Cameron
A conexão mental que eu tinha com Ragnar, sempre presente no fundo da minha mente, de repente se fechou como uma porta trancada. Era como se ele tivesse recebido minha mensagem e, logo em seguida, apagado nossa ligação. Eu tentei alcançá-lo de novo, desesperada por informações, por qualquer sinal de que ele e Riuk estavam bem. Mas não havia nada além de um vazio sufocante. Como se a voz dele tivesse desaparecido para sempre.
Meu coração batia rápido, e a sensação de pânico aumentava a cada segundo. Precisava fazer algo, não podia simplesmente ficar parada. Corri em direção à porta, mas minha família já estava me cercando. "Eu preciso ir para o Leste!" gritei, tentando passar por eles, mas os braços de papai se fecharam ao meu redor, me impedindo de avançar.
"Cameron, você precisa se controla
CameronO jato cortava os céus a caminho do Leste, mas eu mal sentia o movimento. Meu corpo tremia involuntariamente, um tremor que eu não conseguia controlar. Era como se minha própria carne estivesse reagindo ao medo que queimava em mim. Tentava me convencer de que era apenas o estresse, a ansiedade... mas uma parte de mim sabia que era mais do que isso. Algo estava errado. Eu podia sentir. Cada fibra do meu ser gritava que algo terrível havia acontecido, mas eu me recusava a acreditar. Não podia. Eu me agarrava à esperança, implorando silenciosamente para que minha intuição estivesse errada.Meus pais e Mallory estavam ao meu lado, e o silêncio no jato era pesado, cheio de uma tensão sufocante. Ninguém sabia o que dizer, e talvez não houvesse mesmo nada a ser dito. Eu evitava os olhares preocupados deles, preferindo me concentrar na respiração ofegante que tentava
RagnarEstava parado ao lado da cama de Riuk, os braços cruzados e o olhar fixo no rosto dele. Ele continuava apagado, inerte desde a batalha contra Sarah. Nenhum dos médicos conseguia explicar o motivo de sua condição, apenas sugeriam que o uso de uma magia tão poderosa o havia esgotado além dos limites. A preocupação era uma sombra constante que me envolvia. Nada parecia ter importância enquanto ele estivesse nesse estado.Então, um grito ecoou pelos corredores do hospital, alto e carregado de dor. Meu lobo reagiu instantaneamente, uivando dentro de mim em resposta. Reconheci o som imediatamente. Era Cameron. Saí do quarto correndo, seguindo o som do seu choro desesperado. Cada passo aumentava minha agonia; precisava chegar até ela.Quando virei o corredor, vi a multidão aglomerada, tentando entender o que estava acontecendo. Cameron estava no chão, envolta pelo ab
RagnarQuando Cam entra no quarto, sinto o peso do momento desabar sobre nós. Seu corpo vacila, e eu a amparo rapidamente, segurando-a com firmeza. Ela leva a mão à boca, o olhar fixo em Riuk. Ele está deitado, com fios presos à cabeça para monitorar sua atividade cerebral e uma canaleta nasal para ajudá-lo a respirar. A cena é devastadora, e o pânico nos olhos dela é evidente. Ela caminha até a cama, pegando a mão de Riuk com uma delicadeza que s&o
CameronO silêncio no quarto de hospital era cortante, quase cruel. Eu estava sentada ao lado de Riuk, segurando sua mão, tentando ao máximo não deixar o pânico me consumir. A respiração dele era baixa, controlada pela máquina que o mantinha vivo, e o leve movimento de seu peito era a única prova de que ele ainda estava aqui, ainda lutando.Dentro de mim, a oração à Deusa era uma súplica silenciosa, repetida tantas vezes que as palavras já não faziam sentido. "Por favor... traga-o de volta para mim. Não me deixe perdê-lo. Não deixe que a magia maligna de Sarah o leve embora." Eu estava apavorada com a ideia de que Riuk nunca mais acordasse, de que aquela maldição o tivesse corrompido de um jeito que nem mesmo a Deusa pudesse desfazer. A ideia de nunca mais ver os olhos dele se abrindo, de nunca mais ouvir sua voz, me
RagnarO quarto estava cheio de vozes, todas sobrepostas umas às outras em uma onda de felicidade e alívio. A família de Cameron tinha entrado, radiantes com a recuperação de Riuk, suas conversas alegres enchendo o ar. Eu via o sorriso no rosto de todos, mas minha atenção estava em apenas uma pessoa: minha Luna. Cameron estava cercada por sua família, seus pais e Riuk, e eu observava como ela interagia, respondendo aos sorrisos e às perguntas com uma leveza que, de fora, parecia genuína. Mas eu conhecia bem minha companheira. Sabia ler nas entrelinhas de suas expressões. Algo estava errado.Mesmo com o sorriso no rosto, havia uma sombra em seus olhos. Algo que ela não queria demonstrar para os outros. Ela escondia bem, como sempre fazia, mas não de mim. Aquele era um olhar que eu reconhecia, algo a perturbava profundamente.Riuk, agora sentado na cama, par
CameronO jato pousou suavemente na pista privada da nossa mansão em Denver. O sol estava baixo, lançando um brilho dourado nas árvores ao redor, como se tudo ao nosso redor estivesse banhado por uma tranquilidade que eu simplesmente não conseguia sentir. Riuk estava conosco, finalmente de alta, e meus pais, Jordan e Celine, junto com minha irmã Mallory, nos acompanharam no voo de volta para casa.Assim que as portas se abriram, Eron e Libby, correram até nós. Ambos estavam ansiosos, seus sorrisos contagiantes, e mal puderam esperar para abraçar Riuk. Eles se lançaram para ele com tanto entusiasmo que eu e Ragnar tivemos que intervir, pedindo calma. Eu vi a felicidade nos olhos de todos, mas dentro de mim... algo não estava certo."Com cuidado," Ragnar pediu gentilmente, colocando uma mão firme no ombro de Eron, seu tom calmo, mas cheio de autoridade. Era o Alfa falando
RagnarNaquela manhã, não havia mais espaço para adiamentos. Marquei a consulta para Cameron, apesar de ela insistir que estava bem. Eu sabia que ela tentava me tranquilizar, mas a verdade é que eu precisava que o médico confirmasse isso. Depois de tudo que havíamos passado, eu não conseguia tirar da cabeça a ideia de que o estresse, a tensão, poderiam ter afetado nosso bebê ainda mais. E eu não estava disposto a correr esse risco.Sentados na sala de espera, o silêncio entre nós era carregado. Tentei segurar a mão de Cameron, buscando uma forma de confortá-la, mas ela me lançou um olhar duro, como quem diz que não precisa de mim para se manter forte. Ela sempre foi assim, feroz na sua independência, mas desta vez, eu não cederia.“Cam,” murmurei, mantendo minha mão firme na dela. “Eu preciso
CameronJá fazia dias que eu estava trancada no quarto, o peso de cada hora passando lentamente. Meus meninos vinham me ver, se deitavam ao meu lado, tentando trazer algum conforto. Eles sempre conseguiam, mas a ausência de Ragnar era um buraco no meu peito. Ele estava lidando com problemas urgentes — o Leste precisava de um novo Alfa, alguém forte e digno para liderar, e Ragnar estava à frente dessa escolha. Eu entendia o quanto ele se importava com aquela alcateia, o quanto ele lutava por eles. Mas isso o mantinha longe de mim. Fazia três dias que ele não estava realmente presente. Ele não saía de casa, não por completo, sempre preocupado com minha condição, mas, mesmo assim, não vinha ao quarto. Nos poucos momentos em que ele entrava, eu já estava dormindo, e quando eu acordava, ele já havia sumido.Houve noites em que pensei que ele nem mesmo tives