Ragnar
Eu estava animado com o contato que tivera com Cameron naquela manhã. Sentia que, de uma forma ou de outra, conseguiria derrubar as barreiras que ela havia erguido novamente. Sabia o que queria, e sabia que ela também me queria. Meu objetivo agora era fazer com que ela se sentisse confortável para ser quem ela era. Da mesma forma que
CameronEu estava mexida com tudo o que havia acontecido. Sabia que deixar Eron na escola era o melhor para ele, mas não aliviava a angústia que pulsava no meu peito. Queria protegê-lo de tudo, mas também sabia que ele só aprenderia a seguir seu próprio caminho se soubesse lutar suas batalhas. Meu coração se apertava com essa dualidade, o desejo de manter meu filhote seguro contra a necessidade de vê-lo crescer e se tornar forte por conta própria. RagnarCheguei à sede, com a mente ainda envolta na paz que senti ao deixar Cameron e Eron. No entanto, ao cruzar a porta, a realidade se impôs com força. A segurança do nosso território, da nossa família, dependia das informações que eu estava prestes a receber. Encontrei Gabriel já esperando por mim156. Decisões sobre o futuro
CameronTentei de todas as formas falar com Riuk, mas ele me ignorava completamente. Cada tentativa minha de alcançar aquele menino parecia bater em uma parede intransponível, e isso me deixava triste. Havia algo tão profundo na dor que ele carregava, que me sentia impotente diante dela. Quando percebi que não iria conseguir avançar naquele momento, saí da sala sentindo um aperto no peito.Voltei para a sala de Helena, onde a encontrei lendo um papel em silêncio. A visão dela, tão concentrada e dedicada ao trabalho com as crianças, me trouxe um pouco de conforto. “Helena,” comecei, tentando recuperar o foco, “voltarei amanhã para testar as habilidades de cada filhote e montar as fichas deles. Vou precisar também passar na escola para ver as notas e os desempenhos antes de convidar as famílias para o jantar.”Ela ergueu os olhos, sorrindo,
RagnarAbri a porta do carro para Eron, que entrou a passos apressados e animados, já contando todas as novidades para Cameron. Ela, sem hesitar, pulou para o banco de trás e se sentou ao lado dele, mergulhando na conversa com um sorriso que iluminava seu rosto. Era impossível não sentir o calor que emanava daquela troca entre eles.
CameronEstar perto de Ragnar era como ser envolvida por uma tempestade, uma força irresistível que me atraía e me puxava para ele, por mais que eu tentasse resistir. O poder que ele exercia sobre mim era inegável, e por mais que minha mente lutasse contra, o desejo e o desespero da minha loba sempre me conduziam de volta para ele.Assim que entramos no quarto, Ragnar fechou a porta atrás de nós, me pressionando contra a madeira fria. Seu corpo quente e firme se moldou ao meu, e eu instintivamente passei minhas mãos pelo seu pescoço, puxando-o para mais perto. O beijo que seguiu foi ainda mais sedento do que qualquer um que havíamos compartilhado antes, carregado pelos dias em que estivemos afastados. Senti sua respiração quente contra minha pele, e um rosnado baixo reverberou em seu peito.“Estava com tantas saudades de você,” ele murmurou, sua voz rouca de desejo. “Não quero que você se afaste de mim de novo.”Tentei manter minha mente clara, apesar da intensidade do momento. “Então
CameronEnquanto descíamos para almoçar, senti uma onda de contentamento ao ver Eron tão animado. Ele estava cheio de energia, conversando sobre as coisas que havia aprendido na escola e os novos amigos que havia feito. Era reconfortante vê-lo assim, tão feliz e seguro, e isso me deu coragem para abordar um assunto delicado durante o almoço.“Eron,” comecei, esperando o momento certo para falar, “quero te contar sobre um pequeno lobo que conheci hoje. Ele está preso em uma cadeira de rodas, e seu pai e eu decidimos que queremos ajudar.”Eron, sempre curioso, franziu a testa, olhando para mim com seus grandes olhos atentos. “Por que ele está em uma cadeira de rodas, mamãe?”“Ele sofreu um acidente, Eron,” expliquei com cuidado, olhando para Ragnar que concordou comigo em omitir os detalhes. “É órfão, e não tem ning
RagnarEnquanto me preparava para entrar no quarto de Eron, virei-me para Cameron e Eron, que ainda estavam parados na porta do quarto. “Desçam,” ordenei, minha voz firme e sem espaço para discussão.Cameron, no entanto, tentou argumentar, a preocupação evidente em seus olhos. “Ragnar, afaste-se. Pode ser perigoso…”“Não,” interrompi, meu tom resoluto. “Eu sou o único que pode lidar com isso. Se algo acontecer, você precisa tirar o nosso filhote daqui, Cameron.”Ela hesitou, mas então, com um leve aceno de cabeça, concordou. Pegou Eron pela mão, que relutantemente começou a descer as escadas com ela. Assim que desapareceram de vista, voltei minha atenção para o quarto de Eron, onde o ar parecia denso e pesado, carregado de uma energia estranha.Entrei no quarto e imediatamente senti algo diferente,
CameronCom Ragnar e a equipe fora, em busca de pistas sobre quem havia trazido aquela ameaça para nossa casa, eu me vi sozinha com Eron. O silêncio que ficou após a saída deles pesava no ar, mas eu sabia que precisava manter a calma e ajudar Eron a superar o medo que ainda o assombrava.“Eron,” chamei suavemente, me agachando para ficar à altura dele, “o que você quer fazer agora?”Ele me olhou com seus grandes olhos, ainda um pouco assustado, mas determinado. “Eu não quero mais ficar naquele quarto, mamãe. Quero escolher um quarto novo. Um onde eu possa ficar perto de Riuk, se ele vier morar com a gente.”A compaixão e o orgulho por ele cresceram em meu peito, mas eu sabia que precisava ser honesta. “Riuk não pode morar aqui, Eron.”“Por quê? Ele vai ser treinado por você e pelo papai. Por que não pode morar