Camila Duarte O ar entre nós estava carregado. Minha respiração acelerada, o coração batendo descompassado dentro do peito. Lorenzo estava tão próximo que eu podia sentir o calor que emanava de seu corpo, o cheiro másculo misturado com o leve toque de perfume sofisticado. Seus olhos queimavam os meus, intensos, perigosos. Eu deveria desviar o olhar, deveria me afastar… mas não consegui. Algo mais forte do que minha própria razão me puxava para ele. Seu maxilar estava tenso, sua postura rígida, como se estivesse se segurando. Mas eu vi quando seus olhos baixaram para os meus lábios. E foi nesse instante que eu cedi. Sem pensar, sem hesitar, simplesmente me atirei. Segurei o rosto dele entre minhas mãos e pressionei meus lábios contra os seus. Lorenzo não hesitou. Não havia espaço para dúvida entre nós. Ele gemeu baixo contra minha boca e, num segundo, suas mãos estavam em minha cintura, me puxando para si com força. Seu corpo era firme, quente, como se estivesse em chamas.
Camila Duarte O quarto estava mergulhado em um silêncio intenso, quebrado apenas pelo som das nossas respirações ainda descompassadas. Meu corpo estava relaxado, mas minha mente era um caos. O que eu tinha acabado de fazer? Abri os olhos devagar, sentindo o calor do corpo de Lorenzo ainda junto ao meu. Ele estava deitado de lado, um braço jogado sobre minha cintura, os dedos traçando círculos preguiçosos na minha pele. Seu toque era suave, quase… íntimo. Isso me assustou. Tentei me mover, mas ele percebeu e apertou mais o braço ao meu redor, mantendo-me junto a ele. — Aonde pensa que vai? — sua voz saiu rouca, carregada de sono e satisfação. Engoli em seco. Eu deveria me afastar, deveria colocar distância entre nós antes que isso se tornasse ainda mais perigoso. Mas não consegui. Meu corpo já havia traído minha razão uma vez, e parecia disposto a continuar fazendo isso. — Preciso tomar um banho — murmurei, evitando olhar para ele. Lorenzo soltou um som baixo, q
Lorenzo RicciO vapor ainda pairava no banheiro quando saí do chuveiro. Passei a toalha pelo cabelo, tentando dissipar a bagunça de pensamentos que Camila sempre causava em mim. Vesti um pijama e voltei para a minha cama, onde ela estava deitada de costas, a camisola subindo um pouco com o movimento da respiração. Deitei ao lado dela e, sem pedir permissão, a puxei para perto. Meu braço deslizou ao redor de sua cintura, minha mão descansando sobre seu ventre, onde nosso bebê crescia. Ela se assustou, com o meu toque inesperado e eu não pude evitar de sorrir sem que ela visse meu rosto, nossa eu estava muito feliz.— O que você está fazendo? — sua voz soou hesitante, mas carregada com aquela teimosia que me fazia sorrir. — Apenas sendo um bom noivo — murmurei, fechando os olhos, sentindo o calor do corpo dela contra o meu. Camila bufou. — Sei que tipo de bondade você está desejando. Abri os olhos e encarei o teto por um instante antes de virar o rosto para ela. — Não foi
Lorenzo RicciCada detalhe gravado na minha mente como se o tempo tivesse parado para eternizar o que sentia. Sob o calor reconfortante do chuveiro, os vapores se misturavam ao perfume sutil de sabonete, enquanto eu me aproximava de Camila. Seus olhos, ainda cheios de incerteza, encontravam os meus, e naquele instante, percebi que cada toque, cada suspiro, era um grito silencioso de desejo e entrega.Com o sabonete em mãos, comecei a deslizar sua espuma pelo corpo dela, meus dedos traçando caminhos que eu conhecia tão bem, mas que, naquele momento, pareciam novos e misteriosos. Camila se contorceu um pouco e, num impulso contido, pediu para que eu parasse. Mas, com a voz baixa e carregada de convicção, sussurrei em seu ouvido:— Sei que não é exatamente o que você deseja agora, mas confie em mim. Permita que eu te mostre que o prazer pode ser um refúgio, um caminho para nos encontrarmos sem medos.Ela hesitou, os lábios entreabertos num pedido silencioso, enquanto eu continuava a expl
Amber Eu não esperava que aquela manhã tomasse um rumo tão surreal. Tudo aconteceu tão rápido. Eu perseguia a Camila pelas ruas, o coração acelerado e a mente fervilhando de planos e raiva. Ela havia saído com a mãe do Lorenzo, a sogra que eu nunca conheci, e eu não permitiria que ela escapasse novamente. Enquanto acelerava o carro, meus olhos fixos na Camila, senti que aquela era a oportunidade perfeita para mais uma vez atropelar Camila. Mas, antes mesmo que eu apertasse o pedal, algo impossível aconteceu. Dois homens, sem aviso prévio, saltaram para dentro do meu carro, enquanto outro surgia na frente, bloqueando a minha rota de fuga. Todos armados, com rostos fechados e olhos frios que miravam diretamente em mim. Por um breve instante, o tempo pareceu congelar. Meu coração martelava no peito, e a adrenalina invadia cada centímetro do meu corpo. — Parece que você é obstinada a ter o que quer e a se livrar de tudo que fica no seu caminho — disse o homem com uma voz firme, carreg
Lorenzo RicciEstava em uma das minhas empresas quando o telefone vibrou sobre a mesa do meu escritório, interrompendo minha conversa com meu pai. — Preciso atender — falei, já pegando o aparelho. Assim que atendi, meu coração parou por um segundo. A voz do outro lado era de um dos médicos do hospital. Ester havia acordado.Levantei-me tão rápido que minha cadeira quase tombou. Meu pai me olhou, alarmado. — O que houve? — Preciso ir ao hospital. É urgente. — Lorenzo… — Depois explico, pai. Saí sem olhar para trás. Dois anos desde que ela se colocou na minha frente e tomou a bala que era para mim. Dois anos desde que eu a vi ser levada desacordada, sem saber se algum dia voltaria a vê-la abrir os olhos. E agora, ela estava de volta. No hospitalMinhas pernas se moveram sozinhas assim que entrei no quarto. Ela estava ali. Pálida, mais magra, mas acordada. Viva. Meus olhos arderam, mas não me importei. Atravessando o quarto, abracei-a, segurando-a com toda a força
Lorenzo RicciO silêncio entre nós se estendeu por alguns segundos. Minha mãe olhava de mim para Ester, enquanto Camila cruzava os braços, forçando um sorriso.— Você tem certeza de que é apenas amizade? — Camila perguntou, sua voz carregada de um tom que eu conhecia bem.Revirei os olhos.— Não começa, Camila. Ester é minha melhor amiga.Ester, por outro lado, riu baixinho e ergueu as mãos, como se se rendesse.— Ei, não precisa brigar por minha causa. Mas, sinceramente, Lorenzo, não posso acreditar que não me esperou. Estou profundamente magoada.—ela disse sendo sarcástica e brincalhona.Ela dramatizou, colocando a mão no peito, e minha mãe riu. Mas Camila… Camila não achou graça.— Engraçado, né? Dois anos em coma e já volta fazendo piada — ela rebateu, estreitando os olhos.— O que posso dizer? Tenho um ótimo senso de humor. Mas também estou tentando lidar com o fato de que o meu melhor amigo não teve a decência de esperar que eu acordasse para se casar.— Ester disse, lançando um
Lorenzo Ricci Ajeitei os travesseiros da cama para Ester e ajudei-a a se deitar. Ela parecia cansada, o que era esperado depois de tudo que passou. Mesmo assim, seu olhar ainda tinha aquele brilho determinado. — Quero lhe pedir algo, Enzo. Sentei-me na poltrona ao lado da cama e segurei sua mão. — O que quiser, Ester. Ela respirou fundo antes de dizer: — Quero que você vá para casa, fique com sua noiva e durma com ela. Não imaginei que fosse ver você noivo, mas estou feliz que seja com uma mulher que ama você. E a Camila te ama, eu não tenho dúvidas. Se você tem consideração por mim, trate de respeitá-la e amá-la. Minhas sobrancelhas se arquearam. — Ester, eu… Na verdade, em breve você vai ser tia — revelei, interrompendo-a. — A Camila está grávida. Os olhos dela se arregalaram. — Isso é sério? Assenti, e ela bufou. — E o que você está fazendo aqui? Vai agora para casa! Cruzei os braços, hesitante. — Não posso te deixar sozinha. — Lorenzo… — Ela suspirou