. Ele estava dentro da piscina, enquanto eu estava sentada na borda. Foi praticamente uma ordem de Amanda. Ela nos intimou a usar a piscina, que, segundo ela, estava sendo deixada de lado por todos da casa. Jay, sempre muito desinibido, aceitou a proposta sem nem pestanejar. Eu hesitei, mas, depois de muita insistência, aceitei o convite.— Não estou calada, é só que... não tem muito o que falar. — forcei um sorriso.— Faz praticamente dois meses que está aqui, não tem nenhuma novidade? Isso é sério?&n
ALINAMeus olhos se abriram ofuscados pela claridade. Então eu tornei a fechá-los depois que eles rejeitaram a luz penetrante. Quando, finalmente, os abri por completo, demorou alguns segundos até minha visão se ajustar completamente à luz ambiente.Tudo estava extremamente silêncioso. Não reconheci o local. Já desesperada, varri os olhos por todo ambiente até encontrar qualquer coisa que me fosse familiar. Foi quando meus olhos repousaram em Dominic, sentado numa cadeira reclinável, os olhos fechados, no que parecia ser um cochilo.Crispei a testa.Endireitei-me na cama e involuntariamente fiz a grade das laterais baterem e fundarem um barulho, fazendo assim o garoto abrir os olhos de modo súbito.— Hey! — ele ca
ALINANão precisei bater na porta para entrar no quarto em que Jay estava, visto que a porta estava quase completamente aberta. Empurrei-a com mais força do que deveria e entrei no quarto, a mala de Jay estava sob a cama. O loiro andava da cômoda até a mala e jogava as roupas de qualquer maneira dentro dela, como se estivesse descontando sua raiva naquele ato imbecil.— O que está fazendo, hein? — disse em um tom de censura. Jay me olhou rapidamente, e, em seguida, revirou os olhos.— Não parece óbvio, Alina? Estou arrumando a mala para ir embora!Ele parou por alguns segundos e me encarou, visivelmente aborrecido. Suspirei fundo.— Jay, não! Não faz isso!— Ué, por que não? Aceitei o convite do seu tio porque acreditei que se sentia sozinha, mas deu pra ver que eu estava super engan
DOMINIC— A gente pode parar por um segundo? — eu pedi à Alina antes de me jogar no sofá desajeitadamente.A ruiva me analisou rapidamente, em seguida, depositou a lata de tinta branca que tinha em suas mãos no chão, caminhou lentamente em minha direção e jogou-se em meus braços. Ela riu baixinho. Se aninhou em meus braços e eu fiz questão de deixá-la o mais confortável possível ali.Ali acomodou-se de modo a ficar fitando meu rosto, a medida em que brincava com a abertura da minha camiseta em formato de "V".— Eu nem sei o que faria sem você aqui, sabia? — admiti, desesperado para ver um sorriso brotar em seu rosto ao ouvir meu comentário.&mdas
ALINAQuando Dominic finalmente estaciona o carro na sombra de uma enorme árvore, ele suspira fundo e segura com força o volante e o meu coração estremece no peito. Não queria pensar que seu suspiro profundo tinha relação com ainda sentir alguma coisa pela Kate. Não depois de tudo que admitimos sentir um pelo o outro.A verdade é que vir ao casamento com ele não foi uma decisão fácil de se tomar. Não posso dizer que aceitei por pura insistência de sua parte, afinal de contas, não sou influenciável, mas... eu apenas decidi que vir com ele era o mais sensato a se fazer. Nós estamos juntos. Não é minha obrigação acompanhá-lo, mas a necessidade que tenho de estar ao seu lado fala mais alto que