Karol adorou Victor e logo já foi perguntando se podia andar de bicicleta com ele, que acabou aceitando, depois de percorrer quase o bairro todo paramos nossas bikes em um rio e começamos a nadar, Victor e eu nadamos apenas de bermuda e Karol nadou de roupa mesmo por ser menina, foi uma manhã e tanto, nos divertimos bastante, Victor era tão legal, eu estava tão feliz por finalmente sermos amigos.
Voltamos para casa para almoçar, mas marcamos de sair à tarde.
- Manuel, preciso te contar uma coisa. - Falou Karol com a voz trêmula enquanto almoçávamos.
- Quando você me chama de Manuel é porque aí tem. O que foi dessa vez?
- A minha professora quer falar com o meu responsável, só que mamãe trabalha o dia todo e Giovanni não é nada meu, então só sobrou você. – Falou Karol enquanto eu servia mais comida para ela.
- Mas você sempre foi boa aluna. O que você aprontou? - Perguntei um pouco surpreso com o que minha irmã havia falado.
- É que eu fiz uma coisa ontem que ela não gostou, esqueci de te falar antes.
- Ah, então foi por isso que você não quis ir ao colégio hoje. - Falei pensativo.
- Não, não foi, não. Eu juro que não inventei a história da dor e do pesadelo, era verdade mesmo. - Fez uma pequena pausa. - Manu, você me acompanha ao colégio amanhã?
- Ok, amanhã eu te levo e já falo com a sua professora. - Falei ao me servir mais suco.
- Obrigada mano. - Falou Karol sorridente.
O que minha irmã falara havia me deixado com uma pulga atrás da orelha, ela sempre havia sido boa aluna, nunca foi briguenta, nem teve notas abaixo da média e quando a gente recebia bilhete da professora era pra dizer que ela havia se machucado no recreio, ou algo do tipo.
À tarde Karol e eu voltamos a sair com Victor, brincamos o dia todo na rua e depois fomos na casa dele que apresentou seus irmãos para a minha irmã que gostou muito dos dois, principalmente do Chris, de quem ela ficou muito amiga. Ficamos jogando vídeo game e diversos jogos de tabuleiro que Victor e seus irmãos tinham em casa e mais tarde voltamos para as nossas casas, mamãe não havia chegado do serviço ainda, mas Giovanni já estava nos esperando e ele ficou nos olhando de um jeito horripilante principalmente para a Karol, me deu até calafrios.
- Eu vou tomar banho para tirar as más vibrações. - Brincou Karol se referindo ao olhar de Giovanni.
- Ok, eu vou com você. - Falei me pondo a tirar a minha camisa.
- Não! - Falou minha irmã.
- Por quê? - Perguntei surpreso. - A gente sempre toma banho juntos.
- Eu sei, mas eu não quero. Não quero mais que você me veja sem roupa.
- Mas quantas vezes eu já te vi sem roupa Karol, que bobagem é essa agora? - Perguntei surpreso.
- Eu quero tomar banho sozinha agora. Respeita a minha opinião, por favor. - Pediu minha irmã.
- Ok. Como você quiser... - Falei ao colocar de volta a minha camisa.
Dei um beijo em sua testa e me retirei de seu quarto. Cada vez eu ficava mais preocupado com a minha irmã, ultimamente ela estava tendo um comportamento muito esquisito, passou a fazer coisas que antes ela não fazia, a gente tomava banho juntos desde que ela tinha dois anos, no começo mamãe dizia que era para economizar água, mas nós acabamos adorando a ideia pois aproveitávamos para brincar no chuveiro ou na banheira, porém era difícil a gente tomar banho de banheira por eu ser muito grande e acabava ficando muito apertado lá.
Eu fui dormir mais cedo naquela noite, pois estava cansado e tinha aula no dia seguinte e eu ainda teria que falar com a professora da minha irmã. Era mais de meia noite quando eu acordei com um grito de Karol e lógico que eu fui correndo até seu quarto para ver o que acontecera com ela.
- O que foi Karol? Por que você gritou? - Perguntei ao entrar em seu quarto.
- Eu não quero dormir sozinha Manu. Deixa eu dormir com você, por favor. - Pediu minha irmã aos prantos e se pondo a me abraçar.
- Ei, deixo, claro. Pegue seu travesseiro que tem um lugar pra você na minha cama. - Falei.
- Não. Eu durmo num colchão ao lado da sua cama. - Falou Karol.
Fiquei sem entender o que se passara com a minha irmã, mas apenas concordei e ajudei ela a levar seu colchão para o meu quarto. Eu deitei em minha cama e Karol em seu colchão, ela estava muito inquieta e senti que algo a estava perturbando, só não sabia o que era.
- Quer conversar? - Perguntei pulando para o colchão de minha irmã.
Karol não me respondeu nada, apenas começou a chorar e me abraçou apertadamente como a tempos ela não fazia, lhe abracei de volta e fiquei ali com ela, sabia que ela precisava pôr para fora, me doía tanto não poder ajudar a minha irmãzinha, que sempre fora minha melhor amiga, eu amava a minha irmã de uma maneira sem igual, e me doía muito vê-la desse jeito.
- Ei princesinha, pode desabafar com o seu mano. Sabe que pode contar comigo para o que precisar, não sabe?
- Sei sim. Obrigada Manu. - Falou Karol chorando.
- Tem certeza que não quer que eu durma com você? - Perguntei.
- Tá legal, eu quero. - Pegou seu travesseiro e pulou para a minha cama.
Dormimos juntos e no outro dia nos levantamos bem cedinho, fizemos tudo o que a gente sempre fazia de manhã. Eu fui para o meu colégio e após terminar minha aula, fui correndo para casa para poder levar Karol para sua aula, já estava ansioso para saber o que a professora queria falar comigo, só estava torcendo para não ser nada grave.
Chegamos lá antes do sinal tocar, a minha irmã me apresentou sua professora e depois foi brincar com os seus amigos. Engoli em seco de nervosismo por imaginar o que a professora da Karol podia querer comigo.- Por que não veio os pais da Karolayne? - Me perguntou a professora.A professora de Karol era uma moça jovem, loura de olhos castanhos e muito bonita, devia ter por volta de uns vinte e cinco anos e parecia ter muita paciência com seus alunos, não era a toa que minha irmã me falava muito bem dela.- O pai dela morreu há alguns anos e nossa mãe trabalha muito e não tem como faltar o serviço, mas pode falar comigo, eu sou irmão mais velho dela e passarei qualquer coisa para a nossa mãe. - Falei.- Ok. Sabe, a Karolayne sempre foi uma das minhas melhores alunas, sempre foi a primeira a acabar a tarefa, super inteligente, ela corrigia comigo todas as questõe
- Mana, vem cá. - Falei para minha irmã no dia seguinte enquanto eu me sentava em minha cama.- O que foi? - Perguntou Karol se sentando ao meu lado.- Sabe, eu conversei com a sua professora e ela disse que você anda muito diferente e quer saber? Eu também notei isso. Você não parece mais a minha irmãzinha de antes, sei que tem algo te incomodando, mas não sei o que é. Quer me contar? - Perguntei acariciando a sua mão que estava em cima da minha.- Desculpa, mas eu não posso. - Falou Karol cabisbaixa.- Por que não? - Perguntei preocupado.Karol não respondeu, apenas me olhou e voltou a abaixar a cabeça.- Alguém te ameaçou? - Perguntei.Ela negou num gesto com a cabeça e depois eu pude perceber uma lágrima cair de seu olho. Eu tentei explicar para a minha irmã que não era preciso ela ficar com med
Voltei para casa de noite, antes da mamãe voltar do serviço e ao me ver Karol veio correndo me abraçar e estava muito trêmula, parecia abalada com alguma coisa, como se tivesse visto algum fantasma, ou coisa do tipo.- O que foi? - Perguntei.Karol não me respondeu, apenas ficou cabisbaixa e chorando muito, não queria conversar comigo e não parava de tremer, o que acabou me assustando um pouco.- O que aconteceu? - Perguntei a Giovanni assim que ele saíra do banho.- Nada, por quê? - Ele perguntou parecendo um pouco nervoso.- O que você fez para a minha irmã? – O empurrei enfurecido.- Nada. - Dirigiu seu olhar para minha irmã.- O que você fez para ela? - Perguntei voltando a empurrá-lo. - Porque ela está chorando e não para de tremer?- Eu não sei. Ela estava aqui na sala vendo desenho enquanto eu trabalha
No dia seguinte Victor, Karol e eu acordamos bem cedo e resolvemos chamar os irmãos de Victor para um piquenique em um camping que tinha perto de nossas casas. O Camping Ecológico era o mais famoso da cidade, sempre tinha bastante gente e quando íamos lá tínhamos que chegar cedo para conseguir um bom lugar para acampar ou fazer um piquenique.O dia estava lindo, fazia muito calor, ficamos em um local com sombra e após terminarmos de lanchar Karol foi brincar com o Chris e eu, Victor e Ariele ficamos conversando alguns assuntos aleatórios.- Manuel, você tem namorada? – Me perguntou Ariele enquanto enrolava as pontas de seu cabelo negro e liso.Victor e eu nos olhamos em silêncio e ninguém conseguiu falar nada, confesso que tive um pouco de vontade de rir, e notei que o meu amigo também estava segurando o riso.- O que foi? - Perguntou Ariele sem entender o motivo de nosso sil
A aula foi tranquila naquela manhã, tivemos dois períodos de espanhol, um de geografia e dois de português, mesmo nesse dia só tendo as matérias que eu gostasse ainda assim eu estava ansioso para chegar de noite e Victor ir jantar comigo e minha família na casa de meu pai, queria muito que ele conhecesse a minha outra irmã também, eu já tinha falado dele pra ela, que já estava ansiosa para conhecê-lo.No fim Giovanni optou por não ir ao jantar, ele não se dava muito com o meu pai e achou que não seria bom ele ir conosco, e confesso que eu achava o mesmo, minha irmã e eu ficamos muito felizes quando soubemos que ele não iria conosco, já mamãe havia conseguido uma folga naquele dia para poder ir no aniversário da Kamilla. Victor foi com a gente e Ari ficou com o Chris na casa deles, ficamos sabendo que Giovanni não iria muito em cima da hora
- Manu, a minha professora quer falar com você. - Disse minha irmã.- O que foi dessa vez? - Perguntei.- Não sei. Ela pediu para falar com o meu responsável e como a mamãe não vai poder ir, nesse caso ela estava se referindo a você. - Falou Karolayne.- Ok. Amanhã eu tenho trabalho de inglês pra fazer de tarde, mas eu vou te buscar na saída e já vejo o que a sua professora quer, mas espero que você não tenha aprontado nada.Karol me garantiu que não havia aprontado nada no colégio e mesmo sabendo que minha irmã não era de mentir eu não conseguia acreditar que estivesse tudo bem até porque se fosse assim sua professora não me chamaria, esperava apenas que a professora de minha irmã quisesse falar comigo apenas para dizer que ela apresentou melhoras e voltou a ser aquela garotinha dócil de sempre, at&ea
Naquele mesmo dia, porém à noite eu fui dormir na casa de Victor, estávamos muito próximos, cada vez mais amigos e de vez em quando um dormia na casa do outro e como das outras vezes, Ari e Chris dormiram no quarto da Ariele, Victor e eu ficamos no quarto que era dele e de Christopher.- Manuel, você gosta de algum garoto? - Perguntou Victor.- Por que a pergunta? - Questionei surpreso.- É que eu nunca te vi falar de ninguém e afinal nós somos amigos e vai que você goste de alguém e eu possa te ajudar com essa pessoa. - Fez uma pequena pausa. - Então, você gosta de algum garoto?- Gosto, gosto muito. Depois da minha irmã e da minha mãe ele é quem eu mais gosto. Sabe aquela pessoa especial que faz teu coração acelerar só de ouvir o nome dela? Aquela pessoa que nunca te deu esperanças mas que você não para de sonhar
Lá estava Victor apenas de cueca deitado em cima de uma garota que estava de lingerie, os dois me olharam surpresos, pois não imaginavam que alguém fosse interromper o momento ''só love'' deles. E eu ali parado sem saber o que dizer ou o que fazer, estava me sentindo um idiota, me senti aquele emoj de palhaço, ai que raiva! Ok, eu sabia no que Victor trabalhava e sabia que ele curtia garotas e tal, mas mesmo assim doeu, e doeu muito, não imaginava me deparar com uma cena dessas.- Manuel? - Perguntou Victor surpreso ao me ver ali parado.Nossa, eu tinha ficado muito mal em ver aqueles dois na cama do meu crush, e eu não pensei que Victor ''trabalhasse'' em casa e naquele horário, se é que podia chamar aquilo de trabalho. Tive vontade de chorar, de sair correndo, mas antes de fazer isso pude ver quando Victor se levantou depressa e começou a vestir sua calça, nesse instante eu sai correndo daqu