Nós ficamos conversando um pouco na sala, eu, Victor e seus irmãos que pareciam ser bem legais, e eles eram tão divertidos quanto o irmão mais velho, acho que era de família.
- Que tal a gente pedir algumas pizzas? - Sugeriu Victor após algumas horas de conversa.
- Demorou. - Respondeu Chris bastante empolgado.
Enquanto Victor ligava para uma pizzaria para pedir as pizzas, eu fiquei jogando vídeo game com o Chris e com a Ari e por coincidência ou não, era o meu jogo preferido: Crash. Eles gostavam do mesmo jogo que eu, era muito surreal isso. Ficamos jogando play até as pizzas chegar, o que aconteceu cerca de uma hora depois. Victor pagou as pizzas e eu até quis ajudar, mas ele se negou dizendo que eu era visita e seria tudo por conta dele, o entregador pegou o dinheiro e foi embora.
- Atacar. - Gritou Ariele .
Eu ajudei eles a colocar a mesa e começamos a comer até passar mal, era umas 14 pizzas de sabores diferentes, uma melhor que a outra e ainda havia sobrado pizza para o dia seguinte.
- Bom, já está tarde, é melhor a gente ir dormir. - Falou Victor após o jantar.
- Mas recém é 23h. – Falou Christopher cabisbaixo.
- Mas já está tarde e amanhã cedinho todos nós temos aula. - Disse o mais velho.
- Tá bem. - Chris abaixou a cabeça e foi em direção ao quarto de Ariele.
Victor e eu fomos para o quarto dele e ele me mostrou onde eu dormiria, Victor tinha um beliche em seu quarto, pois ele dormia na cama de cima e seu irmão na cama de baixo, porém ele disse que eu poderia ficar com a de cima.
- Capaz, é sua, eu fico em baixo sem problema. - Falei meio envergonhado.
- Sabe o que é? É que eu sempre preferi a cama de baixo, mas Christopher diz que tem medo de altura, aí eu acabei deixando ele ficar com essa, mas quero aproveitar a oportunidade para dormir aqui. - Falou ao sentar na cama.
- Ah se é assim então está bem. - Sorri.
- Você não se importaria se eu dormir só de cueca, né? – Perguntou Victor ao tirar sua camisa. - Não consigo dormir de roupa com esse calor.
- Faça como você se sentir melhor. - Falei enquanto olhava cada detalhe de seu quarto.
E quando eu voltei a olhar para ele, Victor estava completamente semi nu, apenas de cueca box e com aquele peitoral malhado de fora.
''Cara, não faz isso comigo.'' - Pensei desejando ter aquele corpo só para mim.
- Se você quiser pode ficar só de cueca também. - Falou Victor com um lindo sorriso de orelha a orelha.
- Só de cueca? - Indaguei meio envergonhado.
- É. Não se preocupa cara, eu não sou gay não, fica tranquilo. - Brincou ao dar um leve sorriso.
''Obrigado por me lembrar disso.'' - Pensei ironicamente.
Eu me pus a tirar minha roupa, ficando apenas de cueca também e então ele colocou um filme para a gente ver, era um que estava a dar em um canal da tv a cabo e era muito legal, o nome era Agora e Para Sempre e falava de uma garota vivida por Dakota Fanning que tinha câncer e se apaixonava por um cara que por sinal era gostoso pra caraca e aí como já era de se esperar ele se apaixona por ela também, uma espécie de A Culpa é Das Estrelas (um dos meus filmes preferidos) só que o diferencial é que em Agora e Para Sempre o cara não morre, quem morre é a garota mesmo, desculpa o spoiler, pessoal, bom, isso não fica tão explícito assim, mas um bom entendedor entende isso e como eu sou um péssimo entendedor eu tive que buscar mais informações do filme na internet para saber que ela morreu, o que me deixou bastante triste.
Após terminar o filme por volta de umas 2h a gente ficou conversando, ele me falava de umas garotas que ele já havia pegado e eu inventei algumas garotas que nunca existiram.
- Ah, lembrei que a gente ainda não comeu a sobremesa. - Falou Victor ao se levantar da cama.
- Tem sobremesa? - Perguntei surpreso.
- Claro. - Saiu do quarto e foi em direção da cozinha.
Uns cinco minutos depois ele voltou com um pote de sorvete que estava pela metade e mais duas colheres pequenas, era sorvete de flocos, um dos sabores mais gostosos que tem.
- Pra gente. - Ele falou ao se sentar do meu lado.
Peguei uma colher que ele havia trazido e começamos a comer o sorvete que estava uma delícia.
- Tem mais três no freezer, então você pode comer a vontade. - Falou.
Comemos todo o pote de sorvete que estava delicioso e depois ficamos conversando até às 05h30 quando pegamos no sono e uma hora depois o despertador de Victor tocou para a gente levantar, mas ele não quis nem saber e desligou o alarme.
- Mano, vocês ainda não levantaram? A gente já está saindo. - Falou Ariele ao entrar em nosso quarto.
Sorte a nossa que à noite havia feito um friozinho e a gente acabou se cobrindo com um cobertorzinho, porque senão eu ia morrer de vergonha caso ela me visse só de cueca.
- Podem indo que a gente já vai levantar. Vamos entrar no segundo período hoje, pois no primeiro tem recuperação de matemática que a gente não ficou. - Falou Victor.
- Então está bem. - Ariele disse ao se retirar do nosso quarto.
- Que feio mentindo para a sua irmã. - Brinquei ao jogar levemente um travesseiro em Victor.
- Cala boca. - Falou Victor ao jogar o travesseiro de volta em mim.
Voltamos a dormir e acordamos quase meio dia, um pouco antes da Ari e do Chris chegarem do colégio, levantamos correndo para não dar tempo deles chegarem primeiro e arrumamos nossas camas para Ari não desconfiar de nada.
- Porque a Ari não estuda no nosso colégio? - Perguntei terminando de arrumar a cama em que eu dormira.
- Porque ela preferiu estudar no colégio que as amigas dela aqui da rua estudam. - Falou Victor enquanto guardava os travesseiros em seu roupeiro.
Colocamos uma roupa e em seguida Ari e Chris chegaram do colégio.
- Vocês já chegaram? - Perguntou Ari assim que eles chegaram em casa.
- Já. - Respondemos.
Nós almoçamos as pizzas que haviam sobrado enquanto Ari e Chris contavam como foram seus dias no colégio e nós inventamos algumas histórias de nosso dia no colégio e que não existira.
Ari estava no primeiro ano do ensino médio e era uma boa aluna embora conversasse bastante, segundo Victor. Já Christopher estava no segundo ano do fundamental e era muito inteligente, porém bastante bagunceiro, vivia recebendo bilhete da sua professora por aprontar com os colegas. Victor me contou que uma vez ele foi chamado na escola para conversar com a professora porque Christopher havia colocado cola na cadeira de um colega e levaram duas horas para desgrudar o menino e outra vez ele colocou um rato na sala de aula causando o maior pavor entre as meninas e a professora de Inglês que estava na sala no momento do ocorrido, confesso que cheguei a rir só de imaginar a cena.
Após terminarmos de almoçar a gente resolveu ir ao cinema ver o novo filme de terror que estava em cartaz, Chris não poderia ir porque ele era muito pequeno e o filme era proibido para menores de 16 anos, então Ari acabou ficando com ele já que ela odiava esse tipo de filme e também não tinha a idade mínima, assim fomos apenas Victor e eu, o que para mim era bem legal, já que eu adorava passar o tempo com ele, só eu e ele embora ele não gostasse do mesmo que eu.
O filme estava muito legal, embora muitas vezes eu tivesse ficado com medo e como se não bastasse isso Victor ainda ficava rindo da minha cara e dizia que eu estava parecendo uma garotinha, o que me deixou bastante irritado porque mesmo eu sendo gay odiava que falassem que eu pareço uma garota, o que não era verdade., as vezes, eu achava que ele fazia isso só para me irritar porque ele sabia que eu não gostava disso.Após o cinema eu peguei as minhas coisas na casa do Victor e voltei para a minha casa, mamãe e Karolayne queriam saber tudo que havia acontecido na casa de Victor e eu falei das pizzas, do filme que a gente vira em sua casa, só não mencionei a parte que a gente matara aula, porque senão mamãe ia matar seria eu. No ano passado eu resolvi matar aula com meus amigos porque a gente tinha prova de física e estávamos muito mal na matéria, então r
- Fala. - Falei ao atender o telefone.- Onde vocês estão? - Perguntou Giovanni.- Eu estou fazendo um lanche com um amigo e a Karol está na casa da Evelyn. - Tomeium gole de refrigerante.- Não vem muito tarde para casa que eu vi que vai cair um temporal hoje e pode deixar que eu busco a Karol. - Falou Giovanni que aparentemente parecia estar sóbrio.- Ok. Pode ir buscar a Karol. - Falei.Desliguei a ligação e guardei o celular no bolso traseiro da bermuda. Dei mais um gole em meu refrigerante.- Era meu padrasto. - Falei.- Ele vai buscar a sua irmã e você não se preocupa com isso? - Perguntou Victor.- Não. Pois ele parecia estar bem no telefone, conheço o jeito dele falar quando ele bebe e ele não havia bebido portanto a Karol não corre perigo com ele dessa vez. - Falei despreocupadamente enquanto terminava de comer.
Karol adorou Victor e logo já foi perguntando se podia andar de bicicleta com ele, que acabou aceitando, depois de percorrer quase o bairro todo paramos nossas bikes em um rio e começamos a nadar, Victor e eu nadamos apenas de bermuda e Karol nadou de roupa mesmo por ser menina, foi uma manhã e tanto, nos divertimos bastante, Victor era tão legal, eu estava tão feliz por finalmente sermos amigos.Voltamos para casa para almoçar, mas marcamos de sair à tarde.- Manuel, preciso te contar uma coisa. - Falou Karol com a voz trêmula enquanto almoçávamos.- Quando você me chama de Manuel é porque aí tem. O que foi dessa vez?- A minha professora quer falar com o meu responsável, só que mamãe trabalha o dia todo e Giovanni não é nada meu, então só sobrou você. – Falou Karol enquanto eu servia mais comida para ela.<
Chegamos lá antes do sinal tocar, a minha irmã me apresentou sua professora e depois foi brincar com os seus amigos. Engoli em seco de nervosismo por imaginar o que a professora da Karol podia querer comigo.- Por que não veio os pais da Karolayne? - Me perguntou a professora.A professora de Karol era uma moça jovem, loura de olhos castanhos e muito bonita, devia ter por volta de uns vinte e cinco anos e parecia ter muita paciência com seus alunos, não era a toa que minha irmã me falava muito bem dela.- O pai dela morreu há alguns anos e nossa mãe trabalha muito e não tem como faltar o serviço, mas pode falar comigo, eu sou irmão mais velho dela e passarei qualquer coisa para a nossa mãe. - Falei.- Ok. Sabe, a Karolayne sempre foi uma das minhas melhores alunas, sempre foi a primeira a acabar a tarefa, super inteligente, ela corrigia comigo todas as questõe
- Mana, vem cá. - Falei para minha irmã no dia seguinte enquanto eu me sentava em minha cama.- O que foi? - Perguntou Karol se sentando ao meu lado.- Sabe, eu conversei com a sua professora e ela disse que você anda muito diferente e quer saber? Eu também notei isso. Você não parece mais a minha irmãzinha de antes, sei que tem algo te incomodando, mas não sei o que é. Quer me contar? - Perguntei acariciando a sua mão que estava em cima da minha.- Desculpa, mas eu não posso. - Falou Karol cabisbaixa.- Por que não? - Perguntei preocupado.Karol não respondeu, apenas me olhou e voltou a abaixar a cabeça.- Alguém te ameaçou? - Perguntei.Ela negou num gesto com a cabeça e depois eu pude perceber uma lágrima cair de seu olho. Eu tentei explicar para a minha irmã que não era preciso ela ficar com med
Voltei para casa de noite, antes da mamãe voltar do serviço e ao me ver Karol veio correndo me abraçar e estava muito trêmula, parecia abalada com alguma coisa, como se tivesse visto algum fantasma, ou coisa do tipo.- O que foi? - Perguntei.Karol não me respondeu, apenas ficou cabisbaixa e chorando muito, não queria conversar comigo e não parava de tremer, o que acabou me assustando um pouco.- O que aconteceu? - Perguntei a Giovanni assim que ele saíra do banho.- Nada, por quê? - Ele perguntou parecendo um pouco nervoso.- O que você fez para a minha irmã? – O empurrei enfurecido.- Nada. - Dirigiu seu olhar para minha irmã.- O que você fez para ela? - Perguntei voltando a empurrá-lo. - Porque ela está chorando e não para de tremer?- Eu não sei. Ela estava aqui na sala vendo desenho enquanto eu trabalha
No dia seguinte Victor, Karol e eu acordamos bem cedo e resolvemos chamar os irmãos de Victor para um piquenique em um camping que tinha perto de nossas casas. O Camping Ecológico era o mais famoso da cidade, sempre tinha bastante gente e quando íamos lá tínhamos que chegar cedo para conseguir um bom lugar para acampar ou fazer um piquenique.O dia estava lindo, fazia muito calor, ficamos em um local com sombra e após terminarmos de lanchar Karol foi brincar com o Chris e eu, Victor e Ariele ficamos conversando alguns assuntos aleatórios.- Manuel, você tem namorada? – Me perguntou Ariele enquanto enrolava as pontas de seu cabelo negro e liso.Victor e eu nos olhamos em silêncio e ninguém conseguiu falar nada, confesso que tive um pouco de vontade de rir, e notei que o meu amigo também estava segurando o riso.- O que foi? - Perguntou Ariele sem entender o motivo de nosso sil
A aula foi tranquila naquela manhã, tivemos dois períodos de espanhol, um de geografia e dois de português, mesmo nesse dia só tendo as matérias que eu gostasse ainda assim eu estava ansioso para chegar de noite e Victor ir jantar comigo e minha família na casa de meu pai, queria muito que ele conhecesse a minha outra irmã também, eu já tinha falado dele pra ela, que já estava ansiosa para conhecê-lo.No fim Giovanni optou por não ir ao jantar, ele não se dava muito com o meu pai e achou que não seria bom ele ir conosco, e confesso que eu achava o mesmo, minha irmã e eu ficamos muito felizes quando soubemos que ele não iria conosco, já mamãe havia conseguido uma folga naquele dia para poder ir no aniversário da Kamilla. Victor foi com a gente e Ari ficou com o Chris na casa deles, ficamos sabendo que Giovanni não iria muito em cima da hora