Riuk
Tudo parecia rodar à minha volta, mas ao mesmo tempo, uma clareza nova estava surgindo dentro de mim. Com a morte de Vincent, algo dentro da minha mente se libertou, como se uma barreira tivesse sido rompida. As memórias que antes estavam escondidas voltaram à tona com uma força avassaladora.
Enquanto Sarah falava sobre o Rei dos Bruxos, lembrei da minha mãe. A imagem dela gritando em desespero enquanto Vincent me segurava com magia... como se eu fosse uma marionete. Aquele momento tinha ficado preso em mim, guardado, escondido. Mas agora, tudo fazia sentido. Eu era o hospedeiro. Era o recipiente que Vincent ofereceu ao Rei dos Bruxos para sua reencarnação.
Eu me virei para meu pai, Ragnar, que estava lutando para me salvar. Ele tentava desesperadamente encontrar uma maneira de me tirar daquela situação. Mas, talvez... talvez, apenas eu pudesse me salvar.
Olhei para Sarah e algo chamou mi
RagnarAs palavras de Riuk ecoavam em minha mente, mexendo comigo de uma forma que eu não sabia como lidar. Ele parecia tão confiante, tão certo de algo que eu não conseguia ver. Queria ter essa mesma confiança, mas meu lobo gritava para eu agir, para atacar, para acabar com tudo. Mas como eu poderia? O poder de Sarah estava concentrado em meu filho, e qualquer movimento errado poderia custar a vida dele."É engraçado ver o Alfa Supremo tão vulnerável," ela debochou, virando Riuk para que ele me encarasse. O que me chamou a atenção foi que ele não estava mais tremendo. Algo havia mudado, e eu não conseguia entender o que era. O que ele fez? O que havia provocado essa mudança repentina?"Solte-o!" Ordenei, minha voz carregada de fúria. "Lute comigo, não com uma criança indefesa!" Ela apenas riu, passando os dedos pelos cabelos de Riuk e depois se
RagnarA luz que emanava do peito de Riuk era tão intensa que fazia o ar vibrar ao nosso redor. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas senti um poder antigo e imenso se libertando de dentro dele, como se uma força oculta estivesse desperta pela primeira vez. O medalhão, ainda preso ao braço de Sarah, começava a brilhar, pulsando em sincronia com a luz de Riuk.Ela, percebendo o que estava acontecendo, soltou um grito de fúria e se voltou para ele, a mão estendida em sua direção. "Isso não vai te salvar, garoto!" A voz dela era como veneno, o ódio transbordando. "Se você é mesmo um receptáculo de poder, então eu vou drená-lo até que não sobre nada!""Riuk, não deixe que ela te toque!" gritei, tentando avançar, mas uma barreira invisível me impedia de chegar até ele. O poder de Sarah formava um campo ao
CameronA conexão mental que eu tinha com Ragnar, sempre presente no fundo da minha mente, de repente se fechou como uma porta trancada. Era como se ele tivesse recebido minha mensagem e, logo em seguida, apagado nossa ligação. Eu tentei alcançá-lo de novo, desesperada por informações, por qualquer sinal de que ele e Riuk estavam bem. Mas não havia nada além de um vazio sufocante. Como se a voz dele tivesse desaparecido para sempre.Meu coração batia rápido, e a sensação de pânico aumentava a cada segundo. Precisava fazer algo, não podia simplesmente ficar parada. Corri em direção à porta, mas minha família já estava me cercando. "Eu preciso ir para o Leste!" gritei, tentando passar por eles, mas os braços de papai se fecharam ao meu redor, me impedindo de avançar."Cameron, você precisa se controla
CameronO jato cortava os céus a caminho do Leste, mas eu mal sentia o movimento. Meu corpo tremia involuntariamente, um tremor que eu não conseguia controlar. Era como se minha própria carne estivesse reagindo ao medo que queimava em mim. Tentava me convencer de que era apenas o estresse, a ansiedade... mas uma parte de mim sabia que era mais do que isso. Algo estava errado. Eu podia sentir. Cada fibra do meu ser gritava que algo terrível havia acontecido, mas eu me recusava a acreditar. Não podia. Eu me agarrava à esperança, implorando silenciosamente para que minha intuição estivesse errada.Meus pais e Mallory estavam ao meu lado, e o silêncio no jato era pesado, cheio de uma tensão sufocante. Ninguém sabia o que dizer, e talvez não houvesse mesmo nada a ser dito. Eu evitava os olhares preocupados deles, preferindo me concentrar na respiração ofegante que tentava
RagnarEstava parado ao lado da cama de Riuk, os braços cruzados e o olhar fixo no rosto dele. Ele continuava apagado, inerte desde a batalha contra Sarah. Nenhum dos médicos conseguia explicar o motivo de sua condição, apenas sugeriam que o uso de uma magia tão poderosa o havia esgotado além dos limites. A preocupação era uma sombra constante que me envolvia. Nada parecia ter importância enquanto ele estivesse nesse estado.Então, um grito ecoou pelos corredores do hospital, alto e carregado de dor. Meu lobo reagiu instantaneamente, uivando dentro de mim em resposta. Reconheci o som imediatamente. Era Cameron. Saí do quarto correndo, seguindo o som do seu choro desesperado. Cada passo aumentava minha agonia; precisava chegar até ela.Quando virei o corredor, vi a multidão aglomerada, tentando entender o que estava acontecendo. Cameron estava no chão, envolta pelo ab
RagnarQuando Cam entra no quarto, sinto o peso do momento desabar sobre nós. Seu corpo vacila, e eu a amparo rapidamente, segurando-a com firmeza. Ela leva a mão à boca, o olhar fixo em Riuk. Ele está deitado, com fios presos à cabeça para monitorar sua atividade cerebral e uma canaleta nasal para ajudá-lo a respirar. A cena é devastadora, e o pânico nos olhos dela é evidente. Ela caminha até a cama, pegando a mão de Riuk com uma delicadeza que s&o
CameronO silêncio no quarto de hospital era cortante, quase cruel. Eu estava sentada ao lado de Riuk, segurando sua mão, tentando ao máximo não deixar o pânico me consumir. A respiração dele era baixa, controlada pela máquina que o mantinha vivo, e o leve movimento de seu peito era a única prova de que ele ainda estava aqui, ainda lutando.Dentro de mim, a oração à Deusa era uma súplica silenciosa, repetida tantas vezes que as palavras já não faziam sentido. "Por favor... traga-o de volta para mim. Não me deixe perdê-lo. Não deixe que a magia maligna de Sarah o leve embora." Eu estava apavorada com a ideia de que Riuk nunca mais acordasse, de que aquela maldição o tivesse corrompido de um jeito que nem mesmo a Deusa pudesse desfazer. A ideia de nunca mais ver os olhos dele se abrindo, de nunca mais ouvir sua voz, me
RagnarO quarto estava cheio de vozes, todas sobrepostas umas às outras em uma onda de felicidade e alívio. A família de Cameron tinha entrado, radiantes com a recuperação de Riuk, suas conversas alegres enchendo o ar. Eu via o sorriso no rosto de todos, mas minha atenção estava em apenas uma pessoa: minha Luna. Cameron estava cercada por sua família, seus pais e Riuk, e eu observava como ela interagia, respondendo aos sorrisos e às perguntas com uma leveza que, de fora, parecia genuína. Mas eu conhecia bem minha companheira. Sabia ler nas entrelinhas de suas expressões. Algo estava errado.Mesmo com o sorriso no rosto, havia uma sombra em seus olhos. Algo que ela não queria demonstrar para os outros. Ela escondia bem, como sempre fazia, mas não de mim. Aquele era um olhar que eu reconhecia, algo a perturbava profundamente.Riuk, agora sentado na cama, par