Eu estava no meu limite. Não podia guardar mais nada daquilo para mim. Tinha que falar tudo que estava entalado na minha garganta. Se eu não colocar para fora, todo esse sentimento vai continuar me transbordando e me impedindo de agir como eu quero.— Danilo, quando eu disse que gostava de você, depois neguei, me senti frustrada ao ver que você se sentiu aliviado com isso. Eu nunca tinha sentido isso por ninguém ou dito. Estava insegura! Sei que eu disse que era mentira, mas você concordar tão bem, até parecer feliz por ser mentira, me deixou completamente abalada, confusa e insegura. — Me aproximei dele. Se já cheguei a esse ponto, não irei deixar nada guardado. — Você disse com intenção? Estava realmente feliz por ser mentira? Quer dizer que não sente mais nada por mim? Me diz agora o que eu faço com essa droga de sentimento. Eu gosto de você. E não posso mentir ou negar. É maior do que eu.— E porque guardou tudo isso até agora? Por isso estava tão estranha o dia todo? Não entend
Será que Danilo bateu a cabeça quando criança? Como ele passa do não se envolver para passar a noite juntos em segundos? Não faz nenhum sentido. Não vou nunca me acostumar com ele.— Não acha que é um pouco rápido? Nem sequer estamos namorando, fazer esse tipo de coisa... Acho que prefiro ir devagar, Danilo. Não estou pronta para esse passo. — É isso. Eu não me sinto segura para isso.— Quê? O que diabos você está pensando? Eu apenas não quero ir para casa. Preciso ficar em um lugar hoje, pensei que seria legal ficar com você. Não sabia do seu lado pervertido. — Danilo me olhava estranho.— O que você esperava que eu pensasse? Do nada, depois de me declarar, perder para passarmos a noite juntos, quem ia pensar em outra coisa. — Expliquei.— Se prestasse um poucos mais de atenção em mim, saberia que eu não faria isso. — Danilo disse sério. Se ele soubesse o quanto me distraiu prestando atenção nele, não falaria uma calúnia dessas.— Por te observar o suficiente, sei o quando é impulsiv
Quando levantei. Danilo já não estava mais na minha casa. Não sei quando ou como ele saiu, já que a casa estava totalmente trancada. Tomei um banho, me arrumei e comi algo. Estava super ansiosa com as notas da prova surpresa que tivemos. E corri para escola.Quando entrei na sala, a primeira pessoa que meu olhar encontrou foi o Danilo, estava muito bem sentado na cadeira dele. Seu cabelo ainda estava molhado. Usava um casaco diferente do que estava antes. O que me leva a crer que ele foi em casa.— Bom dia. — Danilo me olhou com um lindo sorriso, mas seus olhos estavam cheios de olheiras. Será que não conseguiu dormir?— Bom dia. Você... — Quando eu estava para perguntar sobre o que tinha acontecido com ele, o professor chegou.— Bom dia, turma. Sei que todos estão muito ansiosos pelos resultados. Então vamos começar entregando as provas e discutindo sobre a resolução da questão. Combinado? — O professor disse enquanto organizava as provas em sua mão.— Professor, eu não estava nada a
Danilo estava certo. O professor havia visto meu erro, mas decidiu ignorar. Achando que aquele pequeno deslize da minha parte não era algo sério. Me pergunto como vamos aprender a sobreviver no mundo, se os professores ignoram nossos erros. É muito melhor ter meu erro apontado e corrigido, do que apenas ignorado. No futuro, haverá muita gente para apontar o dedo para mim se eu errar. Eu deveria aprender como lidar com isso, na escola, acima de tudo, aprender como não errar.— Ah! Ele me deu flores e disse que me amava. — Duas amigas passaram do meu lado conversando. Pareciam empolgadas trocando confidenciais, não tão confidências assim já que falavam para todos ouvirem.Fiquei tão absorvida com o drama da prova, que por um tempo, acabei esquecendo totalmente que fui rejeitada por Danilo, ou quase isso. Prometi que faria com que ele se apaixonasse por mim. Sentisse o mesmo que eu sinto, mas como você faz com que alguém se apaixone? Até um dia desse nem sequer passava na minha cabeça me
Era fato, eu estava com ciúmes de todo sucesso que Danilo estava fazendo com as garotas, mas eu não podia dizer ou fazer nada. E no fundo, talvez eu não quisesse mesmo, ele estava feliz. Era um sentimento tão confuso da minha parte.Os dias se passaram, começaram os jogos internos da escola. Mesmo que eu odiando qualquer esporte, sou obrigada a participar de pelo menos, um dos eventos. Acabei escolhendo vôlei, mas não por saber ou ter mais afinidade, sim por ser um dos primeiros eventos e logo eu estaria livre.— Gabriela! Pela mor de Deus. Desde que começou o jogo você nem sequer saiu do lugar ou tocou na bola. Acorda! — Sheila me gritou. Estávamos perdendo. Ela era mais competitiva do que eu imaginei.— Não estou a fim. — Respondi fazendo careta. Sheila jogava super bem, mas o resto do time nem tanto.O jogo terminou. Tivemos uma derrota esmagadora. Sheila reclamou o tempo inteiro enquanto descansavamos na sombra de uma árvore. Eu só queria ler um pouco, mas acho que era meu castigo
Enquanto eu puxava Danilo no morrendo de medo de ser pega junto com ele e nós dois acabarmos expulsos. Ele olhava para minha mão puxando ele hipnotizado— Qual é, Danilo? Corre. Não podemos ser pegos. — Gritei. Danilo apertou o passo.Paramos ofegantes do outro lado da escola, bem longe de onde tudo havia acontecido. Por sorte, havia um bebedor por perto com sombra. Eu sentia que estava derretendo.— Me conta o que aconteceu. — Perguntei ofegante. Eu tirei ele de lá sem nem saber o que havia acontecido. Com toda certeza eu enlouqueci de vez.— Uma menina estava sendo pressionada a sair com ia meninos. Aquela que não parava de chorar. Fui tentar fazer eles pararem de importunar elas, apenas conversando, mas eles não apoiaram minha ideia. Quando eu vi tudo havia saído do controle. Ele estavam no chão sangrando, a menina chorando e uma multidão de pessoas assistindo tudo como um grande espetáculo. Engraçado que ninguém tento apartar ou ajudar a menina. Apenas assistiram tudo como se foss
As férias de verão finalmente chegaram, mas eu tinha arrumado um enorme problema e não sabia. Estávamos no primeiro dias das férias e Danilo não parava de me ligar.— Novamente? Sério? Eu já disse que não vou sair. Eu nem gosto de praia. — Já atendi falando. Já tinha perdido a paciência depois da décima ligação.— Quê? Mas você prometeu. Disse se eu ganhasse o jogo iria sair comigo nas férias. Até me deu boa sorte. Sabe como me esforcei para ganhar? Não vale desistir agora da promessa. — Danilo relembrou.— Sim, sim. Eu prometi, mas eu não lembro de ter dito que seria no primeiro dia das férias ou que seria em uma praia. Sabe que pode chover a qualquer hora. — Expliquei para ele, mas não parecia que ele iria desistir.No fim, Danilo insistiu tanto que acabou me vencendo pelo cansaço. Não iria conseguir estudar com tantas ligações de qualquer forma. Marcamos para nos encontrar em uma lanchonete próxima da minha casa.— Gabi! Vamos curtir o dia e nos divertir muito. — Danilo chegou grit
Danilo, Sheila e Pedro apareceram na minha casa com um carro dirigido pelo homem que cuida da loja que sempre encontramos o Danilo. Estavam insistindo muito para uma viagem em turma para pescar. Imagina, eu pescando. Também não, mas por tanta insistência, acabei aceitando.— Tudo bem mesmo eu ir? Não preparei nada. — Falei entrando na van que estava estacionado na frente da minha casa.— Não precisa eu e Pedro organizamos tudo mais cedo. Nem sabia quem vocês iriam, mas parece bem mais divertido — O homem que dirigia respondeu. Fico pensando se ele é o pai, tio ou irmão de Danilo. Nunca tive oportunidade de perguntar. Na verdade, não sei nem o nome dele.Algumas horas de viagem. Com direito a músicas chatas e alguns lanches. Finalmente chegamos ao nosso destino. Era uma paisagem belíssima. Com uma pequena cachoeira e um rio. Descemos, tiramos roda tralha da van. Realmente haviam se organizado bem. Até me senti envergonhada de ter vindo com a cara e a coragem Pisquei um segundo, Sheila