Desafiando o Alfa Supremo - Livro 3
Desafiando o Alfa Supremo - Livro 3
Por: BNLabaig
1. Um dia para o casamento

Cameron

“Não seja tola Cam, agora sua família quer que você se case com ele, depois irão te pedir para aguentar mais de seis meses, quando perceber, já terá filhos e estará anulada ao lado do Supremo. Não vê que é isso que eles querem? Não vê que estar comigo é melhor do que ter toda honra e glória que o Alfa Supremo te oferece?” as palavras de Tayrus não saiam de minha cabeça, me deixando confusa sobre tudo o que estava acontecendo.

A luz do entardecer filtrava suavemente através das cortinas pesadas, lançando sombras pelo quarto em que eu estava na mansão de Ragnar. Sentada na beirada da cama, com minhas mãos entrelaçadas em meu colo, eu tentando acalmar a agitação em meu peito. O casamento era amanhã, e a ansiedade fervilhava dentro de mim como uma tempestade iminente.

Eu achei que aquele contrato nunca seria executado. Que meus pais ou meu irmão achariam uma solução para me tirar dessa situação. Eles eram Alfas, podiam tudo. Bom, foi o que pensei, até conhecer o poder do Alfa Supremo. 

Sua decisão em ajudar meu irmão em uma guerra, era condicionada ao casamento por contrato. Eu que nunca fiz questão de estar com mais ninguém a não ser Tayrus, meu primeiro e único amor. O lobo por quem me apaixonei aos 16 anos e mantive cativa até...até agora.

"Eu ainda o amo." pensei com o coração pesaroso. "Amo mais do que posso suportar." abaixei a cabeça entre as pernas, tentando afastar o desespero que continuava a inundar meu peito. As lágrimas voltaram a se represar em meus olhos, me irritando por estar tão fraca naquele momento.

"Reaja, Cam, reaja." falei para mim, me levantando e indo até o enorme espelho. "Você é mais do que isso. Irá enfrentar seu destino e em 6 meses estará livre desse lugar e desse lobo supremo." bufei fazendo uma careta e voltei a andar de um lado para o outro.

O vestido de noiva, feito pelas mais competentes costureiras da alcateia, permanecia escondido dentro de sua embalagem protetora, e por mais que minha curiosidade para vê-lo fosse enorme, eu sabia que assim que colocasse meus olhos nele, todo meu futuro seria anunciado.

Voltei a me sentar e recebi uma mensagem de minha irmã me chamando para jantar, mas ignorei. Eu não queria ver ninguém da minha família, muito menos Ragnar, o Alfa supremo. Eu só queria mais alguns minutos quietinha para tentar abafar o desespero que crescia em minha alma.

Como se evocado pelos meus pensamentos mais temidos, ouvi batidas suaves na porta. 'Cameron?' A voz do alfa reverberou pelo cômodo, ardente e rápida como chamas propagando-se em gasolina.

"Entre." respirei fundo, tentando me manter centrada em não demonstrar minhas emoções. A porta se abriu e ele entrou, segurando um buquê de flores brancas e lilases.

Fiquei impressionada com a beleza das flores, mas mantive meu rosto impassível. "No que posso ser útil, alfa supremo?" Me levantei e fiz uma pequena reverência em sua frente, minha voz saindo mais fria do que pretendia.

Ele deu um passo firme em minha direção, mostrando todo o seu poder, que me fez tremer por um segundo e estendeu o buquê. "Não precisa de tanta formalidade. Espero que goste."

Aceitei o buquê, ainda sem deixar transparecer minha admiração. "Obrigada," respondi secamente, colocando-as cuidadosamente ao lado na mesa de cabeceira. "Mas ainda não me disse, como posso ajudá-lo?" levantei meus olhos para ele.

"Quero saber como você está. Como resolveu voltar para a casa dos seus pais nos últimos dias, não pude entender suas emoções para nosso eminente enlace." suas palavras me pegaram desprevenida. "Sei que não é exatamente o que tinha em mente, mas quero que se sinta confortável em minha casa e a abrace como sua." um pequeno ruído saiu de meus lábios e coloquei os dedos sobre ele.

"Não, não tenho nada a dizer."

"Cameron, desejo sinceramente que nossa união seja bem-sucedida. Para isso, é importante que haja abertura entre nós. Se há algo que eu possa fazer para ajudar..." interrompi-o antes que pudesse terminar.

"Não, Ragnar você não pode. Só estou com dor de cabeça. Se puder se retirar, irei dormir cedo para a celebração de amanhã."

"E falando em celebração, preciso que se lembre do que foi acerta a alguns meses." seus olhos pareciam captar algo que eu não estava dizendo.

"Eu sei exatamente o que diz o contrato. Morarei em sua casa por 6 longos meses e depois volto para minha alcateia." um sorriso brotou em meu lábio e percebi que o lobo se incomodou com aquilo.

"Tem tanta certeza disso?" ele deu uma olhada no quarto, parando no vestido escondido. Por algum motivo minha loba quis correr até lá e escondê-lo.

"Absoluta. Não somos compatíveis." um rosnado baixo vibrou de seus lábios e ele se virou para mim.

"Já que leu todo o contrato, deve se lembrar que há uma cláusula que diz que você deve cooperar pelo desenvolvimento dessa relação." meus olhos se arregalaram e ele riu. "Foi o que pensei. Não faço nada sem pensar, Cameron. Sei exatamente o tipo de loba que você é e isso me instiga ainda mais." estreitei meus olhos, sentindo a fúria se espalhar por meu corpo.

"E que tipo de loba eu sou, Alfa?" ele sorriu novamente, passando os dedos pelos fios do meu cabelo. 

"O tipo que nunca foi domada." minha boca se abriu em um o, tamanha a consternação que eu sentia. Ragnar sempre foi educado e culto, seu poder sempre foi além de qualquer lobo que eu conheci, mas ali, naquele momento, ele parecia um completo babaca.

"Você não pode me tocar. Não pode fazer nada contra a minha vontade." tentei bater em sua mão, para tirá-la de meus cabelos, mas ele foi mais rápido, segurando meu pulso e me trazendo para mais perto dele.

"E quem disse que eu farei qualquer coisa contra a sua vontade?" ele farejou meu pescoço e me afastei, puxando meu braço. "Você implorará por tudo que tenho planejado para você e no final, pedirá por mais." eu estava muito irritada com toda aquela conversa.

"Saia já daqui." apontei para a porta me sentindo ultrajada. "Imediatamente. Eu ainda não sou nada sua, então saia já do meu quarto." ele riu.

"Lembre-se querida, você não está mais lidando com garotos. Farei que você honre estar ao meu lado."

"SAIA!" Gritei, pegando o buquê na mão e o atirando contra ele, que apenas deu um passo para o lado, evitando o impacto. 

O lindo ramalhete se estilhaçou assim que se encontrou com a porta e pousei minha mão sobre o coração, tentando me acalmar.

"Vou deixá-la a sós," ele disse, caminhando em direção à porta, mas hesitou antes de completar o percurso. "E limpe isso. Meus funcionários não estão aqui para limpar desordens causadas por infantilidades."

Assim que ele saiu, desabei na cama, o peso do dia me esmagando. O desespero, a ansiedade e a resistência se misturavam, prometendo uma noite inquieta antes do dia que mudaria minha vida para sempre.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >
capítulo anteriorpróximo capítulo

Capítulos relacionados

Último capítulo