ElisângelaMe senti deslocada, passando mal daquela maneira, e ainda mais sem chão ao perceber que Renata não teve um pingo de compaixão para me ajudar, mesmo depois de eu reclamar que não estava enxergando nada. Afinal, nunca fui de me queixar com ninguém sobre o que passo. Pensei que ela fosse me ajudar ao me ver naquele estado, mas estava enganada. Agora, vejo que tenho feito as mudanças certas, afastando pessoas que apenas sugam minhas energias.Fui encaminhada para o hospital e, no caminho, acabei apagando, enquanto meu segurança tentava falar comigo. Nunca passei por algo assim antes. Tive a terrível sensação de que meu tempo está se esgotando.Para minha surpresa, não acordei sozinha no hospital. Eduardo estava ao meu lado, segurando minha mão. Há tempos não sinto tanto carinho por um gesto simples como esse. Me senti acolhida por ele, algo que há muito tempo faz falta na minha vida.Não sou ingênua. Sei que ele gosta da minha companhia, da atenção que dou a ele, e também da vi
BárbaraO nosso passeio no clube está saindo melhor do que eu poderia imaginar. Ricardo e eu estamos nos dando muito bem. Conversamos bastante e até entramos na piscina com a Mia. Claro, eu fiquei de biquíni e ele, todo reservado, de sunga e camisa. Ele é muito paciente; estou para ver um homem mais paciente que ele. Brincamos muito, e não fomos os únicos a nos dar bem. A Melissa e o meu irmão simplesmente desapareceram. Não fiz a mínima questão de procurá-los, porque já sei que estão se divertindo e não precisam de nós para atrapalhar o momento. Fico muito feliz por eles. Estão se reerguendo como deveriam.Para minha surpresa, desta vez meu lado cupido acertou em cheio. Cristal e Lennon estão praticamente grudados. Não desgrudaram desde que os deixei no bar. Trocaram vários beijos, e, por mim, que se entendam. A Cristal não é tão má assim, só não sabe o lugar dela — que é bem longe das vistas do meu irmão. Não levo a mal, já que sempre soube que ela era gamada no Henry, mas literalmen
Eu observava sem entender nada, enquanto Ricardo simplesmente mergulhou, sumindo da minha visão. Então senti suas mãos pegarem em minhas pernas e subirem pelo meu corpo. Ai, ele quer me infartar, só pode.Ricardo emergiu, abriu os olhos e puxou meu corpo, fazendo-o colidir contra o dele. Sem aviso, ele se aproximou e foi até meu pescoço, mordendo e chupando minha pele. Eu fiquei atônita, sentindo o volume em sua barriga. Que merda é essa? Ele quer que eu perca o controle aqui mesmo, só pode. Mas ele não parou. Continuou beijando meu pescoço e descendo até meu colo, me guiando até a borda da piscina.Caramba, nunca ninguém me deixou sem jeito assim. Sua língua era perfeita, e sua boca chupava minha pele de um jeito que fazia meu coração disparar. Ele subiu pelo meu pescoço até o canto da minha boca, onde mordeu delicadamente meu lábio. Fechei os olhos, esperando por mais, mas não aconteceu. Ele simplesmente ficou ali, olhando minha reação.— Não vai continuar? — Perguntei, eufórica, qu
— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? — Foi isso que meu irmão gritou antes de partir para cima do Eduardo, que se virou para nós assustado. Pelo jeito, ele não imaginava que estaríamos ali. Fiquei perdida em meus pensamentos loucos enquanto Henry agarrava a gola da camisa de Eduardo e lhe acertava um soco, seguido de outro.Minha mãe gritou, e Ricardo passou por mim como um furacão, tentando tirar Henry de cima do seu irmão. Meu Deus, fiquei paralisada. Meu cérebro congelou, e eu não sabia o que fazer ou o que estava acontecendo naquele quarto de hospital. Eduardo, por sua vez, não se defendeu em nenhum momento. Nem mesmo levantou a mão contra Henry, o que certamente vai sair caro para ele.— Pare, meu filho, pelo amor de Deus, pare! — Minha mãe implorava enquanto Henry não soltava Eduardo de jeito nenhum.O jeito foi tentar ajudar Eduardo a sair dali. Sei que meu irmão jamais encostaria um dedo em mim, mas, na fúria em que estava, percebi que ele estava cego de raiva.— Safado, pilantra! C
Me aproximei da minha mãe enquanto Ricardo seguia na direção de Eduardo. Ele o chamou para conversar lá fora, enquanto eu peguei a mão da minha mãe e, ainda de pé, trouxe sua cabeça para repousar no meu peito. Ela chorava e me pedia ajuda. Tudo o que eu queria era que ela se abrisse comigo, mas, na condição em que estava, eu não a forçaria a dizer nada.— Calma, mãe. Eu tô aqui, tô aqui com a senhora. — Tentei acalmá-la.— O Henry me odeia, filha. Ele me odeia.— Não, mãe. Você sabe como o Henry é, igualzinho à senhora: rude, grosso e, muitas vezes, insensível. Mas logo passa. Foi só o choque. Daqui a pouco ele volta e conversa com a senhora.— Eu conheço meu filho. Ele está me odiando. Meu Deus, tanto fiz para que isso não acontecesse. Queria que Deus me levasse de uma vez para acabar com tanto sofrimento na vida de vocês.— Mãe, pelo amor de Deus, bate nessa boca ou eu mesma bato! Pare com isso. O Henry é adulto e precisa entender que a vida nem sempre é como queremos.— Você me ent
MelissaHenry está totalmente estranho. Mal falou sobre o estado da mãe, e até penso que eles possam ter se desentendido. Mas como e por quê? O que aconteceu? Isso não sai da minha cabeça. Espero, de coração, que não tenha nada a ver comigo. Tenho a leve impressão de que tudo o que acontece entre os dois tem alguma coisa que me implica, e eu não quero ser motivo de discórdia entre eles. Ainda mais sabendo que ela está no hospital... Eu não me sentiria nada bem diante disso.Me dá nos nervos quando ele não me explica o que está acontecendo. Não é simples curiosidade da minha parte, mas irritação. Ele já teve essa mesma atitude antes, e sabe que eu odeio isso. Sinceramente, se o Henry de antes voltar, não sei o que farei. Só sei que não vou passar por tudo aquilo novamente. Ele não voltou a agir como antes, mas essa atitude é antiga, mesmo que ele ainda esteja sendo carinhoso.Estou disposta a deixá-lo descansar e, quem sabe depois, ele se abra para conversar. Não sou de ficar no pé de
MELISSAPela manhã, notei que Henry já não estava na cama. Olhei para o berço e também não vi a Mia, mas ouvi uma música infantil vindo do quarto ao lado. Sorri, já imaginando onde eles estavam. Penso que o Henry gosta mais daquele quarto e dessas músicas do que a própria Mia.Levantei e me troquei. Esta semana, a loja permanecerá fechada, já que planejo mudar de local. Mesmo assim, o que não me faltará é trabalho. Pelo que prevejo, será uma semana muito corrida.Depois de fazer minha rotina de higiene, fui até o quarto ao lado, mas me surpreendi ao ver Henry já vestido com roupas de trabalho.— Bom dia, amor da minha vida. — Ele falou assim que abri a porta. Sorri ao perceber que ele parecia menos irritado. Me aproximei dos dois, ele estava com Mia nos braços, e dei um beijo molhado em seus lábios, segurando seu rosto. Logo depois, peguei Mia no colo e enchi minha pequena de beijos.— Também queria vários beijos assim. Por que só ela ganha? — Olhei para ele com os olhos semicerrados,
Me senti feliz por perceber que ele, pelo menos, repensou na maneira como tratou a mãe. Afinal, ele foi lá para vê-la e saiu brigando com Deus e o mundo. Não dá. Mas decidi ir além. Eu preciso.— Sei que é difícil para você, Henry, e sei que o assunto da sua mãe não tem nada a ver comigo, e sim com você. — Ele negou, me interrompendo.— Desculpa, amor. Não queria ter falado daquele jeito. Você tem a ver com tudo que se refere à minha vida. Mas, na boa, minha mãe sempre te renegou como minha esposa, e agora você vem tentar defendê-la?— Isso é sobre quem eu sou, Henry. Não é sobre o que os outros me fazem ser. Não mudo meu jeito pelo modo como sua mãe me trata. Para mim, o certo é o certo, e não há vírgula que mude isso. Você precisa aceitar que sua mãe viveu a vida inteira em prol de você e da Bárbara. Sabemos que ela fez tudo por vocês, até mais do que devia. Era até chato, e você não venha dizer que não incomodava ela tentar saber tudo da sua vida. Até mesmo depois de casado, ela li