Ragnar
Ver Cameron tão abalada me deixava desconfortável, como se algo estivesse quebrado dentro de mim. A situação daquela criança, Riuk, só intensificava essa sensação, preenchendo-me de uma raiva latente. Como alguém pode permitir que uma criança chegasse a esse ponto? A injustiça daquilo me corroía por dentro. Eu como o chefe maior dos lobos, estava deixando que meu liderados criassem regras que eu não concordava.
Voltei para o quarto onde Riuk estava, tentando manter a calma. "A banheira está pronta, Riuk," falei suavemente, tentando não assustá-lo com a intensidade dos meus pensamentos. Me aproximei e o peguei no colo com cuidado, levando-o para o banheiro.
“Precisa de ajuda para tirar o resto das roupas?” perguntei, querendo respeitar o espaço dele, mas ele balançou a cabeça.
“S&oacu
CameronA presença de Ragnar ao meu lado sempre tinha um efeito calmante sobre mim, como se, de repente, o peso do mundo fosse mais fácil de carregar. Sentir seu apoio enquanto lidávamos com Riuk me dava forças para continuar, mesmo com toda a incerteza que nos cercava. Aconchegada em seus braços, sentia um calor que aquecia mais do que apenas meu corpo. Aquilo era o que chamavam de lar. Um lar em meio ao caos."Ragnar," murmurei suavemente, me afastando apenas o suficiente para olhar em seus olhos. "Vamos para a cozinha. Preciso fazer algo para todos nós comermos."Ele arqueou uma sobrancelha, os olhos estreitando em uma expressão curiosa. "Peça à Nadine para preparar algo, Cam. Ela está aqui para isso."Eu balancei a cabeça, insistente. "Não, não... Quando as coisas dão errado, eu preciso fazer comida. É algo que sempre me ajuda a sentir que estou consertando alguma coisa." Senti o calor da lembrança em meu peito. "Aprendi isso com a minha mãe. Sempre que alguém estava triste ou alg
CameronRiuk balançou a cabeça, seus pequenos ombros tremendo levemente enquanto tentava processar suas emoções. Ele estava tão frágil, tão jovem, e ao mesmo tempo, carregava um peso que nenhuma criança deveria suportar. Ainda ajoelhada ao lado da cama, observei-o com atenção, sentindo meu coração apertar com a intensidade de sua dor. RagnarEstava ao telefone com Gabriel, a voz dele abafada pelos ruídos do lugar onde estava, o vento soprando forte do outro lado da linha. Ele me dava uma atualização, tentando encontrar alguma pista das bruxas que tinham desaparecido desde a caçada de Sarah e Mason. CameronFiquei ao lado de Riuk, acariciando seu cabelo enquanto ele soluçava. Seus gritos de desespero ainda ecoavam na minha mente, rasgando meu coração em mil pedaços. Ele estava tão fragilizado, tão pequeno diante de uma dor que não deveria ser suportada por alguém tão jovem. Quan176. Memórias
177. Muito para processar
RagnarAcordei no meio da noite com um leve ruído, algo que inicialmente pensei ser fruto dos meus próprios pensamentos, mas logo percebi que era real. O som das vozes baixas, uma conversa discreta, ecoava pelo corredor. Cameron estava dormindo profundamente ao meu lado, seu corpo suavemente relaxado contra o meu, e a última
CameronUm mês havia se passado desde aquele dia cheio de revelações e mudanças. Tudo que parecia estar desmoronando ao nosso redor, lentamente começou a encontrar seu caminho. Riuk finalmente fez a cirurgia uma semana depois, e para nossa alegria, o prognóstico foi positivo: ele voltaria a andar com 100%
CameronEu ainda estava tomada pela emoção da conquista de Riuk. Ele finalmente conseguira dar os primeiros passos, e meu coração vibrava de felicidade. Eu mal percebia o tempo passar, totalmente imersa na alegria dele, no orgulho que sentia.
RagnarTerminei o banho rapidamente, a água quente escorrendo pelos músculos tensos do meu corpo. Precisava me recompor antes de voltar para Riuk. O peso do que estava por vir, da responsabilidade que agora repousava sobre mim, era enorme. Vesti-me com a mesma pressa, puxando uma camisa preta e calças de moletom cinza. Ao sair do banheiro, segui direto para o quarto de Riuk.Ao abrir a porta, encontrei o menino já pronto, sentado na beira da cama, olhando para a parede branca, envolto por uma complexidade de pensamentos que nos afastava. Ele parecia estar em outro mundo, perdido em memórias. Me aproximei devagar, observando-o por um momento. Aquele menino carregava um fardo muito maior do que qualquer criança deveria suportar."Você está pronto para descer?" perguntei, mantendo minha voz suave.Ele ergueu os olhos para mim e confirmou com um leve aceno, mas seus olhos... seus olhos mo