Cap.02

Maria Elisa Parker

Sem condições de acreditar que o ogro do aeroporto é o melhor amigo da Liara, eu não posso acreditar.

— Vocês já se conhecem? — Liara pergunta surpresa.

— Ele é o ogro do aeroporto. — Digo cruzando os braços.

— O que deixou seu celular em pedacinho? — Liara pergunta pasma.

— Olha como fala comigo mocinha, primeiro me chama de idiota e agora de ogro?

— Deve ser porque você é um idiota e um ogro, todo xingamento para você é pouco.

— Mas Wesley, você nem para pedir desculpas. — Liara diz cruzando os braços.

— Confesso que quis irritar a moça, por ela ser muito cabeça quente, uma verdadeira esquentadinha, mas quando eu ia pedir para ela me entregar o endereço para que eu pudesse entregar outro celular, ela simplesmente sumiu.

— Esquentadinha é a madrinha.

— Fica quieta, Elisa. — Liara diz irritada.

— Hoje mesmo vou pedir para minha assistente comprar um celular e mandar entregar aqui em casa.

— Não precisa.

— Claro que precisa, eu quebrei e faço questão de te dar outro.

— Eu ainda estou intrigada com a coincidência de vocês terem se conhecido antes de eu apresentá-los. — Liara diz pegando as malas. — Me ajudem com as malas, por favor.

— Claro. — Wesley diz, pegamos as malas e entramos na casa dele.

Sub: Mansão!

— Tia Victória ainda está por aí? — Liara pergunta com deboche na voz.

— Chegou de Zacatecas essa madrugada.

— Sempre viajando. — Liara diz se jogando no sofá.

— Depois que eu assumi a empresa e meu pai se aposentou, eles usam o tempo que tem para viajar e curtir as praias, ou simplesmente para ficar longe fr mim, e poder dormir em quartos separados e disfarçar que estão em crise.

— Tudo normal! —  Liara diz.

— Se não for pedir demais, você poderia mostrar onde vamos ficar, eu estou toda suja do chão daquele aeroporto.

— Talvez se parasse de olhar no celular não estivesse suja.

— Aí garoto, vai implicar comigo mesmo? Liara já estou começando a me arrepender de ter vindo com você para cá.

— Talvez se não tivesse acontecido esse mal entendido, vocês pudessem se aturar. — Liara diz nos fuzilando com o olhar.

— Talvez sim. — Wesley diz sentando ao lado dela.

— Ou talvez não. — Digo cruzando os braços.

—Não seja marreta, Maria Elisa. — Ele diz com uma voz rouca e sexy fazendo todos os pelos do meu corpo se arrepiarem.

— Ui, ele te chamando assim ficou tão sexy. — Liara diz rindo.

— Me erra, Liara. Afinal, Maria Elisa é meu nome, certo? Elisa é só para os íntimos.

— E eu vou ser muito íntimo seu. — Wesley diz dando uma cotovelada em Liara.

— Vai sonhando, só lá que você vai ser íntimo meu. Idiota!

— Bravinha ela. — Ele diz olhando para Liara.

— Você não viu nada meu amigo, essa aí é uma leoa.

— Vão continuar falando de mim na terceira pessoa? Eu tô aqui!

— Sabemos. —  Liara diz. — O quarto ainda é o mesmo?

— Sim.

— Vou levar a porquinha lá.

— Me respeita! — Digo e ela dá risada.

— Também te amo. — Diz segurando minha mão e me puxando escada a cima.

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Wesley Makaroto

Fiquei perplexo ao descobrir que a maluca do aeroporto é nada mais nada menos que a melhor amiga, da minha melhor amiga. Como esse mundo é pequeno.

Enquanto as duas estavam no quarto, decidi que iria da um pulo na empresa e depois na editora para ver como estava indo as inscrições do concurso.

— Bom dia meu filho, já voltou? —  Minha mãe diz descendo as escadas.

— Sim, queria chegar antes de Liara.

— Aquela garota insolente já chegou?

— Sim, mamãe. E eu quero que a senhora trate ela e a amiga dela muito bem, pelo amor de Deus.

— Será impossível!

— Prometo que vou ficar de olho nela, filho. — Papai diz me dando um abraço.

— Eu vou da um pulo na empresa, volto em breve.

— Okay, querido. — Mamãe diz e vem me abraçar depositando um beijo em minha bochecha.

Sai de casa, entrando dentro da Ferrari e indo para a empresa, no caminho liguei para Mirtis e pedi para que ela comprasse um celular moderno para a dona encrenca.

Sub: O engraçado é que cada momento que você fala de Elisa, consegue um apelido novo e inusitado para ela.

Cheguei a empresa, assinei alguns papéis peguei o celular que Mirtis já havia comprado e segui para a Editora. Eu mal podia esperar para ver os novos escritores, sou apaixonado por palavras, e estava ansioso por ler roteiros novos e frescos. Ideias de escritores novatos são sempre cheias de detalhes que os antigos nunca conseguiriam colocar, escritores experientes têm a mente mais elaborada e séria para determinados roteiros, os jovens são impulsivos e inovadores, e eu adoro isso.

— Bom dia senhor Makaroto.  — Denise, minha editora me cumprimenta. Confesso que Denise é uma das minhas funcionárias mais promissoras e é ela que manda em todo mundo aqui quando eu não estou.

— Bom dia, querida. —  Digo lhe dando um abraço. — E para de me chamar de senhor, já nos conhecemos a muito tempo pra você ainda usar formalidades comigo.

— Okay Wesley. — Ela diz rindo.

— A maluca da Liara está na cidade.

— Não acredito.

— Pode acreditar, ela trouxe uma amiga com ela, que por coincidência do destino trombei no aeroporto, enfim, não tivemos um encontro amistoso.

— Isso dá uma perfeita história. — Denise diz rindo. — Vamos marcar uma baladinha hoje? Como nos velhos tempos.

— Vamos, assim que chegar em casa aviso a Liara, e com certeza a amiga marrenta vai junto.

— Marrenta? Com certeza deve ter te descascado, já amo ela.

— Vai ficar do lado dela agora?

— Nos mulheres temos que nos unir.

— Eu mereço! — Digo e ela dá risada.

Sai da Editora com o Tablet da empresa que tinha total acesso ao site das inscrições, e já tinha milhares de incritos, e minha equipe iria selecionar os melhores para eu analisar e escolher os dez ganhadores. Dentre todos aqueles escritores um nome me chamou atenção, por ser um pseudônimo, todos os outros usavam o nome verdadeiro, mas essa pessoa não, M.E Parker, esse era o nome que me chamou atenção e que com certeza eu iria ler o roteiro enviado, espero que seja tão bom quanto o nome.

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Maria Elisa Parker

Deixamos Wesley na sala e subimos para o quarto, eu mal via a hora de tomar um banho, já sentia meus poros arder de tanta sujeira.

Sub: Não seja exagerada, Elisa.

— Eu vi que vocês falaram da mãe dele com deboche, qual é a treta?

— Eu e a dona Victória não nos damos muito bem, ela é uma dondoca metida a besta, e eu nunca lambi os pés dela, por isso ela não gosta de mim, e cá entre nós, nem eu gosto dela.

— Já vi que eu também não vou ir com a cara dela. — Digo entrando no banheiro.

Após tomar um banho relaxante, sai do banheiro arrumando meu cabelo e colocando um vestido solto, aqui é um mormasso.

— Wesley vai amar essas pernas. — Liara diz rindo.

— Vai a merda, vai.

— Estou brincando, mas como dizia os antigos, vocês se tratam como cão e gato, daqui a pouco da namoro.

— Não mesmo. Seu amigo é um ogro, mal educado, agora vamos parar de conversa paralela e vamos descer.

Ela assentiu e descemos as escadas, iríamos para a área externa esperar Wesley, mas encontramos os pais dele na sala assistindo TV. É agora que vou conhecer a bruaca da mãe dele.

— Bom dia senhor e senhora Makaroto. — Liara diz sorrindo.

— Bom dia minha querida. —  O pai de Wesley diz sorridente. — Já falei para você que pode me chamar somente de Dionísio, deixa o senhor para lá.

— Eu sempre me esqueço. — Liara diz rindo e a bruaca permanece calada. — Essa aqui é minha amiga, Maria Elisa.

— É um prazer conhecer os senhores. — Digo tentando ser o mais simpática possível.

— Quem ver pensa que é educada. — Escuto a voz de Wesley, e eu me seguro para não xingar ele na frente dos pais.

— Ao contrário de você, eu sou muito educada sim, Wesley. — Digo o nome dele com sarcasmo.

— É um prazer conhecê-la, Elisa. — O senhor Dionísio fala.

— Eu vou pegar uma água. — Wesley fala e sai de perto de nos.

— Muito bonita a sua amiga, Liara. — Victória diz me olhando de cima a baixo. — Seria uma ótima modelo, o que você faz da vida Elisa?

— Eu sou assistente pessoal de um CEO em New York, mas eu estudei e sempre tive paixão para a escrita, eu escrevo.

— Ah que coincidência. — Victória diz com um tom de voz indecifrável.

— Voltei! — Wesley só faltou gritar.

— O que temos para hoje? — Liara pergunta.

— Denise nos chamou para uma balada. — Wesley diz sorridente.

— Adoro essas baladas que Denise conhece. — Liara diz empolgada.

— Não sei se eu gosto tanto. — Digo.

— Você vai amar, marrenta. — Ele diz chegando próximo demais e colocando um braço em volta do meu ombro.

— Não tenho tanta certeza, e não me chama de marrenta. — Digo tirando o braço dele do meu ombro. — Idiota! — Murmuro só pra ele escutar e o mesmo da risada.

Ogro!

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