Ragnar
Enquanto observava a interação entre Cameron, Eron, e Riuk, não pude deixar de admirar a forma como minha Luna conseguia se conectar com o menino. Era evidente que, apesar de tudo o que tinha acontecido com ele, Riuk possuía uma força interior que eu raramente via em alguém tão jovem. Sua postura, mesmo na cadeira de rodas, exalava uma espécie de determinação que me surpreendia. Ele estava receoso, sim, mas seus olhos não mostravam sinais de covardia. Ao contrário, havia uma firmeza neles, um brilho que dizia que ele estava pronto para enfrentar qualquer coisa que aparecesse em seu caminho. E isso, sem dúvida, me deixava satisfeito.
Quando chegamos em casa, Cameron se inclinou para Riuk, sua voz suave, mas cheia de autoridade maternal. "Riuk, você está com fome?"
Ele assentiu em silêncio, e ela imediatamente tomou a dianteira. "Então vamos
CameronLevantei-me da mesa em silêncio, deixando Ragnar e Eron. Algo dentro de mim não podia simplesmente ignorar o que Riuk havia dito. Fui atrás dele, seguindo o som suave da cadeira de rodas se afastando até que o encontrei parado em frente a uma grande janela, seus olhos perdidos no horizonte, como se buscassem respostas que ele não conseguia dar. Parecia tão pequeno, tão frágil... e, ao mesmo tempo, havia uma força silenciosa nele que me intrigava.Sem dizer uma palavra, me sentei no chão, encostando as costas na parede perto de onde ele estava. Não forcei uma conversa. Apenas fiquei ali, com ele, esperando que se sentisse à vontade. O silêncio entre nós era pesado, cheio de perguntas não ditas e dores mal compreendidas.Depois de alguns minutos, ele finalmente me olhou, seus olhos refletindo um mar de emoções. "Eu nã
RagnarO silêncio na mesa de almoço era pesado, Eron olhava para mim com curiosidade e confusão, tentando entender o que estava acontecendo. Era visível que ele ainda não compreendia completamente a gravidade da situação de Riuk, mas eu sabia que era importante que ele começasse a entender."Papai?" ele esperava que eu dissesse algo, mas nem eu mesmo sabia como lidar com uma situação tão delicada, como aquela."Não sei como te dizer o que aconteceu com ele, Eron. Acho que um dia, se você se tornar amigo dele, ele te contará e saberá te explicar melhor do que eu..." parei pesando minhas palavras, tendo por todo o peso da situação."Mas o que ele tem que me explicar?" ele questionou, me olhando com interesse.“Muitas coisas ruins já aconteceram com Riuk,” comecei, observando a expressão de meu
CameronAli, nos braços de Ragnar, as palavras dele ecoavam na minha mente. A ideia de ter um filhote nosso, algo que eu nunca havia realmente considerado, começava a tomar forma em minha mente, sem que eu ao menos tivesse planejado. Minha loba, sempre orgulhosa, parecia vibrar com a sugestão. Eu, por outro lado, não sabia o que sentir. Nunca havia pensado em ser mãe, especialmente com tanto tempo dedicado aos filhotes das alcateias, mas agora que ele mencionara... algo em meu coração vibrava de forma diferente.Eu nunca havia tomado precauções para evitar filhos. Todas as nossas relações íntimas foram intensas, cruas, e sem proteção. Esse pensamento repentino acendeu um alerta em minha mente, e me afastei ligeiramente de Ragnar, perdida em uma onda de incertezas.Ele percebeu meu movimento e suavizou sua expressão. “Cam,” disse ele, em um tom gen
RagnarA raiva queimava em meu peito com uma intensidade que eu não conseguia conter. As informações que recebi na carta de Max deixavam claro que Riuk estava envolvido em algo muito maior e mais perigoso do que eu imaginava. Mas, por enquanto, não havia o que fazer. Antes de mais nada, eu precisava tranquilizar minha Luna, e sabia que a única maneira de fazer isso era ajudá-la a queimar essa ansiedade no treino. Ela precisava focar em algo prático, algo que lhe desse uma sensação de controle.Aproximei-me dela e mordi suavemente a ponta de sua orelha, inclinando-me para sussurrar, "O que acha de irmos ao galpão de treino? Vamos ver se está tudo pronto para receber os meninos."Ela limpou os olhos marejados, seus olhos azuis ainda refletindo a dor que sentia. Quando me encarou, vi a determinação em seu rosto, e ela concordou com um aceno. Mas antes que ela
CameronEu estava ao lado de Riuk, observando atentamente enquanto Fred, o fisioterapeuta, começava a sessão de fisioterapia com ele. Os movimentos eram lentos, controlados, mas eu podia ver a tensão no rosto do menino. Ele estava claramente sentindo dor, e, apesar de suas queixas, continuava tentando seguir as instruções de Fred.Fred começou a trabalhar suavemente as pernas de Riuk, movendo-as em pequenos círculos, alongando seus músculos e tendões. “Isso, Riuk,” ele disse calmamente, “apenas siga meus movimentos. Vamos tentar recuperar a flexibilidade das suas pernas.”O menino apertou os olhos, tentando suportar a dor, mas logo começou a se contorcer. "Está doendo muito," ele gemeu, sua voz trêmula.Tentei manter a calma, sabendo que aquilo era necessário para sua recuperação. “Aguente firme, querido,&r
RagnarVer Cameron tão abalada me deixava desconfortável, como se algo estivesse quebrado dentro de mim. A situação daquela criança, Riuk, só intensificava essa sensação, preenchendo-me de uma raiva latente. Como alguém pode permitir que uma criança chegasse a esse ponto? A injustiça daquilo me corroía por dentro. Eu como o chefe maior dos lobos, estava deixando que meu liderados criassem regras que eu não concordava.Voltei para o quarto onde Riuk estava, tentando manter a calma. "A banheira está pronta, Riuk," falei suavemente, tentando não assustá-lo com a intensidade dos meus pensamentos. Me aproximei e o peguei no colo com cuidado, levando-o para o banheiro.“Precisa de ajuda para tirar o resto das roupas?” perguntei, querendo respeitar o espaço dele, mas ele balançou a cabeça.“S&oacu
CameronA presença de Ragnar ao meu lado sempre tinha um efeito calmante sobre mim, como se, de repente, o peso do mundo fosse mais fácil de carregar. Sentir seu apoio enquanto lidávamos com Riuk me dava forças para continuar, mesmo com toda a incerteza que nos cercava. Aconchegada em seus braços, sentia um calor que aquecia mais do que apenas meu corpo. Aquilo era o que chamavam de lar. Um lar em meio ao caos."Ragnar," murmurei suavemente, me afastando apenas o suficiente para olhar em seus olhos. "Vamos para a cozinha. Preciso fazer algo para todos nós comermos."Ele arqueou uma sobrancelha, os olhos estreitando em uma expressão curiosa. "Peça à Nadine para preparar algo, Cam. Ela está aqui para isso."Eu balancei a cabeça, insistente. "Não, não... Quando as coisas dão errado, eu preciso fazer comida. É algo que sempre me ajuda a sentir que estou consertando alguma coisa." Senti o calor da lembrança em meu peito. "Aprendi isso com a minha mãe. Sempre que alguém estava triste ou alg
CameronRiuk balançou a cabeça, seus pequenos ombros tremendo levemente enquanto tentava processar suas emoções. Ele estava tão frágil, tão jovem, e ao mesmo tempo, carregava um peso que nenhuma criança deveria suportar. Ainda ajoelhada ao lado da cama, observei-o com atenção, sentindo meu coração apertar com a intensidade de sua dor.Último capítulo