Ragnar
A ira borbulhava dentro de mim, uma fúria contida que me consumia enquanto eu caminhava pelo jardim sob a luz prateada da lua. Eu sabia que explodir não resolveria nada. Desde que Cameron voltou do sul, ela estava diferente, mais determinada, e ignorar sua força seria uma estupidez da minha parte.
Tentei falar mais alguma coisa com ela, mas ela me ignorou completamente e subiu as escadas. O impulso de ir atrás dela e fazê-la sucumbir a mim era quase irresistível. Meu lobo interior rugia, desejando marcá-la à força, mas eu sabia que isso só afastaria Cameron ainda mais. Ela tinha razão: minha casa, de alguma forma, tinha trazido à tona o pior de mim.
Com as mãos enfiadas nos bolsos, eu perambulava pelo jardim, perdido em pensamentos sobre o caminho tortuoso que havíamos trilhado até aqui. Desde meu primeiro relacionamento, o controle sempre foi apenas me
CameronAcordei com o braço completamente dormente; Eron havia dormido sobre ele durante toda a noite. Com um murmúrio suave de desconforto, me espreguicei, tentando despertar os músculos adormecidos, chacoalhando o braço para que o sangue voltasse a circular. Ainda sonolenta, balancei as pernas para fora da cama, tentando preservar o silêncio, mas minha coordenação falhou. Desorientada e sem perceber a presença no chão, me desequilibrei e acabei caindo, não sobre o frio do chão, mas sobre o calor de um corpo.Contive um grito surpreso quando o cheiro familiar de Ragnar me envolveu, e o calor de seu corpo sob minha palma clareou instantaneamente minha mente. "Ahh..." murmurei, ainda tentando processar a situação inesperada."Ai! Você se machucou, Cam?" A preocupação na voz de Ragnar era evidente, misturada com uma rouquidão de quem acabara de
RagnarEu estava animado com o contato que tivera com Cameron naquela manhã. Sentia que, de uma forma ou de outra, conseguiria derrubar as barreiras que ela havia erguido novamente. Sabia o que queria, e sabia que ela também me queria. Meu objetivo agora era fazer com que ela se sentisse confortável para ser quem ela era. Da mesma forma que
CameronEu estava mexida com tudo o que havia acontecido. Sabia que deixar Eron na escola era o melhor para ele, mas não aliviava a angústia que pulsava no meu peito. Queria protegê-lo de tudo, mas também sabia que ele só aprenderia a seguir seu próprio caminho se soubesse lutar suas batalhas. Meu coração se apertava com essa dualidade, o desejo de manter meu filhote seguro contra a necessidade de vê-lo crescer e se tornar forte por conta própria. RagnarCheguei à sede, com a mente ainda envolta na paz que senti ao deixar Cameron e Eron. No entanto, ao cruzar a porta, a realidade se impôs com força. A segurança do nosso território, da nossa família, dependia das informações que eu estava prestes a receber. Encontrei Gabriel já esperando por mim156. Decisões sobre o futuro
CameronTentei de todas as formas falar com Riuk, mas ele me ignorava completamente. Cada tentativa minha de alcançar aquele menino parecia bater em uma parede intransponível, e isso me deixava triste. Havia algo tão profundo na dor que ele carregava, que me sentia impotente diante dela. Quando percebi que não iria conseguir avançar naquele momento, saí da sala sentindo um aperto no peito.Voltei para a sala de Helena, onde a encontrei lendo um papel em silêncio. A visão dela, tão concentrada e dedicada ao trabalho com as crianças, me trouxe um pouco de conforto. “Helena,” comecei, tentando recuperar o foco, “voltarei amanhã para testar as habilidades de cada filhote e montar as fichas deles. Vou precisar também passar na escola para ver as notas e os desempenhos antes de convidar as famílias para o jantar.”Ela ergueu os olhos, sorrindo,
RagnarAbri a porta do carro para Eron, que entrou a passos apressados e animados, já contando todas as novidades para Cameron. Ela, sem hesitar, pulou para o banco de trás e se sentou ao lado dele, mergulhando na conversa com um sorriso que iluminava seu rosto. Era impossível não sentir o calor que emanava daquela troca entre eles.
CameronEstar perto de Ragnar era como ser envolvida por uma tempestade, uma força irresistível que me atraía e me puxava para ele, por mais que eu tentasse resistir. O poder que ele exercia sobre mim era inegável, e por mais que minha mente lutasse contra, o desejo e o desespero da minha loba sempre me conduziam de volta para ele.Assim que entramos no quarto, Ragnar fechou a porta atrás de nós, me pressionando contra a madeira fria. Seu corpo quente e firme se moldou ao meu, e eu instintivamente passei minhas mãos pelo seu pescoço, puxando-o para mais perto. O beijo que seguiu foi ainda mais sedento do que qualquer um que havíamos compartilhado antes, carregado pelos dias em que estivemos afastados. Senti sua respiração quente contra minha pele, e um rosnado baixo reverberou em seu peito.“Estava com tantas saudades de você,” ele murmurou, sua voz rouca de desejo. “Não quero que você se afaste de mim de novo.”Tentei manter minha mente clara, apesar da intensidade do momento. “Então
CameronEnquanto descíamos para almoçar, senti uma onda de contentamento ao ver Eron tão animado. Ele estava cheio de energia, conversando sobre as coisas que havia aprendido na escola e os novos amigos que havia feito. Era reconfortante vê-lo assim, tão feliz e seguro, e isso me deu coragem para abordar um assunto delicado durante o almoço.“Eron,” comecei, esperando o momento certo para falar, “quero te contar sobre um pequeno lobo que conheci hoje. Ele está preso em uma cadeira de rodas, e seu pai e eu decidimos que queremos ajudar.”Eron, sempre curioso, franziu a testa, olhando para mim com seus grandes olhos atentos. “Por que ele está em uma cadeira de rodas, mamãe?”“Ele sofreu um acidente, Eron,” expliquei com cuidado, olhando para Ragnar que concordou comigo em omitir os detalhes. “É órfão, e não tem ning