Depois daquele dia, tudo pareceu voltar ao normal, ao mesmo tempo, que me sentia confortável com minha normalidade, tinha a sensação que algo estava errado, faltando, fora do lugar. Eu não sabe realmente de onde vinha esse sentimento. De qualquer forma, nos últimos dias era. cada vez mais difícil encontrar com Danilo. Parecia está sempre me evitando. Além disso, os rumores sobre ele apenas aumentavam.— Gabriela, você viu o Danilo? Os professores estão notando a ausência dele na sala de aula e está circulando um rumo que ele bateu em uma estudante dessa escola até deixar ela sangrando. Preciso conversar com ele. — A professora me procurou novamente. Acho que ela tem muito medo dele ainda.— Não faço ideia de onde ele possa está. As provas estão chegando e preciso ficar nisso. Não quero que minhas notas acabem caindo por conta de problemas de terceiros. — Expliquei. Eu sabia que a garota que ele machucou foi eu, mas não foi com sua intenção, mesmo assim, ele ainda fez por se deixar lev
No outro dia, Danilo estava na sala de aula, sentado ao meu lado quando cheguei. Tinha um sorriso lindo no rosto. Dava uma sensação quentinha no coração. Será que é azia? Não sei. Os dias se passaram de par e par. Os rumores mudaram totalmente, agora falavam que eu havia domesticado Danilo. Que não era mais uma ameaça.— Gostou daquela lista de exercícios? Achei em uma banca lá perto de casa. Quer tomar algo enquanto estuda? — Danilo também mudou um pouco a forma de lidar comigo. Ele não apenas fazia bagunça e barulho buscando minha atenção. Parecia agora querer me ajudar. Era estranho, mas nem mais fácil de lidar.— Está tudo bem. E sabe que não se pode comer na biblioteca. Quando sair podemos pegar algo para comer na volta para casa. Acho que não tem problema. — Estou tentando ser um pouco mais flexível. Passar, comprar comida e comer enquanto andávamos não parecia algo ruim. Não quero mais sentir um vazio depois de uma conquista que almejei e lutei tanto.— Tudo bem. Quando você t
Enquanto eu digeria que meu primeiro beijo tinha acontecido no meio da rua, do nada, por um cara que me beijou, depois se afastou lendo uma revista, Danilo balbuciava algo incompreensível. Quem vai acabar louca nessa história serei eu, se continuar esse ritmo.— Estranho! — Danilo disse coçando a cabeça enquanto olhava uma página de uma revista.— Tenho que concordar, você é absurdamente estranho. O que diabos você estava tentando fazer? — perguntei tentando me recompor. Nunca sei o que esperar dele, mas me beijar, parece ter os limites da minha compreensão rasa sobre ele.— Aqui diz que quando beijamos a pessoa que gostamos, nosso coração dispara, temos uma sensação diferente. O meu coração não disparou. — Danilo explicou fazendo careta. — O que disparou?— Quê? Que tipo de pergunta é essa? — Como alguém pergunta algo assim como se não fosse nada.— Cientificamente falando, quando beijamos alguém que gostamos ou temos uma grande atração, acontece a dilatação dos vasos sanguíneos par
Nós últimos dias, tenho me sentido cada vez mais estranha e menos eu mesma. Com uma dificuldade de me consertar até nas coisas mais pequenas. Embora lá no fundo eu saiba exatamente o que andava acontecendo e porque toda minha atenção esvaziando, apenas prefiro negar a ideia.— Você viu a lista dos alunos em recuperação? Seu nome está lá. Como não veio fazer a prova, levou zero. Terá que estudar para refazer. — Explique para Danilo que me olhou surpreso.— Recuperação? O que é isso? — Danilo questionou surpreso.— Em que mundo você vive? A recuperação é feita para todos o que não atingiram a nota média. Dando uma segunda chance. Sério que você nunca ouviu falar sobre isso? — Às vezes me pergunto que vida Danilo vivia antes de entrar nessa escola. — Como você tirou zero em todas as matérias, por simplesmente faltar sem qualquer explicação para os professores, terá que fazer a recuperação.— Você também precisa fazer esse negócio? — Danilo me perguntou. Tive uma crise de riso. Será que
Me pergunto quem é essa garota, mas ela usa a farda da nossa escola. Mesmo que eu tente muito, não irei conseguir lembrar de qualquer forma. Nunca prestei atenção nas pessoas ao meu redor.— Por favor, vocês podem me ajudar. É muito importante e urgente. Caso de vida ou morte. — A garota alta, com o corpo incrivelmente perfeito de cabelos ruivos cacheados me disse. Queria correr com o Danilo dali. Perto dela, eu parecia uma menina de sete anos.— O que você quer da gente? — perguntei. Seria estranho só ir embora, né?— Preciso que vocês me ensinem. Descobri que vocês dois tem as melhores notas da escola. Eu preciso urgente passar na recuperação. Não posso ficar em prova final. Tenho um grande encontro com meus amigos que conheci em um jogo on-line, se eu não passar na recuperação, minha mãe vai me trancar dentro de casa e esconder a chave. Por favor! Eu imploro! — A garota que nem sequer se apresentou disse.— Meio que é estranho, eu nem conheço você. Minha mãe me disse para não fal
No fim, os dois combinaram de estudar depois da aula. Só não sei porque escolheram estudar bem do meu lado. De qualquer forma, não vai nada bem esse estudo.— Como vou adivinhar qual é o valor do X? Se quem fez a questão não sabe, eu que vou saber? — Sheila perguntou. Deu até vontade de rir.— Óbvio que ele não diria, o objetivo é você descobrir onde está o X a partir das informações que ele te passou. Se ele te desse essa resposta, que sentido faria? — Danilo devolveu. Pareceu até alguém sério falando. A versão professor dele, parece gente.— A questão manda eu encontrar X, certo? E se eu fizer isso, não chego ao objetivo? — Sheila circulou o X que estava na questão e colocou várias setas ao redor. Coloque a mão na cabeça e agradeci a Deus por não ter aceitado ajudar ela. Era uma missão impossível.— Você está certa. Deveria realmente valer. Na realidade, há uma construção errada na questão, abrindo espaço para essa resolução. Faz bastante sentido. O suficiente até mesmo para fazer c
O garoto era bem bonito, não tanto quanto Danilo, o corpo era bastante parecido, até mesmo na altura, mas o sorriso de Danilo, ainda era mais bonito. Quê? Onde está Danilo na história. Esse maldito se mete até onde não deve.— Gabriela? — O garoto voltou a me chamar. Estava com o pensamento tão distante que me assustei.— Desculpa, sempre que estou estudando entro em outra estação. Em que posso ajudar? — respondi envergonhada. Nem sequer estava estudando. Praticamente estava vendo Danilo plantando bananeira na minha cabeça. — Mais importante, quem é você mesmo?— Quê? Está brincando, né? Estudamos na mesma sala. Eu me sento em uma cadeira em frente a sua. Já fizemos até mesmo algumas atividades juntos. — O garoto me olhava surpreso. — Você deveria ser um pouco mais atenta, lembra ao menos o rosto dos seus colegas de turma. De qualquer forma, eu me chamo Felipe.— Ah! Bem. Realmente não lembrava do seu rosto e nem do seu nome. Me desculpa. Sou um pouco desatenta. — Mentira. Eu realment
Depois de conversar com Felipe um pouco mais, acabei pedindo um favor a ele. Iria facilitar bastante a vida de todos dessa forma. Acabei voltando para sala. Tinha deixado minha bolsa lá. Encontrei Sheila na cadeira chorando. Acho que as coisas deram muito errado nesse estudo desses dois seres estranhos.— Licença, você está em cima da minha bolsa. — Falei para Sheila que me olhou totalmente descabelada e com lágrimas nos olhos.— Contemple meu total desespero. Acabei de descobrir que sou uma porta. Não tem forma alguma de compreender o que ele está explicando. Não sei mais o que fazer, não pensei que fosse tão burra. Tudo que Danilo fala entra por um ouvido e sai por outro. Parece algodão doce na água, desmancha. Nada parece se fixar na minha cabeça oca. O tempo está acabando, se continuar nesse ritmo, não tem como conseguir passar. Definitivamente, não tem esperança nenhuma para mim. — Sheila disse com o maior drama que conseguiu.— Quanto drama. Sabe que a única função social nossa