Eu não me esforcei nem por um momento a pensar se aquela decisão seria uma boa ideia, eu simplesmente tomei um banho, me arrumei, peguei as chaves do carro e saí...Eu me vi dirigindo pelas estradas, perdido em pensamentos tumultuados que pareciam rodopiar em minha mente como um tornado de emoções conflitantes. O rádio estava ligado, mas as músicas pareciam apenas um ruído de fundo enquanto eu tentava racionalizar o turbilhão de sentimentos que me consumiam.Durante o trajeto até a casa da Viviane, meu coração parecia bater mais forte a cada quilômetro percorrido, não era apenas a incerteza do que encontraria quando batesse na porta dela, mas também a consciência pesada do passado que naquele momento se erguia como uma sombra ameaçadora sobre o meu casamento com a Kiara, foram as 2 horas mais longas da minha vida.Quando cheguei na casa dela, fiquei hesitante, mas determinado a resolver o que precisava ser resolvido. Dei uma batida firme, e o som parecia ecoar, esperei nervoso, e en
Eu estava ali, dividido entre a tentação e a responsabilidade, meu coração batendo descompassado enquanto encarava Viviane, cujos olhos faiscavam com uma energia sedutora. — Eu sei que você me deseja Lucas, eu consigo enxergar isso nos seus olhos. Porque resistir?Tentei me concentrar, afastar os pensamentos tumultuados que dançavam em minha mente como uma tempestade. Mas era difícil resistir à proximidade dela, ao calor de seu corpo tão perto do meu.— Temo que esse seja um caminho sem volta, se trata da minha vida, de tudo o que eu construí ao longo dos anos.— Ela largou você, nada te impede de...Ela se aproximou mais, tão perto que nossos lábios quase se tocavam, uma corrente elétrica percorrendo meu corpo, então ela continuou com a frase interrompida...— Nada te impede de me foder.— Ela sabia exatamente o que falar pra me convencer, ela era como um demônio prestes a tomar o meu corpo e minha mente.Num impulso, levei minha mão na cintura dela e a puxei pra mim, antes de me in
Eu cheguei em casa como um homem derrotado, cada passo era um peso extra sobre meus ombros já curvados pela culpa. Eu entrei na sala escura e vazia, me sentindo mais solitário do que nunca, o eco dos meus passos reverberava pelas paredes, ecoando minha própria angústia.Eu liguei as luzes, sentei no sofá, e encarei a moldura onde continha a foto do nosso casamento, e o sorriso da Kiara me quebrou em mil pedaços.Meu celular vibrou e quebrou o silêncio opressivo daquele momento, e em questão de segundos meu coração deu um salto de esperança ao ver o nome da Kiara na tela, mas essa esperança logo deu lugar ao medo enquanto eu decidia se atendia ou não aquela ligação.A passagem dos anos me fez aprender muitas coisas, uma delas foi a falar tudo o que me incomodava antes que os sentimentos se acumulassem e se tornassem algo pior e destrutivo, mas eu jamais imaginei colocar eu mesmo naquela situação, aquilo era algo que eu sabia que teria que encarar, então eu atendi.— Kiara?Tentei mant
A noite foi sufocante pra mim, e eu me encontrei perdido entre o prazer de ter penetrado a Viviane de novo, e o desespero de ter perdido o meu casamento.A verdade era que aquele não era o tipo de homem que eu gostaria que o meu filho fosse, e que o pior exemplo que eu poderia dar pra ele, era trocar um casamento bem estruturado de anos, por uma paixão de adolescência, aquilo já havia ido longe demais, e eu precisava agir, pois no fundo eu acreditava que ainda existia conserto no meu casamento.Quando o dia já estava amanhecendo, eu liguei pro meu sócio e informei que passaria alguns dias fora e que era pra ele cuidar de tudo, após isso, liguei pro Léo, afinal nós dois não iríamos poder passar o final de semana juntos.— Oi pai, bom dia.— Oi meu filho, desculpa ligar tão cedo.— Eu já estava acordado, algum problema?Era estranho ouvir o meu filho sempre fazer a mesma pergunta, pois os problemas realmente haviam se tirando frequentes, e a culpa era toda minha.— Eu estou indo pra cas
Ela empurrou o meu peitoral até me tirar completamente do quarto e fechou a porta na minha cara.— Kiara, meu amor, não faz isso, por favor.— Se você continuar insistindo, eu vou pra um hotel, Lucas.Eu balancei a cabeça derrotado, equando eu olhei pro lado, vi a minha mãe parada olhando pra mim com uma bandeja cheia de comida, e com um olhar de preocupação.— Dê um pouco mais de tempo pra ela, Lucas.Ela falou caminhando em minha direção.— Eu sinto que quanto mais tempo passa, menos chance eu tenho de consertar as coisas mãe.— Vamos conversar um pouco no seu quarto, eu estava indo deixar algo pra você comer.Eu peguei a bandeja das mãos dela, e juntos fomos pro quarto.— Me fale a sua versão dos fatos.Minha mãe perguntou enquanto eu mastigava a comida.Eu dei mais mastigadas do que o necessário na tentativa de pensar em como eu iniciaria aquela conversa.Se eu mentisse, ela iria perceber, afinal ela me conhecia mais do que qualquer pessoa no mundo, então eu contei tudo, nos míni
A cada segundo que passava, a raiva e a ansiedade aumentavam, e eu lutei para manter a cabeça fria, a ideia da Kiara dando a buceta pra outro cara estava me afetando mais do que eu fui capaz de imaginar.Eu entrei no carro e liguei o motor com um tranco. O caminho até o motel foi uma tortura, cada sinal vermelho parecia me provocar, cada carro lento parecia conspirar contra mim, a minha mente rodava em círculos, imaginando a pior das cenas. Eu apertava o volante com tanta força que os nós dos meus dedos estavam brancos.Quando finalmente cheguei ao motel, estacionei de qualquer jeito e desci do carro. Eu entrei na recepção com passos largos, e com os ânimos alterados,o recepcionista me olhou assustado.— Eu preciso saber qual quarto a Kiara está.Eu disse, tentando controlar a fúria na minha voz.— Desculpe, senhor, mas não podemos dar informações sobre os nossos hóspedes.Eu me inclinei sobre o balcão, tentando intimidá-lo.Eu não estou pedindo, eu estou mandando.— Desculpe senho
Duas horas depois, eu já estava exausto psicologicamente, a dor de cabeça que eu estava sentindo piorou mil vezes mais, e eu estava prestes a quebrar tudo naquele quarto, mas então eu ouvi batidas na porta.— Posso entrar?Era a minha mãe.— Pode sim mãe.— Eu trouxe esse chá pra você se acalmar.Embora eu não quisesse tomar nada naquele momento, eu aceitei pra não fazer desfeita.— Ela já chegou?Perguntei enquanto tomava um gole do chá sob o olhar atento da minha mãe.— Não.A vontade que eu tive foi de jogar a xícara de chá na parede, mas dei tudo de mim pra prender a minha respiração e não enlouquecer na frente dela.— Eu preciso fazer uma viagem pela manhã com o Mathias, e estamos com medo do que pode acontecer entre você e a Kiara na nossa ausência.— Vocês vão pra onde?— Haverá o casamento de um amigo da empresa, já havíamos programado nossa ida e não queremos falhar com ele, porém essa sua situação com a Kiara é preocupante Lucas.— Mãe, eu já sou um homem, não sou mais aquel
Eu senti como se a minha alma estivesse voltando pro corpo, e eu gritei...— Vagabundaaa!!!Eu olhei assustado para os lados, procurando vestígios da veracidade dos fatos, mas tudo não passava de um pesadelo.O meu corpo estava completamente suado, como se eu tivesse corrido uma enorme maratona, mas no peito eu carregava um vazio e uma dor imensa, como se eu realmente tivesse vivido aquele pesadelo.Eu levantei da cama, olhei o relógio e já passava das 03:00hrs da manhã, e eu cheguei a desconfiar que a minha mãe havia colocado algo no chá que eu tomei na intenção de me tranquilizar, pois não era possível que alguém tivesse dormido quase o dia todo como eu dormi, e ainda ter conseguido dormir mais até de madrugada.Eu saí do quarto e fui até o quarto da Kiara, eu virei a maçaneta e a vi na cama dormindo, o meu alívio foi instantâneo.Eu entrei, fechei a porta e caminhei silenciosamente até ela, e tentei deitar ao lado dela sem acordá-la, mas ela já estava acordada, e olhou pra mim com