Danilo estava certo. O professor havia visto meu erro, mas decidiu ignorar. Achando que aquele pequeno deslize da minha parte não era algo sério. Me pergunto como vamos aprender a sobreviver no mundo, se os professores ignoram nossos erros. É muito melhor ter meu erro apontado e corrigido, do que apenas ignorado. No futuro, haverá muita gente para apontar o dedo para mim se eu errar. Eu deveria aprender como lidar com isso, na escola, acima de tudo, aprender como não errar.— Ah! Ele me deu flores e disse que me amava. — Duas amigas passaram do meu lado conversando. Pareciam empolgadas trocando confidenciais, não tão confidências assim já que falavam para todos ouvirem.Fiquei tão absorvida com o drama da prova, que por um tempo, acabei esquecendo totalmente que fui rejeitada por Danilo, ou quase isso. Prometi que faria com que ele se apaixonasse por mim. Sentisse o mesmo que eu sinto, mas como você faz com que alguém se apaixone? Até um dia desse nem sequer passava na minha cabeça me
Era fato, eu estava com ciúmes de todo sucesso que Danilo estava fazendo com as garotas, mas eu não podia dizer ou fazer nada. E no fundo, talvez eu não quisesse mesmo, ele estava feliz. Era um sentimento tão confuso da minha parte.Os dias se passaram, começaram os jogos internos da escola. Mesmo que eu odiando qualquer esporte, sou obrigada a participar de pelo menos, um dos eventos. Acabei escolhendo vôlei, mas não por saber ou ter mais afinidade, sim por ser um dos primeiros eventos e logo eu estaria livre.— Gabriela! Pela mor de Deus. Desde que começou o jogo você nem sequer saiu do lugar ou tocou na bola. Acorda! — Sheila me gritou. Estávamos perdendo. Ela era mais competitiva do que eu imaginei.— Não estou a fim. — Respondi fazendo careta. Sheila jogava super bem, mas o resto do time nem tanto.O jogo terminou. Tivemos uma derrota esmagadora. Sheila reclamou o tempo inteiro enquanto descansavamos na sombra de uma árvore. Eu só queria ler um pouco, mas acho que era meu castigo
Enquanto eu puxava Danilo no morrendo de medo de ser pega junto com ele e nós dois acabarmos expulsos. Ele olhava para minha mão puxando ele hipnotizado— Qual é, Danilo? Corre. Não podemos ser pegos. — Gritei. Danilo apertou o passo.Paramos ofegantes do outro lado da escola, bem longe de onde tudo havia acontecido. Por sorte, havia um bebedor por perto com sombra. Eu sentia que estava derretendo.— Me conta o que aconteceu. — Perguntei ofegante. Eu tirei ele de lá sem nem saber o que havia acontecido. Com toda certeza eu enlouqueci de vez.— Uma menina estava sendo pressionada a sair com ia meninos. Aquela que não parava de chorar. Fui tentar fazer eles pararem de importunar elas, apenas conversando, mas eles não apoiaram minha ideia. Quando eu vi tudo havia saído do controle. Ele estavam no chão sangrando, a menina chorando e uma multidão de pessoas assistindo tudo como um grande espetáculo. Engraçado que ninguém tento apartar ou ajudar a menina. Apenas assistiram tudo como se foss
As férias de verão finalmente chegaram, mas eu tinha arrumado um enorme problema e não sabia. Estávamos no primeiro dias das férias e Danilo não parava de me ligar.— Novamente? Sério? Eu já disse que não vou sair. Eu nem gosto de praia. — Já atendi falando. Já tinha perdido a paciência depois da décima ligação.— Quê? Mas você prometeu. Disse se eu ganhasse o jogo iria sair comigo nas férias. Até me deu boa sorte. Sabe como me esforcei para ganhar? Não vale desistir agora da promessa. — Danilo relembrou.— Sim, sim. Eu prometi, mas eu não lembro de ter dito que seria no primeiro dia das férias ou que seria em uma praia. Sabe que pode chover a qualquer hora. — Expliquei para ele, mas não parecia que ele iria desistir.No fim, Danilo insistiu tanto que acabou me vencendo pelo cansaço. Não iria conseguir estudar com tantas ligações de qualquer forma. Marcamos para nos encontrar em uma lanchonete próxima da minha casa.— Gabi! Vamos curtir o dia e nos divertir muito. — Danilo chegou grit
Danilo, Sheila e Pedro apareceram na minha casa com um carro dirigido pelo homem que cuida da loja que sempre encontramos o Danilo. Estavam insistindo muito para uma viagem em turma para pescar. Imagina, eu pescando. Também não, mas por tanta insistência, acabei aceitando.— Tudo bem mesmo eu ir? Não preparei nada. — Falei entrando na van que estava estacionado na frente da minha casa.— Não precisa eu e Pedro organizamos tudo mais cedo. Nem sabia quem vocês iriam, mas parece bem mais divertido — O homem que dirigia respondeu. Fico pensando se ele é o pai, tio ou irmão de Danilo. Nunca tive oportunidade de perguntar. Na verdade, não sei nem o nome dele.Algumas horas de viagem. Com direito a músicas chatas e alguns lanches. Finalmente chegamos ao nosso destino. Era uma paisagem belíssima. Com uma pequena cachoeira e um rio. Descemos, tiramos roda tralha da van. Realmente haviam se organizado bem. Até me senti envergonhada de ter vindo com a cara e a coragem Pisquei um segundo, Sheila
Antes de conhecer ele, o único objetivo e foco da minha vida era estudar. Fazia questão de ignorar qualquer interação com as outras pessoas. Algo assim, apenas iria atrapalhar os meus sonhos. Estudar, basicamente era o único significado que dei para minha existência, mas aquele garoto me fez questionar a minha vida, de uma forma que jamais pensei que fosse capaz.Já estamos no quinto dia que as aulas se iniciaram, desde uma luta sangrenta que ocorreu no primeiro dia de aula envolvendo um dos meus colegas de classe, a cadeira do lado da minha continuava vazia. Mesmo com sua detenção finalizada, ainda assim, o garoto problemático não voltou para escola. Talvez seja algo bom. Poderia ser desconfortável ter alguém assim do meu lado. Mesmo assim, como representante de classe, fui basicamente obrigada pelo professor, a entregar as apostilas com anotações das últimas aulas para aquele garoto.— Com licença, me chamo Gabriela, sou representante de classe. Fui designada para entregar algumas a
Só pode ser brincadeira, o que esse garoto está fazendo aqui? O que ele quer comigo? Será que vai me machucar? Ou abusar de mim? Tem tantos boatos sobre ele. Não faço ideia do que seja real ou não, mas tenho que arrumar uma forma de fugir dele.— Não tem ninguém vindo. Pode me seguir. Vem. — Danilo disso ao olhar ao redor e notar que não havia ninguém passando, mas para onde diabos ele quer ir? E porque eu tenho que o seguir?— Com licença, não estou entendendo, porque me trouxe aqui? — Perguntei ao notar que estávamos em uma praça bastante abandonada. Será que ele vai me ferir?— Encontrei um cachorro, deixei ele aqui, achei que seria mais seguro para ele. — Danilo explicou se agachando em um canto da praça.— Um cachorro? Você falou mesmo cachorro? — Eu não podia acreditar no que ouvi. Deveria está aliviada, mas aquele garoto era a própria definição de inconstância. Ele me ameaçou para vir aqui com ele ver um cachorro?— Na verdade, estou preocupado com ele. Parece bastante fraco. A
Não sei o que estou fazendo nesse lan house. Eu não me importo com ele. Porque deveria está preocupada se ele será expulso ou não da escola? Ele é uma distração. Ahh! Tanto faz. Já estou aqui mesmo, porque não falar com ele?— Bem-vinda, menina da sala do Danilo. Se veio procurar por aquele pirralho, ele não está. — O recepcionista disse.— Só vim deixar um recado da escola, se ele continuar evitando os professores e sem frequentar as aulas, será expulso da escola. Poderia passar esse recado para ele? — perguntei. Não sabia nem o que estava fazendo naquele lugar, mas ao menos fiz minha parte. — Bom, era só isso. Tchau.— Espera! Porque não joga um pouco? Pegue esse cartão, vai funcionar em todas as máquinas. É uma forma de agradecimento por vir deixar as apostilas e o recado agora. — o recepcionista disse me entregando um cartão.Acabei aceitando, estava um pouco curiosa para saber do que se tratava aquela loja. Quando entrei mais um pouco, percebi que haviam várias máquinas de jogos