Lorenzo Ricci Eu estava ali, parado, encarando Camila como se o chão tivesse sido arrancado dos meus pés. O silêncio entre nós era cortante, apenas o som dos nossos corações batendo apressadamente preenchia o espaço. Sobre a mesa, os exames médicos estavam espalhados, as palavras frias e cruéis saltavam das páginas como facas afiadas: câncer, estágio avançado, tratamento urgente. Minha voz ecoou pelo restaurante, rouca, trêmula, mas carregada da raiva que nascia do medo. — Quando ia me contar? — Minha pergunta cortou o ar, carregada de incredulidade. — Em que momento pensou que eu deveria saber? Quando eu tivesse que preparar seu velório? — As palavras saíram mais duras do que eu pretendia, mas eu não podia conter a fúria desesperada que me corroía por dentro. Camila abaixou a cabeça, os lábios entreabertos, como se procurasse a resposta certa, como se qualquer justificativa pudesse apagar aquele pesadelo. — Lorenzo… Eu ri, mas não de felicidade. Um riso vazio, ácido. — Subo
Meses depois(....)Lorenzo Ricci Meses se passaram desde que fomos para a Alemanha, e agora estávamos de volta à nossa amada Itália. O avião tocou suavemente a pista particular da nossa propriedade, mas meu coração ainda pulsava com a intensidade de uma tempestade. Olhei para Camila ao meu lado; seu rosto, embora pálido, exibia uma serenidade que refletia a jornada que havíamos atravessado juntos. O tratamento na Alemanha fora árduo, quimioterapias exaustivas, cirurgias arriscadas, mas ela estava viva. Ela estava curada. No entanto, essa cura veio com um preço. Camila perdera parte de sua memória. Não sabia como havia chegado até ali, não se lembrava de quando teve nossas filhas, não recordava as cicatrizes emocionais que nos uniram tão profundamente. Era como se eu estivesse ao lado da mulher que eu amo, que tinha meu coração nas mãos, mas não lembrava de como começou a me amar e como nos tornamos um só. Quando descemos do avião, e chegamos ao jardim da mansão, as meninas cor
Lorenzo RicciCamila recuou.. O choque em seus olhos era tão intenso quanto a dor silenciosa que parecia pulsar em cada palavra não dita. Dentro do nosso quarto, ela ficou sentada na cama distante. — Presa? — sua voz veio como um sussurro, um eco frágil da realidade que eu acabara de impor sobre ela. — Minha irmã está presa, Lorenzo? Eu assenti lentamente, cada movimento meu carregando o peso de uma confissão, ela se levantou e ficou olhando para o jardim, através da porta de vidro da varanda. — Eu... Eu não queria que você soubesse assim — murmurei, tentando me aproximar, mas ela deu um passo para trás. — Camila, eu só queria te proteger. — Me proteger? — ela soltou uma risada amarga, as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Me proteger de quê? Da minha própria família? Ou da verdade? Meus punhos se fecharam ao lado do corpo. Eu sabia que nada que eu dissesse apagaria o que toda sua família havia feito, ou o que havia escondido. — Amber tentou te matar, Camila — minha voz trem
Camila Duarte O quarto estava mergulhado em uma penumbra silenciosa, e o único som era minha respiração irregular. Meus olhos ardiam pelas lágrimas derramadas, e minha cabeça latejava com o peso da verdade recém-revelada. Amber tentou me matar. Minha irmã. A única família que eu ainda tinha. A frase se repetia na minha mente como um eco cruel, me lembrando do abismo que existia entre nós. Ela não só desejou minha morte. Ela planejou. E eu não fazia ideia de por quê. Cruzei os braços, tentando abraçar a mim mesma, buscando um calor que não vinha. Sentia-me vazia, como se uma parte de mim tivesse se perdido junto com minhas memórias. Fechei os olhos e tentei lembrar. Tentei recordar qualquer momento de cumplicidade com Amber, qualquer conversa, qualquer sorriso. Mas tudo que veio foram fragmentos soltos, desconexos. Como páginas de um livro queimado, onde apenas cinzas restavam. Era frustrante. Eu queria lembrar. Queria entender. Mas a realidade era
Lorenzo Ricci A noite estava avançada quando subi as escadas em direção ao nosso quarto. O peso das últimas revelações pairava sobre mim, e eu sabia que Camila buscava respostas. Ao entrar, encontrei-a sentada na beira da cama, os olhos fixos em mim com uma intensidade que me fez estremecer. — Lorenzo, pode sentar aqui.— disse ela, a voz firme, mas com uma suavidade que só ela possuía. Assenti, aproximando-me lentamente. Sentei-me ao seu lado, sentindo o calor de sua presença tão próximo. Ela segurou minha mão, e o toque suave de seus dedos enviou uma onda de eletricidade pelo meu corpo. Meu coração acelerou, antecipando o que poderia vir a seguir. Camila inclinou-se, aproximando seus lábios do meu ouvido, e sussurrou: — Que tipo de esposo você quer que eu veja ao te ver? O que me esconde a verdade, ou o que diz absolutamente tudo? Senti um nó se formar em minha garganta. As palavras dela eram como uma lâmina afiada, cortando através das camadas de proteção que eu havia erguido.
Camila Duarte Ricci Após me abraçar ele levantou da cama e foi em direção a porta que estava entreaberta quando Lorenzo deu um passo à frente, prestes a sair do quarto. Meu coração disparou. Algo dentro de mim, um desejo profundo e instintivo, me impediu de deixá-lo ir. — Lorenzo… — minha voz soou mais rouca do que eu esperava. Ele parou. O silêncio pesou no ar, carregado de algo elétrico, como se estivéssemos presos em uma bolha de tensão prestes a explodir. — Esse é o seu quarto — continuei, levantando-me devagar da cama, sentindo a leve brisa noturna roçar minha pele exposta pela camisola de seda que eu usava. — Mesmo que eu não me lembre de nós dois… sinto algo aqui dentro — toquei meu peito — algo que me diz que você já esteve dentro de mim… tantas vezes. Os olhos dele, antes duros e cautelosos, escureceram. O ar ficou pesado. — Camila… — ele sussurrou meu nome como uma tensão e uma promessa ao mesmo tempo. — Eu não lembro de como é seu corpo nu — admiti, min
Camila Duarte Ricci Meus dedos se cravaram nos ombros dele quando senti sua ereção roçar exatamente onde eu mais queria. Um calor insuportável se espalhou por mim — uma necessidade primitiva que parecia ter sido adormecida junto com minha memória, mas agora despertava como um vulcão em erupção. — Lorenzo… — gemi, rebolando contra ele. — Eu quero você… agora. Seus olhos queimaram os meus. — Ainda não, minha linda — ele sorriu, aquele sorriso perigoso. — Primeiro, quero te ouvir gemer como nunca. Antes que eu pudesse responder, Lorenzo me girou novamente e me empurrou levemente até que eu estivesse de bruços sobre a cama. Meu coração disparou, minhas pernas vacilaram, mas a expectativa era avassaladora. Ele correu as mãos pela curva da minha coluna, descendo lentamente até segurar meus quadris com firmeza. Sua boca veio logo atrás, pressionando beijos molhados e mordidas suaves em cada pedaço exposto da minha pele. — Você é minha… sempre foi — ele murmurou, como se di
Lorenzo Ricci A manhã nasceu lenta, com o céu tingido em tons suaves de azul e dourado. O quarto ainda cheirava a nós ao desejo descontrolado da noite passada, às marcas visíveis que Camila havia deixado em minha pele e às que eu havia cravado nela, não só com meu toque, mas com a promessa silenciosa que pairava entre nós: ela era minha. Sempre foi. Abri os olhos devagar, absorvendo a visão dela adormecida ao meu lado. Camila estava nua, com a pele levemente marcada pelos meus dedos, os cabelos espalhados no travesseiro como uma moldura selvagem ao redor de seu rosto. Havia algo de vulnerável nela enquanto dormia uma fragilidade que parecia contradizer a mulher ousada que, poucas horas antes, gritava meu nome enquanto se entregava ao prazer que eu a obriguei a aceitar., após ela me provocar. Toquei seu rosto com a ponta dos dedos, traçando a linha de sua mandíbula, descendo pelo pescoço até a curva delicada do ombro. Um leve suspiro escapou de seus lábios entreabertos, e meu pei