Cameron
Eu sabia que Gabriel estava por perto, monitorando tudo, mas não fazia ideia de que Connor estava com ele até que a campainha tocou. Quando abri a porta, lá estava ele, o rosto uma mistura de fúria e medo. Ele nem me deu tempo para reagir antes de correr para Astoria, puxando-a para um abraço apertado,
RagnarEu estava ficando louco. Não havia outra explicação para o desespero que estava me sufocando, me rasgando por dentro. As palavras de Cameron ainda ecoavam na minha mente como um pesadelo. Cada acusação, cada palavra de dor, me atingia como uma lâmina. Eu a tinha perdido. Ela tinha desligado na minh
CameronAndava sem rumo pelas ruas, com as lágrimas ainda escorrendo pelo rosto, enquanto as palavras cruéis de Ragnar reverberavam na minha mente. Cada passo parecia pesar mais do que o anterior, e o caos dentro de mim refletia o caos do mundo ao meu redor. Tudo era um borrão. As pessoas, as luzes, o som da cidade... tudo parecia distante, irrelevante. O que me restava era a dor, a sensação de traição e o medo por Mallory.Minha mente estava em turbilhão, e só percebi o quanto tinha me afastado de tudo quando parei, quase sem ar, diante de uma enorme casa em uma rua sem saída. O lugar era estranho, desconhecido. Olhei ao redor, tentando me situar, mas nada parecia familiar. A sensação de isolamento me envolveu, e, por um momento, a solidão me atingiu como uma onda esmagadora.Respirei fundo, farejando o ar à procura de qualquer indício, mas
RagnarChegar a Seattle não aliviou em nada o caos dentro de mim. Pelo contrário, intensificou o desespero que já me consumia. Não havia tempo para respirar, para pensar. Cada segundo perdido era uma chance a menos de encontrar Cameron e Mallory.Assim que entrei no apartamento onde Jordan já estava, fui direto ao ponto. "O que vocês sabem até agora?" Minha voz saiu mais agressiva do que o planejado, mas não havia espaço para controle. O choro desesperado de Astoria ecoava pelo ambiente, e Connor tentava consolar a companheira, mas aquilo só me irritava ainda mais."O que diabos vocês estavam pensando?" Eu rosnei, a fúria pulsando em cada palavra. Astoria, ainda soluçando, mal conseguia levantar o rosto. "Por que mentiram sobre o que fariam em Seattle?"Astoria tentou falar, a voz entrecortada pelos soluços. "Nós... nós só
CameronA tensão na sala era insuportável. Eu tentava entender o que aquelas bruxas estavam dizendo, mas tudo que faziam era rir, enquanto lentamente soltavam os capuzes, revelando seus rostos. O olhar delas era frio, calculado, sem nenhum traço de humanidade. O medo começava a apertar meu peito, mas eu o sufocava com raiva. O desespero só me deixava mais furiosa."Soltem-nos!" Eu me debatia nas correntes que me prendiam, mas era inútil. Então, de repente, algo invisível agarrou meu pescoço com força, apertando até que o ar me faltasse. Eu me contorcia, tentando me libertar, mas quanto mais eu lutava, mais forte o aperto ficava. Senti meus pulmões queimarem, e tudo o que consegui foi um gemido abafado."Cam!" Mallory gritou, o pânico na voz dela era claro. "Parem! Por favor! O que vocês querem de nós?"A bruxa ruiva riu, se aproximando com calma. Seus olhos brilhavam com um misto de malícia e desdém. "Vocês são tão inocentes. Inocentes demais." Su
RagnarA raiva ainda queimava em minhas veias quando entrei novamente no apartamento. Cada passo era um lembrete da impotência que eu sentia.Cam desaparecida. Mallory também. E tudo por causa da maldita teimosia delas.Quando vi Astoria encolhida no sofá, com os olhos vermelhos de tanto chorar, a culpa ardeu em mim, mas a frustração era maior.Ela e suas irmãs estavam brincando de guerreiras e, agora, estávamos à beira de uma tragédia.Jordan se aproximou, o rosto endurecido, mas tentando manter a calma. "Já coloquei nossos rastreadores por toda Seattle. Logo teremos uma pista. Acredite, Ragnar, a Deusa vai nos guiar. Só precisamos de paciência."Paciência? Meu lobo rugiu em frustração dentro de mim. Eu não tinha paciência. Não agora. Mas dei um aceno curto, sabendo que ele es
RagnarParamos em frente a um portão de ferro imponente, que parecia ter enfrentado os desgastes de décadas. A pintura estava desgastada, com ferrugem marcando as bordas, dando-lhe um ar de abandono. O som do vento era abafado pelas árvores altas e densas que cercavam o local. A cidade, que ficava a duas horas de Seattle, parecia distante de tudo, e o silêncio ao redor era inquietante. Meus instintos estavam em alerta total, cada detalhe daquele lugar parecia sussurrar que algo estava fora do normal.Ben parou o carro na portaria e, com uma voz calma, se identificou. O portão rangeu pesadamente ao se abrir, como se relutasse em nos deixar passar, e senti meu lobo rosnar em alerta. Assim que cruzamos o portão, entramos em um caminho de pedras e cascalho, que serpenteava por entre árvores que formavam uma sombra quase completa sobre nós.No fundo da propriedade, surgiu uma casa enorme, velha,
RagnarO peso da hesitação de Elowen estava claro no ar, e eu podia ver a dor em seus olhos, como se todas as cicatrizes do passado estivessem reabrindo diante dela. Quando Ben se aproximou, ele fez isso com cuidado, como quem sabe que qualquer movimento brusco pode quebrar o pouco que resta de uma pessoa."Elowen," ele começou, sua voz calma, mas cheia de gravidade, "desde que você e Sarah vieram para cá, muita coisa mudou. Mas as bruxas que foram atacadas por ela e por Mason... elas querem vingança. Elas estão se reorganizando, e os braços que Mason deixou para trás ainda estão espalhados pelos territórios lupinos. Um deles é Tayrus. Ele enganou todos nós, fingiu lealdade e agora quer destruir tudo — principalmente a vida de Cam. Porque ela se tornou a Luna de Ragnar."As palavras dele me reacenderam a raiva em meu peito. Tayrus. Sempre ele. M
CameronEu estava à beira do colapso, meu corpo mal conseguia se mover. Não sabia ao certo quantos dias havia passado ali, mas cada segundo parecia uma eternidade. Desde que começaram a drenar meu sangue, minha vida havia se transformado em um pesadelo sem fim. Elas me arrastaram para essa sala branca, onde a luz nunca apagava. A claridade era tão forte que me impedia de descansar, me mantendo em um estado constante de alerta, como se não houvesse descanso para minha alma.De tempos em tempos, as bruxas apareciam, jogando algum tipo de alimento para mim. Era sempre insuficiente, incapaz de restaurar minhas forças. Minha fome era constante, mas não importava mais. Eu já não sentia dor nas picadas, e suas palavras cruéis não me afetavam como antes. Havia algo pior, muito pior, que me corroía por dentro. O vazio de não ver mais meus filhotes, de saber que, mais uma