ALINA
— Você está tão calada. Nunca foi calada desse jeito, Alina.
Desviei meus olhos da piscina para Jay. Ele estava dentro da piscina, enquanto eu estava sentada na borda. Foi praticamente uma ordem de Amanda. Ela nos intimou a usar a piscina, que, segundo ela, estava sendo deixada de lado por todos da casa. Jay, sempre muito desinibido, aceitou a proposta sem nem pestanejar. Eu hesitei, mas, depois de muita insistência, aceitei o convite.
— Não estou calada, é só que... não tem muito o que falar. — forcei um sorriso.
— Faz praticamente dois meses que está aqui, não tem nenhuma novidade? Isso é sério?
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ALINAMeus olhos se abriram ofuscados pela claridade. Então eu tornei a fechá-los depois que eles rejeitaram a luz penetrante. Quando, finalmente, os abri por completo, demorou alguns segundos até minha visão se ajustar completamente à luz ambiente.Tudo estava extremamente silêncioso. Não reconheci o local. Já desesperada, varri os olhos por todo ambiente até encontrar qualquer coisa que me fosse familiar. Foi quando meus olhos repousaram em Dominic, sentado numa cadeira reclinável, os olhos fechados, no que parecia ser um cochilo.Crispei a testa.Endireitei-me na cama e involuntariamente fiz a grade das laterais baterem e fundarem um barulho, fazendo assim o garoto abrir os olhos de modo súbito.— Hey! — ele ca
ALINANão precisei bater na porta para entrar no quarto em que Jay estava, visto que a porta estava quase completamente aberta. Empurrei-a com mais força do que deveria e entrei no quarto, a mala de Jay estava sob a cama. O loiro andava da cômoda até a mala e jogava as roupas de qualquer maneira dentro dela, como se estivesse descontando sua raiva naquele ato imbecil.— O que está fazendo, hein? — disse em um tom de censura. Jay me olhou rapidamente, e, em seguida, revirou os olhos.— Não parece óbvio, Alina? Estou arrumando a mala para ir embora!Ele parou por alguns segundos e me encarou, visivelmente aborrecido. Suspirei fundo.— Jay, não! Não faz isso!— Ué, por que não? Aceitei o convite do seu tio porque acreditei que se sentia sozinha, mas deu pra ver que eu estava super engan
DOMINIC— A gente pode parar por um segundo? — eu pedi à Alina antes de me jogar no sofá desajeitadamente.A ruiva me analisou rapidamente, em seguida, depositou a lata de tinta branca que tinha em suas mãos no chão, caminhou lentamente em minha direção e jogou-se em meus braços. Ela riu baixinho. Se aninhou em meus braços e eu fiz questão de deixá-la o mais confortável possível ali.Ali acomodou-se de modo a ficar fitando meu rosto, a medida em que brincava com a abertura da minha camiseta em formato de "V".— Eu nem sei o que faria sem você aqui, sabia? — admiti, desesperado para ver um sorriso brotar em seu rosto ao ouvir meu comentário.&mdas
ALINAQuando Dominic finalmente estaciona o carro na sombra de uma enorme árvore, ele suspira fundo e segura com força o volante e o meu coração estremece no peito. Não queria pensar que seu suspiro profundo tinha relação com ainda sentir alguma coisa pela Kate. Não depois de tudo que admitimos sentir um pelo o outro.A verdade é que vir ao casamento com ele não foi uma decisão fácil de se tomar. Não posso dizer que aceitei por pura insistência de sua parte, afinal de contas, não sou influenciável, mas... eu apenas decidi que vir com ele era o mais sensato a se fazer. Nós estamos juntos. Não é minha obrigação acompanhá-lo, mas a necessidade que tenho de estar ao seu lado fala mais alto que
DOMINIC— Então não houve casamento?Tia Sabrina questiona, visivelmente chocada.Nego, balançando a cabeça com certo descaso.— Ela... desistiu. Pediu desculpas e saiu correndo da capela. Entrou em um carro e afundou o pé no acelerador pra bem loge dali. — Alina explica.Mamãe e tia Sabrina abrem a boca num perfeito "O". Minha tia troca um olhar discreto com minha mãe que eu não consigo compreender o que significa.— Santo Deus! Que maluquice! Minha nossa...— Brina, a gente não pode se admirar tanto. Lexie fez o mesmo, lembra? — Minha mãe diz com um meio sorriso.Tia Brina afirma com
ALINAEu ainda estava sentada na cama encarando as chaves que tinha em mãos.Dominic quer que eu more com ele. Dominic me quer ao seu lado.Dominic me ama.São informações novas e que eu preciso me esforçar para assimilar. Quase cinco meses desde que cheguei para invadir a privacidade dos Sant e eu já encontrei o que achava que passaria toda uma vida procurando: um amor verdadeiro e recíproco. Que, apesar de ter começado da maneira que começou, estava dando certo.Já deu certo.Abri um sorriso pela quinta vez ao me ver pensando na grandiosidade que aquilo significava. Eu não conseguia acreditar nas coisas boas que estavam me acontecendo desde que mamãe partiu e eu pensei que jamais conseguiria ser feliz novamente.Estou tão concentrada nas chaves que tenho em mãos que mal percebo quando a porta do meu qu
DOMINICEu corro pelo corredor, ignorando o fato de que estou apenas de toalha e que a qualquer momento algum morador pode sair de seu apartamento e me flagrar naquele estado, feito um lunático.Quando estou prestes a alcançar o elevador em que Alina está, a porta simplesmente se fecha e ela desaparece do meu campo de visão.Talvez, por definitivo de minha vida.Apoio meus braços contra a parede do elevador e solto o suspiro mais pesado de toda a minha vida.Como tudo pode desmoronar numa porra de uma simples fração de segundos?— Tudo bem, garoto?Assustado, olho para o topo da escada da saída de emergência. Luís, o porteiro mais antigo do prédio, questiona-me, os cenhos erguidos.
ALINA"Decisões são difíceis de se tomar. Especialmente quando você precisa decidir entre duas coisas que lhe são importantes.”— Oi, mamãe... — inclinei-me sobre o jazigo de minha mãe, repleto de flores. A ventania bate forte contra meus cabelos, os fazendo bater em boa parte de meu rosto.Eu fecho os olhos por alguns segundos e me esforço em apenas me permitir sentir o vento frio defronte a meu rosto.Então, é inevitável. Uma lágrima escorre de meus olhos numa ação quase automática.Deposito os girassóis ao lado de sua foto.Tão linda.Tantas saudades.— Eu voltei, mamãe. São seis meses desde que estive aqui... Mas não teve um único dia em que não te senti por perto. — admito, baixinho. — Acho até que...