Fora do escritório, Vanessa foi levada à sala de descanso pela secretária, que disse: — Srta. Vanessa, por favor, descanse um pouco aqui. Vou pegar um chá para você.— Obrigada, ah. Espera aí! — Vanessa a chamou, olhando para o escritório em frente. — Michele costuma vir aqui?A secretária rapidamente balançou a cabeça. — Não, Srta. Michele está vindo pela primeira vez. O advogado Severino geralmente está muito ocupado e raramente recebe amigos no escritório. Eu também não sabia que a Srta. Michele era amiga do advogado Severino.— Entendi, obrigada. — Vanessa ficou pensativa.— De nada, por favor, aguarde um momento.Depois que a secretária saiu, Vanessa pegou seu celular e abriu o álbum de fotos. Ela ficou procurando por um tempo até encontrar uma foto de quatro anos atrás, quando se formou na universidade. Era uma foto de quatro pessoas. Ela e Michele estavam vestindo becas de formatura, cada uma segurando um buquê de flores, com Igor e Severino ao lado. Vanessa só soube que
— Alô? Mãe! — Vanessa nem terminou de falar, Cláudia já tinha desligado o celular. Ao ligar de novo, só deu caixa postal. O carro já tinha chegado à entrada do condomínio. Assim que saiu do carro, Vanessa viu Nanda e Cláudia juntas, com Cláudia como sempre, toda animada, gesticulando enquanto falava. — Mãe! — Vanessa correu em direção a elas. — Vani. — Cláudia a puxou, ainda com um sorriso no rosto. — Vamos, comprei uma melancia, vamos cortar e comer em casa.Vendo a mãe assim, era óbvio que ela ainda não sabia de nada. — Mãe, que melancia o quê, vem comigo primeiro. — Vanessa tentou puxar ela para ir embora, mas Nanda, claro, não perderia a oportunidade de zombar delas.— Vanessa, isso não está certo. Sua mãe, toda preocupada com você, veio trazer uma melancia nesse calor, e você ainda quer mandar ela embora?— Pois é, nossa Vani está sempre ocupada com o trabalho, mal tem tempo para a família. Como mãe, eu preciso me preocupar mais com o que ela não consegue dar conta.—
— Você está mentindo! — Cláudia ficou tão irritada que seu rosto ficou vermelho, e seu sangue ferveu de raiva. Ela avançou diretamente e agarrou Nanda, pronta para agir. — Vou rasgar essa sua boca suja!Nanda nunca tinha visto uma situação dessas e levou vários tapas, gritando desesperadamente.Nesse momento, Esther apareceu do nada e empurrou Cláudia, que caiu no chão. — Como você ousa bater na minha mãe!?— Mãe! — Vanessa correu para ajudar Cláudia, mas viu que ela estava tremendo de raiva, sem conseguir dizer uma palavra. Em poucos segundos, Cláudia revirou os olhos e desmaiou nos braços de Vanessa.Ao ver isso, Esther recuou e gritou alto: — Foi ela quem começou! Eu só estava defendendo minha mãe, não temos nada a ver com isso!Enquanto dizia isso, ela puxou Nanda e saiu.Os olhos de Vanessa estavam vermelhos de tanto chorar, e ela chamou por Cláudia sem parar: — Mãe, acorda!Cada vez mais pessoas se aglomeravam ao redor.— Chamem uma ambulância, parece que ela teve um derrame.
Antes que Vanessa pudesse apresentar, Cláudia já tinha estendido a mão calorosamente para Bryan: — Sr. Bryan Barbosa, certo?— A senhora é muito gentil, pode me chamar só de Bryan.— Bryan, que nome bonito.Cláudia mal tinha terminado o ensino fundamental, então não tinha como entender se o nome era bonito ou não.— Mãe, como você sabe que ele se chama Bryan? — Vanessa, de repente, percebeu algo e arregalou os olhos. — Você não desmaiou?Quando Cláudia desmaiou, Bryan ainda não tinha chegado. Se ela realmente tivesse desmaiado, como poderia saber quem a trouxe para o hospital? Além disso, agora ela parecia tão lúcida, claramente estava fingindo.Vanessa ficou sem palavras: — Mãe, por que você fingiu que desmaiou? Você quase me matou de susto!— Garota malcriada. — Cláudia deu um tapa nas costas dela, com uma expressão irritada. — Você ficou desapontada porque eu não desmaiei, né? Você preferia que eu tivesse alguma coisa grave, não é?— Não foi isso que eu quis dizer.— Então o que v
Cláudia estava tão obcecada com dinheiro que parecia estar enlouquecendo. Para afastar qualquer ideia da cabeça de sua mãe, Vanessa foi direta: — Ele vende carros usados.Cláudia ficou sem palavras.Pouco tempo depois, a refeição que Bryan havia encomendado chegou ao quarto. Não dava para negar que Bryan era generoso, uma canja de frutos do mar recém-preparado foi servido, e o garçom do restaurante levou o tacho inteiro, acompanhado por uma mesa cheia de acompanhamentos.— Tanta coisa, Sr. Bryan, você gastou demais. Vender carros usados não deve estar fácil agora, né?— Carros usados? — Bryan lançou a ela um olhar confuso.Vanessa deu uma tossida brusca. — Mãe, coma logo. Acabei de lembrar que tenho um assunto urgente. — Dizendo isso, ela rapidamente puxou Bryan para fora do quarto. Só quando estavam bem longe do quarto do hospital, Vanessa suspirou aliviada.Ao olhar para trás, viu Bryan a observando fixamente, o que a fez hesitar. Percebeu então que ainda estava segurando a mão de
Vanessa levou um susto consigo mesma. — A sua água. — A voz do caixa da loja de conveniência trouxe Vanessa de volta à realidade, e ela rapidamente se recompôs. — Obrigada.De volta ao seu lugar, Vanessa entregou a água a Bryan. — Sobre o divórcio, como você pretende contar para a sua mãe?As ilusões agradáveis se desfizeram num instante, e Bryan conseguiu puxar Vanessa de volta para a realidade de que ela era uma mulher casada e estava no meio de um processo de divórcio. — Não preciso dizer nada, minha mãe vai perguntar, e falamos sobre isso quando chegar a hora.— Se precisar de ajuda...— Não. — Vanessa recusou de forma decidida. — Você me ajuda mais se não aparecer na frente da minha mãe.Bryan franziu as sobrancelhas.— Eu sou assim tão vergonhoso? — Ele perguntou.Vanessa ficou com um nó na garganta.— Eu só não quero complicar ainda mais as coisas. Podemos deixar esse assunto de lado por enquanto? Vendo a cerveja na mão de Vanessa, Bryan não insistiu no assunto. Já era
— Uma senhora rica teria alguma coisa para se ocupar?— Minha filha se formou em uma faculdade de renome e é gerente geral de uma empresa. Ela é muito capaz.— Sério mesmo?— Acreditem se quiserem!...Ouvir as palavras da mãe fez com que um leve calor surgisse nos cantos dos olhos de Vanessa. Ela endireitou as costas e começou a caminhar em direção à entrada do beco.Assim que chegou à saída, uma silhueta bloqueou seu caminho. Vestido bege, cabelos longos e pretos caindo sobre os ombros, maquiagem natural estrategicamente aplicada para parecer invisível para homens desatentos, dando a ela um ar de pureza e delicadeza, provocando compaixão. A única imperfeição era o dedo mindinho da mão direita, envolto em uma espessa bandagem. — Vanessa. — Ela sorriu para Vanessa, mas à sombra do beco, seu sorriso parecia estranhamente sombrio e sinistro. — Rafaela, o que você está fazendo aqui? — O rosto de Vanessa endureceu.— Ouvi dizer que houve um incidente na frente da casa do Igor na noite p
— Esse acordo eu não vou assinar.— O quê? — Rafaela mudou de expressão. — Você sabe muito bem que essa é a melhor solução. Ou será que realmente acredita que pode ficar com metade da família Ribeiro? Não seja gananciosa, ou acabará sem nada e sendo expulsa!Vanessa soltou uma risada de desprezo, sem esconder o desdém em seus olhos. — Essas palavras são para você mesma.— Vanessa! Eu só estou discutindo isso com você por gratidão pelo favor que me fez.— Gratidão? Que palavras bonitas. Igor não está aqui, não precisa ser tão formal. Se é sobre o acordo, não precisamos mais conversar. Vejo você no tribunal. — Vanessa pegou sua bolsa e se levantou. — Ah, e um aviso: É melhor não ir falar mal de mim para a minha mãe, ou quem vai se dar mal é você.A pálpebra de Rafaela tremulou.Vanessa lançou a ela um olhar frio antes de sair sem olhar para trás.Se Rafaela realmente tivesse a capacidade de fazer Vanessa sair sem um centavo, ela jamais seria tão generosa a ponto de oferecer um acordo pa