— Claro que é por causa dos nossos sentimentos. Você realmente acha necessário levar as coisas a esse ponto?— Sim, é necessário.Igor ficou sem palavras por um momento e depois, com urgência, disse: — Vanessa, desde quando você mudou tanto assim? Antes, você nunca se importava com essas coisas!— Eu não me importava antes porque éramos casados e eu era a gerente geral do Grupo Ribeiro. Agora me importo porque sou a Vanessa.Vanessa sempre foi racional. A pouca obediência e compreensão que demonstrou ao longo dos três anos de casamento foram dedicadas a Igor. Ela acreditava nele, não porque fosse ingênua, mas porque pensava que o casamento precisava ser baseado em confiança.Mas agora as coisas eram diferentes. Sem essas amarras, ela era apenas ela mesma.— O novo acordo de divisão de bens já foi redigido pelo meu advogado e deve chegar à sua empresa por volta da tarde. Não há muita diferença em relação ao anterior, exceto por um detalhe: Eu quero um apartamento duplex ao lado do Worl
— Sr. Bryan, você realmente não precisa me acompanhar, em plena luz do dia, o Igor não vai se atrever a fazer nada comigo. — A voz de Vanessa ecoou dentro do carro.Ela também não esperava que Bryan tivesse ficado esperando por ela do lado de fora da cafeteria.— Você está pensando demais, é só porque está no meu caminho.No caminho?Vanessa ficou ligeiramente surpresa. Tudo bem, talvez ela estivesse imaginando coisas.Nesse momento, Eduardo, o motorista, fez uma pergunta fora de hora:— Ah, Srta. Vanessa, para onde você vai?— Ah, eu vou para o escritório de Advocacia Carmo.Assim que as palavras saíram da boca de Vanessa, ela percebeu algo estranho. Ela ainda não tinha mencionado para onde ia, então como Bryan sabia que era no caminho?Mas nesse momento, o homem estava de braços cruzados, encostado no banco, com os olhos fechados, parecendo totalmente alheio à situação.Vanessa engoliu silenciosamente sua pergunta.Bryan sempre agia de forma imprevisível, quem sabia o que ele estava
— Quem te trouxe aqui?— Um amigo. — Vanessa não disse mais nada. — Ah, sim! Você leu os documentos que te enviei essa manhã?— Li sim. Vamos, vamos subir e falar sobre os detalhes do caso.Severino desviou o olhar que tinha lançado à distância e conduziu Vanessa até o andar de cima para discutir os detalhes do processo. — Se eu soubesse, teria te levado para casa ontem à noite. Deixar você passar por uma situação tão perigosa... Você está bem?— Estou bem, só me machuquei um pouco.Ao ver a ponta da gaze aparecendo sob o lenço de Vanessa, o rosto de Severino imediatamente se tornou sombrio.— Igor realmente ousou recorrer a sequestro e ameaças. Ele deve estar querendo ir para a prisão.— Acho difícil ele acabar preso. Ele pode muito bem jogar toda a culpa em Rafaela. No máximo, ficará detido por alguns dias. Também não quero fazer um grande alarde sobre isso.— Entendo. Farei o possível para garantir os seus melhores interesses.Enquanto falavam, o celular de Severino tocou. Ao ve
Fora do escritório, Vanessa foi levada à sala de descanso pela secretária, que disse: — Srta. Vanessa, por favor, descanse um pouco aqui. Vou pegar um chá para você.— Obrigada, ah. Espera aí! — Vanessa a chamou, olhando para o escritório em frente. — Michele costuma vir aqui?A secretária rapidamente balançou a cabeça. — Não, Srta. Michele está vindo pela primeira vez. O advogado Severino geralmente está muito ocupado e raramente recebe amigos no escritório. Eu também não sabia que a Srta. Michele era amiga do advogado Severino.— Entendi, obrigada. — Vanessa ficou pensativa.— De nada, por favor, aguarde um momento.Depois que a secretária saiu, Vanessa pegou seu celular e abriu o álbum de fotos. Ela ficou procurando por um tempo até encontrar uma foto de quatro anos atrás, quando se formou na universidade. Era uma foto de quatro pessoas. Ela e Michele estavam vestindo becas de formatura, cada uma segurando um buquê de flores, com Igor e Severino ao lado. Vanessa só soube que
— Alô? Mãe! — Vanessa nem terminou de falar, Cláudia já tinha desligado o celular. Ao ligar de novo, só deu caixa postal. O carro já tinha chegado à entrada do condomínio. Assim que saiu do carro, Vanessa viu Nanda e Cláudia juntas, com Cláudia como sempre, toda animada, gesticulando enquanto falava. — Mãe! — Vanessa correu em direção a elas. — Vani. — Cláudia a puxou, ainda com um sorriso no rosto. — Vamos, comprei uma melancia, vamos cortar e comer em casa.Vendo a mãe assim, era óbvio que ela ainda não sabia de nada. — Mãe, que melancia o quê, vem comigo primeiro. — Vanessa tentou puxar ela para ir embora, mas Nanda, claro, não perderia a oportunidade de zombar delas.— Vanessa, isso não está certo. Sua mãe, toda preocupada com você, veio trazer uma melancia nesse calor, e você ainda quer mandar ela embora?— Pois é, nossa Vani está sempre ocupada com o trabalho, mal tem tempo para a família. Como mãe, eu preciso me preocupar mais com o que ela não consegue dar conta.—
— Você está mentindo! — Cláudia ficou tão irritada que seu rosto ficou vermelho, e seu sangue ferveu de raiva. Ela avançou diretamente e agarrou Nanda, pronta para agir. — Vou rasgar essa sua boca suja!Nanda nunca tinha visto uma situação dessas e levou vários tapas, gritando desesperadamente.Nesse momento, Esther apareceu do nada e empurrou Cláudia, que caiu no chão. — Como você ousa bater na minha mãe!?— Mãe! — Vanessa correu para ajudar Cláudia, mas viu que ela estava tremendo de raiva, sem conseguir dizer uma palavra. Em poucos segundos, Cláudia revirou os olhos e desmaiou nos braços de Vanessa.Ao ver isso, Esther recuou e gritou alto: — Foi ela quem começou! Eu só estava defendendo minha mãe, não temos nada a ver com isso!Enquanto dizia isso, ela puxou Nanda e saiu.Os olhos de Vanessa estavam vermelhos de tanto chorar, e ela chamou por Cláudia sem parar: — Mãe, acorda!Cada vez mais pessoas se aglomeravam ao redor.— Chamem uma ambulância, parece que ela teve um derrame.
Antes que Vanessa pudesse apresentar, Cláudia já tinha estendido a mão calorosamente para Bryan: — Sr. Bryan Barbosa, certo?— A senhora é muito gentil, pode me chamar só de Bryan.— Bryan, que nome bonito.Cláudia mal tinha terminado o ensino fundamental, então não tinha como entender se o nome era bonito ou não.— Mãe, como você sabe que ele se chama Bryan? — Vanessa, de repente, percebeu algo e arregalou os olhos. — Você não desmaiou?Quando Cláudia desmaiou, Bryan ainda não tinha chegado. Se ela realmente tivesse desmaiado, como poderia saber quem a trouxe para o hospital? Além disso, agora ela parecia tão lúcida, claramente estava fingindo.Vanessa ficou sem palavras: — Mãe, por que você fingiu que desmaiou? Você quase me matou de susto!— Garota malcriada. — Cláudia deu um tapa nas costas dela, com uma expressão irritada. — Você ficou desapontada porque eu não desmaiei, né? Você preferia que eu tivesse alguma coisa grave, não é?— Não foi isso que eu quis dizer.— Então o que v
Cláudia estava tão obcecada com dinheiro que parecia estar enlouquecendo. Para afastar qualquer ideia da cabeça de sua mãe, Vanessa foi direta: — Ele vende carros usados.Cláudia ficou sem palavras.Pouco tempo depois, a refeição que Bryan havia encomendado chegou ao quarto. Não dava para negar que Bryan era generoso, uma canja de frutos do mar recém-preparado foi servido, e o garçom do restaurante levou o tacho inteiro, acompanhado por uma mesa cheia de acompanhamentos.— Tanta coisa, Sr. Bryan, você gastou demais. Vender carros usados não deve estar fácil agora, né?— Carros usados? — Bryan lançou a ela um olhar confuso.Vanessa deu uma tossida brusca. — Mãe, coma logo. Acabei de lembrar que tenho um assunto urgente. — Dizendo isso, ela rapidamente puxou Bryan para fora do quarto. Só quando estavam bem longe do quarto do hospital, Vanessa suspirou aliviada.Ao olhar para trás, viu Bryan a observando fixamente, o que a fez hesitar. Percebeu então que ainda estava segurando a mão de