Cameron
O silêncio no quarto de hospital era cortante, quase cruel. Eu estava sentada ao lado de Riuk, segurando sua mão, tentando ao máximo não deixar o pânico me consumir. A respiração dele era baixa, controlada pela máquina que o mantinha vivo, e o leve movimento de seu peito era a única prova de que ele ainda estava aqui, ainda lutando.
Dentro de mim, a oração à Deusa era uma súplica silenciosa, repetida tantas vezes que as palavras já não faziam sentido. "Por favor... traga-o de volta para mim. Não me deixe perdê-lo. Não deixe que a magia maligna de Sarah o leve embora." Eu estava apavorada com a ideia de que Riuk nunca mais acordasse, de que aquela maldição o tivesse corrompido de um jeito que nem mesmo a Deusa pudesse desfazer. A ideia de nunca mais ver os olhos dele se abrindo, de nunca mais ouvir sua voz, me
RagnarO quarto estava cheio de vozes, todas sobrepostas umas às outras em uma onda de felicidade e alívio. A família de Cameron tinha entrado, radiantes com a recuperação de Riuk, suas conversas alegres enchendo o ar. Eu via o sorriso no rosto de todos, mas minha atenção estava em apenas uma pessoa: minha Luna. Cameron estava cercada por sua família, seus pais e Riuk, e eu observava como ela interagia, respondendo aos sorrisos e às perguntas com uma leveza que, de fora, parecia genuína. Mas eu conhecia bem minha companheira. Sabia ler nas entrelinhas de suas expressões. Algo estava errado.Mesmo com o sorriso no rosto, havia uma sombra em seus olhos. Algo que ela não queria demonstrar para os outros. Ela escondia bem, como sempre fazia, mas não de mim. Aquele era um olhar que eu reconhecia, algo a perturbava profundamente.Riuk, agora sentado na cama, par
CameronO jato pousou suavemente na pista privada da nossa mansão em Denver. O sol estava baixo, lançando um brilho dourado nas árvores ao redor, como se tudo ao nosso redor estivesse banhado por uma tranquilidade que eu simplesmente não conseguia sentir. Riuk estava conosco, finalmente de alta, e meus pais, Jordan e Celine, junto com minha irmã Mallory, nos acompanharam no voo de volta para casa.Assim que as portas se abriram, Eron e Libby, correram até nós. Ambos estavam ansiosos, seus sorrisos contagiantes, e mal puderam esperar para abraçar Riuk. Eles se lançaram para ele com tanto entusiasmo que eu e Ragnar tivemos que intervir, pedindo calma. Eu vi a felicidade nos olhos de todos, mas dentro de mim... algo não estava certo."Com cuidado," Ragnar pediu gentilmente, colocando uma mão firme no ombro de Eron, seu tom calmo, mas cheio de autoridade. Era o Alfa falando
RagnarNaquela manhã, não havia mais espaço para adiamentos. Marquei a consulta para Cameron, apesar de ela insistir que estava bem. Eu sabia que ela tentava me tranquilizar, mas a verdade é que eu precisava que o médico confirmasse isso. Depois de tudo que havíamos passado, eu não conseguia tirar da cabeça a ideia de que o estresse, a tensão, poderiam ter afetado nosso bebê ainda mais. E eu não estava disposto a correr esse risco.Sentados na sala de espera, o silêncio entre nós era carregado. Tentei segurar a mão de Cameron, buscando uma forma de confortá-la, mas ela me lançou um olhar duro, como quem diz que não precisa de mim para se manter forte. Ela sempre foi assim, feroz na sua independência, mas desta vez, eu não cederia.“Cam,” murmurei, mantendo minha mão firme na dela. “Eu preciso
CameronJá fazia dias que eu estava trancada no quarto, o peso de cada hora passando lentamente. Meus meninos vinham me ver, se deitavam ao meu lado, tentando trazer algum conforto. Eles sempre conseguiam, mas a ausência de Ragnar era um buraco no meu peito. Ele estava lidando com problemas urgentes — o Leste precisava de um novo Alfa, alguém forte e digno para liderar, e Ragnar estava à frente dessa escolha. Eu entendia o quanto ele se importava com aquela alcateia, o quanto ele lutava por eles. Mas isso o mantinha longe de mim. Fazia três dias que ele não estava realmente presente. Ele não saía de casa, não por completo, sempre preocupado com minha condição, mas, mesmo assim, não vinha ao quarto. Nos poucos momentos em que ele entrava, eu já estava dormindo, e quando eu acordava, ele já havia sumido.Houve noites em que pensei que ele nem mesmo tives
CameronO beijo de Ragnar era como fogo vivo, queimando através de cada camada de tensão que havia em meu corpo. Suas mãos hábeis desamarraram o laço delicado do meu hobby, revelando a camisola de seda que ele tanto gostava. O toque suave de seu nariz roçando meu pescoço me fez estremecer, e ele riu baixinho, sua voz grave e sedutora vibrando contra minha pele.“Você sabe mesmo como me agradar,” ele murmurou, seus lábios tocando minha pele de leve.Dei uma risadinha, inclinando-me para olhar em seus olhos. “Era tudo ou nada,” provoquei. “A chance de você me colocar para fora era de 50%.”Ele me olhou com uma expressão divertida, uma faísca de desejo dançando em seu olhar. Segurei seu rosto entre minhas mãos, acariciando suavemente suas têmporas. “Acho que nunca mais vou olhar para esse creme da me
RagnarSe Cameron estava determinada a me enlouquecer, ela conseguiu. Cada movimento dela, cada gemido, arrastava meu lobo mais para perto do abismo, onde o controle era quase impossível de manter. Tudo o que existia naquele momento era ela, minha Luna, e o desejo avassalador que preenchia o ar entre nós. Fazia muito tempo desde a última vez que a tive em meus braços, e agora, era como se o tempo parasse, como se nada mais no mundo importasse além dela e de mim, conectados.Enquanto eu a adorava, com cada toque, com cada beijo, ela respondia com uma intensidade que fazia meu lobo rugir em aprovação. Seus gemidos suaves, os espasmos que corriam pelo corpo dela, cada pequeno detalhe me empurrava mais para o limite, e mesmo que eu não pudesse reivindicá-la da forma que meu corpo e alma queriam, eu a adorava de todas as outras maneiras possíveis.Quando seus espasmos finalmente di
CameronO calor da água ao redor do meu corpo sempre me trazia uma sensação de paz, como se pudesse lavar todas as preocupações e medos que vinham me assombrando nos últimos dias. Fechei os olhos e deixei o vapor envolver o ambiente, a banheira preenchida pelo aroma suave do banho relaxante que Ragnar preparou para mim. Tudo parecia bem, tranquilo demais.Foi quando senti algo estranho. Uma leveza incomum tomou conta do meu ventre, e então, um cheiro familiar e assustador invadiu o ar. Abri os olhos num estalo e o pânico me atingiu. A água estava ficando rosada, o vermelho tomando conta, misturando-se lentamente ao meu redor. Sangue.Meu coração acelerou, e um grito escapou dos meus lábios antes que eu pudesse pensar. "Ragnar!" Foi tudo o que consegui dizer, tudo o que minha mente permitiu que eu fizesse. O terror já me dominava, e o mundo ao meu redor começou a gira
RagnarO cheiro de sangue ainda impregnava o ar, e isso me enfurecia tanto quanto me aterrorizava. Mesmo depois do médico chegar e começar a examinar Cameron, meu corpo inteiro estava em estado de alerta, o lobo dentro de mim à beira de perder o controle. Ela estava deitada na cama, pálida, os olhos cheios de medo, mas tentando disfarçar para não me preocupar ainda mais. Eu conhecia aquele olhar. Era o mesmo que ela usava quando tentava proteger os meninos de algo que ela sabia que os machucaria.O médico levantou os olhos do ultrassom portátil que estava usando e soltou um suspiro curto. “Parece que estamos lidando com vasos sanguíneos sensíveis. Isso pode ser comum em algumas gravidezes, especialmente com qualquer tipo de estimulação, mesmo que não tenha havido penetração.” Ele me olhou diretamente, a voz baixa, mas firme. “Mas q