Cameron
Após deixar Eron na escola, Ragnar me levou até a casa das matriarcas. Durante o trajeto, a ansiedade começou a crescer dentro de mim, o medo de que Riuk pudesse rejeitar minha ajuda pesando em meus pensamentos. Ragnar, percebendo minha inquietação, colocou a mão sobre a minha e me olhou com aquele jeito calmo e firme que sempre conseguia me tranquilizar.
“Ele está desesperado por cuidados, Cam,” disse ele, com confiança. “E você é a pessoa mais indicada para cuidar disso. Acredite em si mesma.”
Seu apoio aqueceu meu coração, e um sorriso apareceu em meus lábios. “Obrigada, Ragnar,” respondi, inclinando-me para dar-lhe um beijo antes de sair do carro. Era uma pequena promessa, um lembrete de que eu tinha alguém ao meu lado.
Assim que entrei na casa das matriarcas, fui recebida pelo doutor Galler e o fisioterapeuta Fr
RiukEu observava tudo com uma mistura de ceticismo e desconfiança. As outras crianças corriam e riam ao redor, animadas com a atenção dos lobos que estavam ali para avaliá-las. Mas para mim, aquilo era apenas mais uma prova de que eu era diferente, que minha condição me isolava dos outros.Cameron, ou a Luna Suprema, como ela disse ser, estava ao meu lado, me observando com aquela expressão que eu não conseguia decifrar. Havia algo nos olhos dela que era difícil de ignorar, uma combinação de preocupação e determinação que fazia com que eu me sentisse... importante, de um jeito que não estava acostumado.Os lobos finalmente se voltaram para mim e para ela, indicando que eu era o último a ser avaliado. Cameron apoiou a mão sobre a minha, um gesto que deveria ser reconfortante, mas que me fez recuar automaticamente. Eu não est
CameronAinda estava emocionada com a intensidade do olhar de Riuk. Pude ver a esperança brilhando em seus olhos, a vontade quase desesperada de acreditar que voltaria a andar. Aquele pequeno vislumbre de confiança me encheu de determinação. Não podia decepcioná-lo.Deixei Riuk com seus pensamentos e corri até a matriarca Helena, que estava organizando alguns papéis em seu escritório. Quando entrei, ela levantou os olhos e sorriu, mas notei um traço de cansaço em sua expressão.“Helena, eu vou terminar os relatórios de todas as crianças hoje mesmo,” comecei, minha voz mais firme do que eu imaginava. “E gostaria de pedir autorização para levar Riuk para minha casa todas as tardes. Quero acompanhá-lo no treinamento e na readaptação.”Helena franziu o cenho, claramente surpresa com meu pedido. “Cameron, não sei se é certo dar esse trabalho a você. Já tem tantas responsabilidades como Luna…”“Não é trabalho algum,” interrompi, determinada. “Já converse
RagnarEnquanto observava a interação entre Cameron, Eron, e Riuk, não pude deixar de admirar a forma como minha Luna conseguia se conectar com o menino. Era evidente que, apesar de tudo o que tinha acontecido com ele, Riuk possuía uma força interior que eu raramente via em alguém tão jovem. Sua postura, mesmo na cadeira de rodas, exalava uma espécie de determinação que me surpreendia. Ele estava receoso, sim, mas seus olhos não mostravam sinais de covardia. Ao contrário, havia uma firmeza neles, um brilho que dizia que ele estava pronto para enfrentar qualquer coisa que aparecesse em seu caminho. E isso, sem dúvida, me deixava satisfeito.Quando chegamos em casa, Cameron se inclinou para Riuk, sua voz suave, mas cheia de autoridade maternal. "Riuk, você está com fome?"Ele assentiu em silêncio, e ela imediatamente tomou a dianteira. "Então vamos
CameronLevantei-me da mesa em silêncio, deixando Ragnar e Eron. Algo dentro de mim não podia simplesmente ignorar o que Riuk havia dito. Fui atrás dele, seguindo o som suave da cadeira de rodas se afastando até que o encontrei parado em frente a uma grande janela, seus olhos perdidos no horizonte, como se buscassem respostas que ele não conseguia dar. Parecia tão pequeno, tão frágil... e, ao mesmo tempo, havia uma força silenciosa nele que me intrigava.Sem dizer uma palavra, me sentei no chão, encostando as costas na parede perto de onde ele estava. Não forcei uma conversa. Apenas fiquei ali, com ele, esperando que se sentisse à vontade. O silêncio entre nós era pesado, cheio de perguntas não ditas e dores mal compreendidas.Depois de alguns minutos, ele finalmente me olhou, seus olhos refletindo um mar de emoções. "Eu nã
RagnarO silêncio na mesa de almoço era pesado, Eron olhava para mim com curiosidade e confusão, tentando entender o que estava acontecendo. Era visível que ele ainda não compreendia completamente a gravidade da situação de Riuk, mas eu sabia que era importante que ele começasse a entender."Papai?" ele esperava que eu dissesse algo, mas nem eu mesmo sabia como lidar com uma situação tão delicada, como aquela."Não sei como te dizer o que aconteceu com ele, Eron. Acho que um dia, se você se tornar amigo dele, ele te contará e saberá te explicar melhor do que eu..." parei pesando minhas palavras, tendo por todo o peso da situação."Mas o que ele tem que me explicar?" ele questionou, me olhando com interesse.“Muitas coisas ruins já aconteceram com Riuk,” comecei, observando a expressão de meu
CameronAli, nos braços de Ragnar, as palavras dele ecoavam na minha mente. A ideia de ter um filhote nosso, algo que eu nunca havia realmente considerado, começava a tomar forma em minha mente, sem que eu ao menos tivesse planejado. Minha loba, sempre orgulhosa, parecia vibrar com a sugestão. Eu, por outro lado, não sabia o que sentir. Nunca havia pensado em ser mãe, especialmente com tanto tempo dedicado aos filhotes das alcateias, mas agora que ele mencionara... algo em meu coração vibrava de forma diferente.Eu nunca havia tomado precauções para evitar filhos. Todas as nossas relações íntimas foram intensas, cruas, e sem proteção. Esse pensamento repentino acendeu um alerta em minha mente, e me afastei ligeiramente de Ragnar, perdida em uma onda de incertezas.Ele percebeu meu movimento e suavizou sua expressão. “Cam,” disse ele, em um tom gen
RagnarA raiva queimava em meu peito com uma intensidade que eu não conseguia conter. As informações que recebi na carta de Max deixavam claro que Riuk estava envolvido em algo muito maior e mais perigoso do que eu imaginava. Mas, por enquanto, não havia o que fazer. Antes de mais nada, eu precisava tranquilizar minha Luna, e sabia que a única maneira de fazer isso era ajudá-la a queimar essa ansiedade no treino. Ela precisava focar em algo prático, algo que lhe desse uma sensação de controle.Aproximei-me dela e mordi suavemente a ponta de sua orelha, inclinando-me para sussurrar, "O que acha de irmos ao galpão de treino? Vamos ver se está tudo pronto para receber os meninos."Ela limpou os olhos marejados, seus olhos azuis ainda refletindo a dor que sentia. Quando me encarou, vi a determinação em seu rosto, e ela concordou com um aceno. Mas antes que ela
CameronEu estava ao lado de Riuk, observando atentamente enquanto Fred, o fisioterapeuta, começava a sessão de fisioterapia com ele. Os movimentos eram lentos, controlados, mas eu podia ver a tensão no rosto do menino. Ele estava claramente sentindo dor, e, apesar de suas queixas, continuava tentando seguir as instruções de Fred.Fred começou a trabalhar suavemente as pernas de Riuk, movendo-as em pequenos círculos, alongando seus músculos e tendões. “Isso, Riuk,” ele disse calmamente, “apenas siga meus movimentos. Vamos tentar recuperar a flexibilidade das suas pernas.”O menino apertou os olhos, tentando suportar a dor, mas logo começou a se contorcer. "Está doendo muito," ele gemeu, sua voz trêmula.Tentei manter a calma, sabendo que aquilo era necessário para sua recuperação. “Aguente firme, querido,&r