Camila Duarte A mansão estava mais silenciosa do que o habitual. Os pais de Lorenzo tinham saído para levar minha família até a mansão na vizinhança e, por algum motivo que só Deus poderia explicar, eu achei que essa era a oportunidade perfeita para mudar minhas coisas para o quarto dele. Não era como se eu quisesse compartilhar o mesmo espaço que ele, mas considerando que havia um bebê crescendo dentro de mim, achei que era um argumento válido, já que os pais dele estavam hospedados na mansão dele. — Mei Deus me ajude!— murmurei para mim mesma enquanto empurrava minha mala pela porta do quarto. Lorenzo, claro, não me deixou fazer nada sozinha. Ele prontamente chamou duas funcionárias para me ajudar. — Por favor, levem as coisas da senhorita Duarte para o meu quarto — ordenou ele, casualmente, como se essa fosse a coisa mais natural do mundo. — Obrigada, mas eu posso fazer isso sozinha! — protestei, irritada. Ele me ignorou completamente, como sempre. Poucos minutos depois, eu
Lorenzo RicciLevantei da cama e vesti a camisa que havia largado. Fui até o sofá e toquei levemente no ombro dela. — Camila. Ela resmungou algo ininteligível e virou-se para o outro lado. Ri baixo. — Preciso ir até a empresa. Fique em casa hoje. Não vou demorar muito. Ainda temos que sair mais tarde com meus pais. Ela abriu um olho, sonolenta, e murmurou: — Ótimo, mais um evento Ricci. Mal posso esperar. Ignorei a provocação e saí. Na empresa, tudo estava como sempre: movimentado e organizado. Passei pela recepção sem muita atenção, subindo direto para minha sala. Assim que abri a porta, vi Amber sentada na poltrona diante da minha mesa. Ela usava um vestido elegante e justo, sua postura impecável, mas havia algo nos olhos dela que me fez parar por um momento. Determinação misturada com dor. — Amber, o que você está fazendo aqui? Ela sorriu, mas não havia alegria em sua expressão. — Quero saber onde está sua "noiva". Ou devo chamá-la de "sua secretária"? — A C
Camila Duarte Acordei com a luz fraca da tarde entrando pela janela e me espreguicei, sentindo meu corpo relaxado. Lorenzo havia saído cedo, mas a ideia de passar o dia em casa parecia tranquila. Ao me levantar, notei um som baixo vindo da sala e, curiosa, fui até lá. Para minha surpresa, os pais de Lorenzo, Anny e Miguel, estavam sentados no sofá. — Camila! — Anny disse, com um sorriso caloroso ao me ver. — Dormiu bem? — Sim, senhora Anny, obrigada. — Já disse para me chamar só de Anny — ela respondeu, com o tom acolhedor de sempre. — Por que não se junta a nós? Vamos assistir a um filme. Concordei, sorrindo. — Claro, vou preparar pipoca. Não tem filme sem pipoca, certo? Eles riram, e fui até a cozinha. Comecei a estourar os grãos, o aroma enchendo o ar, enquanto ouvia a conversa baixa e animada na sala. O som das risadas deles me trouxe um calor no peito. Por mais que minha relação com Lorenzo fosse confusa em alguns aspectos, e nada real, a não ser o fato de esperar um
Lorenzo RicciO relógio marcava quase meia-noite quando finalmente estacionei meu carro na garagem da mansão. O dia tinha sido infernal. Além do caos que precisei resolver na empresa, ainda fui surpreendido por uma emboscada que poderia ter terminado muito pior. Mas nada disso me irritava tanto quanto a cena que encontrei ao subir para o quarto. Camila estava na varanda, os braços cruzados, esperando por mim como se fosse minha dona. Assim que me viu, disparou com um tom afiado: — Ah, você chegou. Ótimo! Soltei um suspiro carregado de cansaço e ironia. — O que foi? Não consegue dormir sem mim? Ela se levantou e caminhou até mim com aquele olhar de quem estava prestes a soltar um sermão. — Você precisa entender que seus pais estão na sua casa! Eles esperaram por você para o jantar, ligaram várias vezes, sua mãe ficou preocupada… E eu tive que mentir! Revirei os olhos, tirando o paletó e jogando sobre a poltrona. — Que grande tragédia… — Sim, tragédia mesmo, porque su
Camila Duarte O ar entre nós estava carregado. Minha respiração acelerada, o coração batendo descompassado dentro do peito. Lorenzo estava tão próximo que eu podia sentir o calor que emanava de seu corpo, o cheiro másculo misturado com o leve toque de perfume sofisticado. Seus olhos queimavam os meus, intensos, perigosos. Eu deveria desviar o olhar, deveria me afastar… mas não consegui. Algo mais forte do que minha própria razão me puxava para ele. Seu maxilar estava tenso, sua postura rígida, como se estivesse se segurando. Mas eu vi quando seus olhos baixaram para os meus lábios. E foi nesse instante que eu cedi. Sem pensar, sem hesitar, simplesmente me atirei. Segurei o rosto dele entre minhas mãos e pressionei meus lábios contra os seus. Lorenzo não hesitou. Não havia espaço para dúvida entre nós. Ele gemeu baixo contra minha boca e, num segundo, suas mãos estavam em minha cintura, me puxando para si com força. Seu corpo era firme, quente, como se estivesse em chamas.
Camila Duarte O quarto estava mergulhado em um silêncio intenso, quebrado apenas pelo som das nossas respirações ainda descompassadas. Meu corpo estava relaxado, mas minha mente era um caos. O que eu tinha acabado de fazer? Abri os olhos devagar, sentindo o calor do corpo de Lorenzo ainda junto ao meu. Ele estava deitado de lado, um braço jogado sobre minha cintura, os dedos traçando círculos preguiçosos na minha pele. Seu toque era suave, quase… íntimo. Isso me assustou. Tentei me mover, mas ele percebeu e apertou mais o braço ao meu redor, mantendo-me junto a ele. — Aonde pensa que vai? — sua voz saiu rouca, carregada de sono e satisfação. Engoli em seco. Eu deveria me afastar, deveria colocar distância entre nós antes que isso se tornasse ainda mais perigoso. Mas não consegui. Meu corpo já havia traído minha razão uma vez, e parecia disposto a continuar fazendo isso. — Preciso tomar um banho — murmurei, evitando olhar para ele. Lorenzo soltou um som baixo, q
Lorenzo RicciO vapor ainda pairava no banheiro quando saí do chuveiro. Passei a toalha pelo cabelo, tentando dissipar a bagunça de pensamentos que Camila sempre causava em mim. Vesti um pijama e voltei para a minha cama, onde ela estava deitada de costas, a camisola subindo um pouco com o movimento da respiração. Deitei ao lado dela e, sem pedir permissão, a puxei para perto. Meu braço deslizou ao redor de sua cintura, minha mão descansando sobre seu ventre, onde nosso bebê crescia. Ela se assustou, com o meu toque inesperado e eu não pude evitar de sorrir sem que ela visse meu rosto, nossa eu estava muito feliz.— O que você está fazendo? — sua voz soou hesitante, mas carregada com aquela teimosia que me fazia sorrir. — Apenas sendo um bom noivo — murmurei, fechando os olhos, sentindo o calor do corpo dela contra o meu. Camila bufou. — Sei que tipo de bondade você está desejando. Abri os olhos e encarei o teto por um instante antes de virar o rosto para ela. — Não foi
Lorenzo RicciCada detalhe gravado na minha mente como se o tempo tivesse parado para eternizar o que sentia. Sob o calor reconfortante do chuveiro, os vapores se misturavam ao perfume sutil de sabonete, enquanto eu me aproximava de Camila. Seus olhos, ainda cheios de incerteza, encontravam os meus, e naquele instante, percebi que cada toque, cada suspiro, era um grito silencioso de desejo e entrega.Com o sabonete em mãos, comecei a deslizar sua espuma pelo corpo dela, meus dedos traçando caminhos que eu conhecia tão bem, mas que, naquele momento, pareciam novos e misteriosos. Camila se contorceu um pouco e, num impulso contido, pediu para que eu parasse. Mas, com a voz baixa e carregada de convicção, sussurrei em seu ouvido:— Sei que não é exatamente o que você deseja agora, mas confie em mim. Permita que eu te mostre que o prazer pode ser um refúgio, um caminho para nos encontrarmos sem medos.Ela hesitou, os lábios entreabertos num pedido silencioso, enquanto eu continuava a expl