A noite caiu, e as luzes da cidade começaram a brilhar.No restaurante requintadamente decorado, garçons loiros e de olhos azuis desfilavam entre as cabines, carregando vinho tinto.— Romanée-Conti. — Vanessa assentiu levemente, sinalizando para o garçom servir o vinho.— Você não tinha dito que nunca mais iria beber em público? — Bryan perguntou.— Hoje é um dia para comemorar. Você não me pediu para te agradecer? Toda vez que eu te convidava para comer, você achava tudo muito simples.— Simples? Eu nunca disse isso.— Então sou eu que sei como me sinto. — Vanessa sorriu ligeiramente e pegou a taça de vinho. — De qualquer forma, um brinde a você. Obrigada.— Obrigada pelo quê?Vanessa piscou para ele do outro lado da mesa.— Obrigada por toda sua astúcia e planos.— Isso não soa como um elogio. — Bryan levantou levemente uma sobrancelha, erguendo sua taça para brindar. O som cristalino do encontro entre as taças ecoou no ar. — Mas é a verdade.— Claro que é. As pessoas do Grupo Ribeir
No momento em que Vanessa hesitou, Bryan já tinha segurado sua mão, com as costas da mão viradas para cima, revelando as articulações finas e elegantes. Um anel com uma safira vermelha foi lentamente empurrado em seu dedo médio.Instintivamente, Vanessa tentou puxar a mão de volta, mas ele a segurou firme, só soltando quando o anel foi completamente empurrado até a base do dedo.— Um presente para você.— Eu não posso aceitar isso. — Vanessa fez menção de tirar o anel, mas foi interrompida.Ao longo dos anos, ela havia aprendido a reconhecer o valor das joias, e sabia que um anel de safira dessa qualidade era extremamente caro. Eles estavam juntos há pouco tempo, como ela poderia aceitar um presente tão valioso?— Não gostou?— Não é isso...— Então aceite. — Um leve sorriso frio surgiu no canto dos lábios de Bryan, com uma determinação que não permitia recusas. — É um anel de noivado, não há razão para devolvê-lo.Com uma única frase, ele bloqueou qualquer chance de recusa. Se insisti
Sob as luzes fracas e piscantes da boate, um grupo de homens e mulheres bebia no camarote. Igor estava no meio, cercado, com um braço em volta de duas mulheres vestidas de forma provocante. Uma delas até estava colocando frutas diretamente na boca de Igor com a sua boca, e as pessoas ao redor aplaudiam e gritavam em aprovação. O rosto de Rafaela mudou imediatamente.— O que você está fazendo? — Esther a segurou pelo braço, impedindo ela de se mexer, e a arrastou para fora da boate.— Por que você está me segurando? — Rafaela perguntou, visivelmente irritada.— Me diga, com que direito você quer interferir? Namorada ou noiva? — Esther lembrou ela. — Não se esqueça, você ainda não se casou com meu irmão. O projeto ainda não foi fechado, e você quer controlar ele? Deixa eu te falar, meu irmão valoriza muito a aparência dele. Se você for tirar satisfações na frente de todo mundo, ele vai te mandar embora na hora.— O projeto não foi fechado por minha culpa? Estamos falando do Grupo Barbosa
— Ah, para com isso. Ele faz engenharia civil, nem no estágio e nem mesmo quando for efetivado irá usar isso, ele vai passar o dia no canteiro de obras. Em que ocasião ele vai precisar usar terno? Se é para inventar desculpa, pelo menos que seja uma melhor. — Michele foi direta e sem piedade, expondo as verdadeiras intenções de Vanessa. — É para ele, né? Se não for, eu não vou te ajudar a escolher. Os outros não merecem essa consideração.Vanessa, sem ter como contestar, acabou confessando:— Tá, está bom. É para ele, pronto. E essa aqui, está boa ou não? — Por que não admitiu logo? — Michele finalmente sorriu.Vanessa ficou vermelha e se apressou:— Essa está boa ou não? Se tiver, eu vou pagar logo.Michele pegou a gravata e a examinou por alguns segundos:— Realmente combina com o estilo do Sr. Bryan. Pelo que vi das poucas vezes que o encontrei, a maioria das gravatas dele segue essa paleta de cores. Mas eu não acho que você deveria comprar essa.Vanessa franziu a testa e perguntou
— Não estava me sentindo muito bem naquele apartamento. Na verdade, queria ter te falado antes, mas ultimamente estou tão ocupada com o projeto que nem consegui. Severino, de qualquer forma, obrigada por ter me ajudado a encontrar o lugar.— O que tem de errado? Você não tinha gostado do lugar?— Severino, por mais que eu tenha gostado, ainda sou só uma inquilina. Cedo ou tarde, teria que me mudar.Vanessa falava com uma segunda intenção, acreditando que Severino entenderia. E, de fato, houve um silêncio do outro lado por um bom tempo. — E onde você está morando agora?— Não muito longe, num condomínio a uns dois quilômetros da empresa.— Foi você que encontrou o lugar?— Não, meu namorado que achou para mim.Ao mencionar as palavras "meu namorado", não foi só Severino do outro lado da linha que ficou surpreso, mas também Michele, que estava ao lado, mostrou um olhar perplexo.Vanessa parecia cada vez mais à vontade.— Quando tudo estiver arrumado por lá, vou chamar os amigos para vis
— É mesmo? — Bryan ficou um pouco surpreso. — Sim, por que eu iria te enganar? Eduardo também sentiu um misto de tristeza e resignação. Embora trabalhasse arduamente no Grupo Barbosa, sempre disponível e se comportando de maneira a não parecer um homem casado, nunca havia pedido folga por problemas familiares. Afinal, ele não estava em um casamento oculto.“Ah, quem mandou escolher esse chefe?”, Ele suspirou em seu interior.Eduardo perguntou com atenção:— Chefe, você queria perguntar algo para mim?— Como você convenceu sua esposa a se casar com você?— Convencer? — Os lábios de Eduardo tremularam. — Casamento não é algo que se convence, né? “O chefe claramente estava acostumado com negociações, mas como poderia usar a palavra ‘convencer’?”, Ele pensou consigo mesmo.— Então, o que seria?— É só um pedido de casamento.— E se ela não aceitasse? Quero dizer, se sua esposa não tivesse aceitado na época?— Isso não seria possível. — Eduardo afirmou com confiança. — Os pais de ambos
Vanessa pegou a gravata de Bryan e apontou para a gola da camisa dele.— Sua gravata.O que ela queria dizer era que Bryan deveria primeiro desfazer a própria gravata.Não se sabia se ele havia interpretado errado ou se agiu de propósito, mas Bryan simplesmente levantou o queixo, mostrando a maçã do adão bem definida, com uma expressão de “estou pronto, venha”.Sem opções, Vanessa teve que ir até ele e desfazer a gravata.Um par de mãos frias deslizava pelo pescoço do homem, e o som do atrito era inexplicavelmente sugestivo, especialmente com o gesto de desatar a gravata, era difícil não ter pensamentos maliciosos.Não sabia o que o homem à sua frente pensava, mas, de qualquer forma, Vanessa começou a ficar envergonhada. Quanto mais envergonhada ficava, mais nervosa ela se sentia, quanto mais nervosa, mais difícil se tornava a tarefa.— Você pretende me estrangular? — A voz fria veio de cima, com um leve tom de dificuldade.Vanessa percebeu então que estava apertando demais, já quase s
— Me solte primeiro.— Só depois que você comer. — Dizendo isso, Bryan entregou o leite quente para ela.Vanessa não teve escolha, senão se sentar no colo dele para comer. Não estava confortável, então ela se mexeu um pouco, mas foi imediatamente puxada pela cintura, ouvindo uma voz baixa dizer:— Não se mexa.— Não me mexi...Vanessa nem terminou de falar, quando de repente fechou a boca. Ficou em silêncio por um bom tempo. Só depois que seu corpo confirmou, seu rosto ficou vermelho de vergonha. — Como você ainda consegue? — Ela disse irritada.Esse homem a havia exaurido a noite inteira, a ponto de suas pernas ainda estarem tremendo ao andar. E agora ele ainda tinha uma ereção? Que corpo era esse, afinal?Bryan, no entanto, respondeu com a maior naturalidade:— Nessa situação, você não acha que deveria se examinar?— Você!Vanessa, envergonhada e furiosa, levantou o punho e deu um soco nele. Mas o golpe foi tão leve que parecia mais uma carícia, fazendo os hormônios de Bryan despert