Cameron
Ragnar tinha me acalmado o quanto pôde, mas assim que voltamos para a reunião, eu sabia que as coisas estavam diferentes. Ele estava mais rígido, cada movimento calculado e firme. Meu pai e meu irmão compartilhavam da mesma tempestuosidade, como se os lobos estivessem prontos para surgirem, enquanto os outros alfas pareciam, de
CameronAssim que saímos do salão, senti um alívio inundar meu corpo. Minha família já estava nos esperando do lado de fora, e tanto meu pai quanto Benjamin tinham expressões mais tranquilas, embora meu pai ainda mantivesse aquele ar pensativo.“Eu sempre achei aquela Luna insuportável, se achando superior a todos,” meu pai resmungou, cruzando os braços enquanto caminhávamos para fora.“Não é só você, pai. Concordo plenamente,” respondi, ainda sentindo o gosto amargo das palavras venenosas daquela mulher. Minha mãe, sempre elegante e tranquila, apenas alisou o braço do meu pai, o olhar calmo e distante.“Ela não me afeta, Cameron,” disse minha mãe, com um sorriso suave. “Nada do que ela ou qualquer outra pessoa diga pode mudar quem eu sou, ou o que somos como família.”Sorrimos
RagnarPercebi de imediato quando a expressão de Cameron e Astoria mudou. Algo havia acontecido, e por mais que tentassem disfarçar, meu lobo, desde a mordida no pulso de Cam, estava ainda mais sintonizado com ela. Ele a desejava de forma completa e irrestrita, e até que a marca estivesse em seu ombro, nada o faria sossegar. Seus olhos vasculharam o salão, claramente em busca de alguém, até que se fixaram em mim. Algo estava errado. Não precisávamos de palavras para que eu entendesse. Com um olhar rápido para Astoria, ela se despediu e veio em minha direção, tentando não chamar a atenção de ninguém, mas seu rosto traía a urgência do momento.Cameron não disse nada de imediato, apenas me pegou pelo braço e me conduziu para fora da sala de jantar. Senti a tensão nela e o cheiro de medo começava a se misturar ao ambiente, algo q
CameronEu estava irritada. Não era apenas a preocupação com Mallory que me consumia, mas o fato de estar escondendo a verdadeira condição dela de Ragnar. Ele sempre fora tão aberto e protetor, e aqui estava eu, escondendo segredos por trás de sorrisos e palavras cuidadosas. Precisava ter certeza de que Mallory estava realmente bem antes de contar a ele. O fato de já termos escondido que estávamos procurando as bruxas era um grande problema. A confiança entre mim e Ragnar era como um cristal, e eu temia que esse segredo pudesse abalar a base do que construímos juntos.Quando ele mencionou enviar Gabriel para me acompanhar, senti um peso sair dos meus ombros. Eu precisava de alguém à espreita, alguém de confiança caso algo desse muito errado. Gabriel era perfeito para isso."Pode falar para Gabriel não ficar muito perto? M
RagnarSaí da sala de jantar, os ecos das conversas e risadas ainda enchendo o ambiente, mas minha mente estava distante. O que quer que estivesse acontecendo com Cameron e Astoria, eu precisava resolver. Gabriel tinha acabado de chegar e eu sabia que ele era a peça que faltava para monitorar tudo. Encontrei-o ao pé da escada, e com um aceno de cabeça, fiz sinal para ele me seguir.No escritório, fechei a porta atrás de nós. A sala parecia ainda mais opressiva do que antes, refletindo a pressão que pesava sobre meus ombros. Gabriel me olhou, esperando."Eu tenho uma missão para você," comecei, direto. "Cameron vai para Seattle para ficar com a irmã. Mas algo está errado. Ela não quer falar, e eu posso sentir que está escondendo algo." Meus olhos encontraram os dele, sérios. "Quero que você fique atento a tudo. Se algo parecer fora do nor
CameronEu e Astoria ficamos imediatamente agitadas quando vimos Connor se aproximar de Ragnar. Uma onda de tensão passou entre nós. Não trocamos palavras, mas a mesma pergunta pairava no ar: eles descobriram?"Não," sussurrei, tentando me convencer tanto quanto a ela. "Eles só estão conversando sobre nossa ida para Seattle."Astoria cruzou os braços, claramente duvidosa. "Você está subestimando a inteligência deles, Cam. Não acha que eles já perceberam algo? Acha que vão simplesmente aceitar isso sem questionar?"Suspirei, incerta. Eu sabia que Ragnar estava ciente de que havia algo errado, mas se ele não tinha perguntado diretamente, talvez fosse porque estava dando tempo para eu falar. "Estamos agindo de maneira suspeita, sim, mas eles não sabem tudo... ainda."Astoria balançou a cabeça e, decidida, disse: "Vou at&eacu
CameronO dia começou com um peso que eu não conseguia afastar. Estava arrumando minha mala, pequena e prática, mas cada peça de roupa que dobrava parecia carregar o dobro de sua carga emocional. Ragnar estava inquieto, andando de um lado para o outro, mas não dizia nada. Quando terminou de se vestir, ele saiu sem falar uma única palavra, provavelmente para ver os meninos. O silêncio no quarto me envolveu, mas não era tranquilizador. Era um vazio denso, perturbador.Meus olhos voltaram para o celular, esperando, implorando por qualquer sinal de Mallory. Uma mensagem, um simples "estou bem". Mas o telefone permaneceu quieto, sem nenhum som. O vazio era quase insuportável, e minha loba, tão conectada à minha alma, estava desolada por ter que partir. A necessidade de estar ao lado de Mallory me consumia, mas ao mesmo tempo, o pensamento de me afastar de Ragnar e dos meninos me ras
RagnarLutar contra aquela separação era como tentar segurar uma onda prestes a quebrar. Cada fibra do meu ser se rebelava contra o que estava prestes a acontecer. A marca em meu pulso ardia como um lembrete constante de que minha Luna estava se afastando de mim. A ideia de vê-la partir, mesmo que por poucos dias, era insuportável.Segurei seu rosto com ambas as mãos, a necessidade de mantê-la ali, comigo, quase esmagadora. "Por favor, Cam," minha voz saiu rouca, mais como um apelo do que um pedido. "Ligue para mim se qualquer coisa acontecer, se algo estiver estranho, qualquer coisa."Ela assentiu, encostando a testa na minha. O toque era um consolo temporário, mas ainda assim, nos conectava em um momento de silêncio, onde podíamos apenas absorver a presença um do outro, como se isso pudesse preencher o vazio que estava por vir. Por um momento, o tempo parou, e tudo que importav
CameronA tensão era palpável desde o momento em que deixamos Shelton. Nossos companheiros e pais já tinham percebido que algo estava errado, e isso estava claro em seus olhares. Astoria e eu tentamos minimizar a situação, explicando que Mallory estava apenas triste, longe de nós. Mas nós sabíamos que era mais do que isso. Minha mãe queria nos acompanhar até Seattle, preocupada, mas não deixamos. Precisávamos descobrir o que realmente estava acontecendo antes de envolver mais pessoas.Era um erro nosso. Uma ideia imprudente, criada por nós mesmas, ao tentar provar nossa força e independência. E agora, tínhamos colocado Mallory em perigo. Como Luna Suprema, eu deveria ter sido mais sábia. Eu deveria ter previsto os riscos.A viagem para Shelton, onde meus pais moravam, foi silenciosa, carregada de um peso sufocante. Assim que o avião pousou