As férias de verão finalmente chegaram, mas eu tinha arrumado um enorme problema e não sabia. Estávamos no primeiro dias das férias e Danilo não parava de me ligar.— Novamente? Sério? Eu já disse que não vou sair. Eu nem gosto de praia. — Já atendi falando. Já tinha perdido a paciência depois da décima ligação.— Quê? Mas você prometeu. Disse se eu ganhasse o jogo iria sair comigo nas férias. Até me deu boa sorte. Sabe como me esforcei para ganhar? Não vale desistir agora da promessa. — Danilo relembrou.— Sim, sim. Eu prometi, mas eu não lembro de ter dito que seria no primeiro dia das férias ou que seria em uma praia. Sabe que pode chover a qualquer hora. — Expliquei para ele, mas não parecia que ele iria desistir.No fim, Danilo insistiu tanto que acabou me vencendo pelo cansaço. Não iria conseguir estudar com tantas ligações de qualquer forma. Marcamos para nos encontrar em uma lanchonete próxima da minha casa.— Gabi! Vamos curtir o dia e nos divertir muito. — Danilo chegou grit
Danilo, Sheila e Pedro apareceram na minha casa com um carro dirigido pelo homem que cuida da loja que sempre encontramos o Danilo. Estavam insistindo muito para uma viagem em turma para pescar. Imagina, eu pescando. Também não, mas por tanta insistência, acabei aceitando.— Tudo bem mesmo eu ir? Não preparei nada. — Falei entrando na van que estava estacionado na frente da minha casa.— Não precisa eu e Pedro organizamos tudo mais cedo. Nem sabia quem vocês iriam, mas parece bem mais divertido — O homem que dirigia respondeu. Fico pensando se ele é o pai, tio ou irmão de Danilo. Nunca tive oportunidade de perguntar. Na verdade, não sei nem o nome dele.Algumas horas de viagem. Com direito a músicas chatas e alguns lanches. Finalmente chegamos ao nosso destino. Era uma paisagem belíssima. Com uma pequena cachoeira e um rio. Descemos, tiramos roda tralha da van. Realmente haviam se organizado bem. Até me senti envergonhada de ter vindo com a cara e a coragem Pisquei um segundo, Sheila
Antes de conhecer ele, o único objetivo e foco da minha vida era estudar. Fazia questão de ignorar qualquer interação com as outras pessoas. Algo assim, apenas iria atrapalhar os meus sonhos. Estudar, basicamente era o único significado que dei para minha existência, mas aquele garoto me fez questionar a minha vida, de uma forma que jamais pensei que fosse capaz.Já estamos no quinto dia que as aulas se iniciaram, desde uma luta sangrenta que ocorreu no primeiro dia de aula envolvendo um dos meus colegas de classe, a cadeira do lado da minha continuava vazia. Mesmo com sua detenção finalizada, ainda assim, o garoto problemático não voltou para escola. Talvez seja algo bom. Poderia ser desconfortável ter alguém assim do meu lado. Mesmo assim, como representante de classe, fui basicamente obrigada pelo professor, a entregar as apostilas com anotações das últimas aulas para aquele garoto.— Com licença, me chamo Gabriela, sou representante de classe. Fui designada para entregar algumas a
Só pode ser brincadeira, o que esse garoto está fazendo aqui? O que ele quer comigo? Será que vai me machucar? Ou abusar de mim? Tem tantos boatos sobre ele. Não faço ideia do que seja real ou não, mas tenho que arrumar uma forma de fugir dele.— Não tem ninguém vindo. Pode me seguir. Vem. — Danilo disso ao olhar ao redor e notar que não havia ninguém passando, mas para onde diabos ele quer ir? E porque eu tenho que o seguir?— Com licença, não estou entendendo, porque me trouxe aqui? — Perguntei ao notar que estávamos em uma praça bastante abandonada. Será que ele vai me ferir?— Encontrei um cachorro, deixei ele aqui, achei que seria mais seguro para ele. — Danilo explicou se agachando em um canto da praça.— Um cachorro? Você falou mesmo cachorro? — Eu não podia acreditar no que ouvi. Deveria está aliviada, mas aquele garoto era a própria definição de inconstância. Ele me ameaçou para vir aqui com ele ver um cachorro?— Na verdade, estou preocupado com ele. Parece bastante fraco. A
Não sei o que estou fazendo nesse lan house. Eu não me importo com ele. Porque deveria está preocupada se ele será expulso ou não da escola? Ele é uma distração. Ahh! Tanto faz. Já estou aqui mesmo, porque não falar com ele?— Bem-vinda, menina da sala do Danilo. Se veio procurar por aquele pirralho, ele não está. — O recepcionista disse.— Só vim deixar um recado da escola, se ele continuar evitando os professores e sem frequentar as aulas, será expulso da escola. Poderia passar esse recado para ele? — perguntei. Não sabia nem o que estava fazendo naquele lugar, mas ao menos fiz minha parte. — Bom, era só isso. Tchau.— Espera! Porque não joga um pouco? Pegue esse cartão, vai funcionar em todas as máquinas. É uma forma de agradecimento por vir deixar as apostilas e o recado agora. — o recepcionista disse me entregando um cartão.Acabei aceitando, estava um pouco curiosa para saber do que se tratava aquela loja. Quando entrei mais um pouco, percebi que haviam várias máquinas de jogos
Naquela tarde fria, regada às lágrimas honestas, eu ouvi a minha primeira (provável) declaração de amor, embora tenha sido daquele garoto e eu não tenha lá muita certeza se ele sabe exatamente a diferença dos sentimentos de amor e amizade. Não posso julgar, talvez eu também não saiba.— Definitivamente, você está entendendo tudo errado. Não tem como você gostar de mim. Talvez seja por não ter amigo, você está confundindo e entendendo mal o que sente. — foi a explicação que arrumei para mim, pelo menos. Não fazia sentido Danilo gostar de mim. O mais próximo que chegamos foi quando joguei o milkshake na cabeça dele, depois disso foi só ladeira abaixo. Nem sequer tivemos uma conversa sequer decente. Não faz sentido algum o que eles está dizendo.— Sério? Você acha que não tenho a capacidade de avaliar a forma que me sinto em relação a alguém apenas porque eu não tenho amigos? Acha que eu sou um idiota? Acha mesmo que sou tão desesperado assim por amigos? Mesmo que fosse essa verdade, nã
Sabe porque estuda parece o melhor caminho? Se eu me dedicar muito, tenho certeza que terei frutos disso. Serei retribuída de alguma forma no final. Colhemos o que plantamos, certo? Pelo menos, era isso que eu pensava, mas o que diabos eu fiz para colher Danilo em minha vida? Meus dias estão caóticos desde que ele voltou a frequentar a escola. Não tenho um minuto de paz.— Gabi! Me salva! Essas pessoas estão querendo me assaltar. Tem um assaltante dentro da escola! Eu te disse que esse lugar não era seguro. Sim, assustador. Acredita que me colocaram em uma rodinha e mandar eu entregar todo meu dinheiro? — Danilo gritava. Ao redor dele haviam vários garotos com nariz sangrando jogados ao chão.Olhando bem essa cena, que está precisando de ajuda nisso tudo não é o Danilo, mas quem tentou tirar o dinheiro dele. Melhor eu não me envolver nisso. Vou apenas ignorar e passar direto. Fugir é a melhor opção.— Gabi!! Para onde você está indo! ME ESPERA! — Danilo gritou correndo atrás de mim.
Me pergunto porque ainda permito que Danilo fique ao meu redor criando caos. Se me incomoda, eu deveria afastar ele, assim como fiz com todas as pessoas nos últimos anos. Mesmo dizendo isso, quando penso no que ele disse naquele dia. Me sinto estranha. O que foi aquilo do nada? Mesmo que eu pense muito nisso, não encontro qualquer resposta.— Professor, eu tenho uma pergunta. — Danilo levantou a mão. Toda a sala voltou atenção para ele.— Claro, Danilo. Qual seria sua dúvida? — O professor parecia feliz com a interação de Danilo na sala de aula. Era realmente um avanço. Para quem tinha um medo irracional da escola agora está até participando das aulas.— Professor, como faço para uma garota perceber que meu sentimento por ela é sincero e genuíno? — Danilo perguntou. Consegui até ouvir o barulho do vento passando de tão silencioso que ficou. Acho que eu falei cedo demais. Ele é um idiota.— Ouvir o que ela tem a dizer? Não sei. — O professor parecia nervoso.— Professor, o senhor con