Foi-se mais uma semana de correria por emprego, luta incessante a procura de trabalho, minha animação já estava no fim, meus medos aflorando porque logo o dinheiro acabaria e eu não teria de onde tirar mais.
—Amiga, nossa faculdade começa amanhã e nada de emprego, estou realmente preocupada, já vamos para terceira semana e nada, você pelo menos fez algumas entrevias, e eu? —Olho para Bárbara focada no seu celular, absorta a situação, sem se preocupar com nada.
—Calma Suzan, relaxa, logo você estará empregada, você vai ver. —Ela mal termina de falar e meu telefone toca.
—Boa tarde, Srta. Suzana Santana Tavares? —Uma voz feminina fala meu nome completo.
<Eu não estava acreditando, mas tudo estava se encaminhando, matrícula na faculdade, uma das mais conceituadas, por sorte e por mérito, registro na carteira em um emprego que jamais imaginava que conseguiria, mesmo que de recepcionista, mas, em um dos gigantes escritórios da família Araújo, bom, só faltava o amor para completar, mas isso em minha vida era segundo plano, mesmo com compromisso com Cristian eu não queria me apegar, agora era hora de focar na carreira, não é fácil se tornar psicóloga sem estudar muito, eu espero que consiga dar conta de tudo.Agora sim, minha vida iria literalmente virar dos avessos, coisas que eu jamais poderia imaginar aconteceria, dores que eu jamais imaginava sentir, amores que jamais pensei em experimentar, amizades novas e muito diferentes das cúmplices que eu tin
Não sei como conciliar tudo agora, o trabalho de recepcionista era bom, mas tomava bastante do meu tempo, Bárbara começou a trabalhar em um restaurante bistrô como garçonete, até que pagavam bem.Eu queria mesmo era alugar um cômodo mais em conta e economizar algum dinheiro, queria mandar algo para o meu pai que, só me dava notícias de vez em quando.Cristian estava cada vez mais frio"preciso ligar para Carmen e saber detalhes do que está acontecendo".Pensei já pegando o celular.Já está um pouco tarde, mas conheço minha amiga, ela deve estar acordada, e espero que ela não tenha me abandonado.Peguei meu smartpho
Depois de algum tempo de estágio, faculdade e correria eu finalmente estava organizando minhas contas e iria alugar um AP, chamei Bah para rachar o aluguel comigo, claro que seria bom para mim porque dividiria a dívida, seria bom pra ela que teria privacidade, porém, no hotel pagava mais caro só que chegávamos e já estava tudo arrumado, café da manhã sempre pronto, ela preferiu ficar lá.Em um desses dias pedi para dona Nicole pra sair mais cedo, porque assim daria tempo de ver o AP antes da hora da faculdade, ela me liberou, era uma chefe excelente, e gostava muito do meu trabalho e da minha companhia também.A última vez que ela estava agoniada no telefone, era seu Rick brigando com ele, por ter deixado o escritório algumas vezes para fazer trabalho fi
Como sempre digo, alegria de pobre dura pouco.Eu diria que se não fosse a faculdade me exigir ficar sem celular, minha alegria teria durado menos de quatro horas.Cheguei em casa cansada de tantas atividades, joguei minha mochila com notebook e tudo sobre a cama.Olhei para Bárbara que dormia como um bebê.Troquei de roupas e sentei para olhar minhas redes sociais e as mensagens.Mensagem da Carmen.É claro que seria a primeira coisa a abrir né.—Amiga, eu estive com Dulce e a notícia que tenho para você é
Ir para o trabalho no dia seguinte não foi fácil, mas minhas obrigações não poderiam ser prejudicadas por obstáculos ou imprevistos.Ao levantar cedo me deparei com olheiras enormes e arroxeadas nos olhos, eu precisava disfarçar essa "cara" de morta.—Bah, acorda, preciso da sua ajuda.Minha amiga virou para o canto não me dando bola, continuei chamando até que ela acordasse.—Meu Deus amiga, eu acabei de acordar e estou com a cara melhor que a sua. Teve pesadelos? —Ela ainda debocha de minhas olheiras.—Preciso disfarçar isso, não posso ir para empresa assim, e você sabe que n&
Os dias estavam conturbados, passavam como ventos e tempestades, cada dia era uma luta, Sr. Rodolfo me odiava, tanto porque dona Nicole confiava seus segredos a mim, como por Tony ficar atrás de mim, bancando o apaixonado.No meio do expediente, recebi uma ligação. Número desconhecido. DDD do Nordeste, eu não queria atender, pois estava no horário de trabalho.Dona Nicole passou perto de mim, no momento em que eu tentava desligar a ligação.—Suzan, pode atender, pode ser importante. —Ela fala e segue seu caminho até a sala.—Obrigada senhora... —Alô?—Suzan...? —Uma voz aflita e e
No dia seguinte, a primeira coisa que dona Nicole fez, foi me chamar na sua sala, como eu já era acostumada, sabia que ela poderia só precisar desabafar, ou era a pior coisa da minha vida, ela queria saber o que tinha acontecido com o seu marido.—Entre e feche a porta. —Dessa vez ela estava muito séria, e isso tirou meu breve conforto. —Sente-se Suzana. Agora eu tremi, ela não costumava me chamar pelo nome completo, a não ser quando iria me apresentar.—Ok, precisa de algo Sra.?—Preciso sim, primeiro que não me chame de senhora, me sinto velha. Segundo, quero que me esclareça, o que estava acontecendo na sala do Rodolfo, eu sinto que alguma coisa estava errada, preciso saber em detalhes.
A conversa com minha amiga foi satisfatória, agora tudo o que eu passava eu contava a ela, eu desabafava completamente, não tinha segredos nenhum entre nós.Tudo parecia estar mais tranquilo, mas minha cabeça não parava de pensar no que fazer para tirar meu pai da cadeia, o que era verdade, o que era falso, já não tinha para onde correr, eu precisava encará-lo de vez.A próxima ligação do Nordeste que recebi não desliguei, tentei ouvir o meu pai e tudo o que ele tinha para falar.—Minha filha, com que tipo de pessoas você se meteu aí, estou sendo ameaçado diariamente e a pessoa diz que é culpa sua.—Como assim pai, porque? —Falei espantada, mas sabia realmente o que ele estava falando.—Sua amiga veio aqui me perguntar onde você estava e pedir seu contato, de repente encheu de policiais no portão, dizen