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Capítulo 1 - Melanie (Parte 2)

Dias Atuais

Leio pela terceira vez o e-mail de confirmação da minha passagem de volta para São Francisco e me atento aos horários para não dar nenhum problema, como aconteceu na viagem de alguns meses atrás. Não consigo esquecer do drama que Mark fez porque esqueci de avisá-lo de um atraso que teve na conexão e isso o fez ficar no aeroporto me esperando por mais de 4 horas.

Dessa vez enviei para o meu querido melhor amigo toda minha programação e o site onde tem os acompanhamentos de todos os voos saídos da Irlanda com destino aos Estados Unidos, assim ele não tem do que reclamar quando eu finalmente chegar.

Abusado do jeito que é, bem provável que me deixasse mofando no aeroporto até ele chegar, só para descontar o tempo que perdeu da última vez. Ainda não consigo entender como aguento esse homem ano após ano. 

Mas o que eu estou falando? Mark faz parte de mim, é como um irmão, senti tanto a falta dele nesses dois anos longe, que até seus feedbacks dos relacionamentos de uma noite me fizeram falta. Não é a mesma coisa tentar avaliar a azarada da vez a mais de 8 mil quilômetros de distância. Tinha um oceano entre nós.

Nem acredito que estou finalmente voltando para casa.

Tenho tantas coisas para falar com Mark e o receio da sua reação está me deixando com dor de estômago. O que será que ele vai achar quando descobrir que vou me casar? Logo Mark, o solteirão inveterado que fala que jamais irá se render a uma instituição falida como a do casamento. E o detalhe mais importante de todos, será que ele vai aceitar ser meu padrinho? Wayne queria voltar comigo, mas pedi que me desse uma semana para preparar tudo e então ele seria recepcionado com tudo o que merece.

Inclusive um Mark manso.

Essa era a minha meta.

Depois que o irmão, Jonah, se casou, sempre escuto ele se lamuriando no telefone que a mãe o perturba pelo menos 20x por dia, não só ele, mas seus irmãos mais velhos também, os que ainda são solteiros, William e Nathan. Uma vez ele me disse que achou que sendo o caçula de quatro irmãos, a mãe o pouparia.

Coitado.

Dona Elizabeth é uma senhora amorosa demais e que praticamente desistiu dos filhos mais velhos, vendo em Mark sua chance de conseguir mais netos. Ela diz que o mau do filho é ter me colocado na zona da amizade, quando nitidamente daríamos um casal perfeito. Ninguém da família entende nosso vínculo, mas entre nós sempre foi assim. E não se mexe em time que está vencendo.

Obviamente não concordo com ela nessa afirmação.

Meu celular toca chamando minha atenção e quando vejo o nome na tela, abro um sorriso. Wayne disse que me ligaria assim que terminasse uma reunião importante com seus sócios na empresa da família.

Atendo no segundo toque.

— Oi amor

Oi minha princesa, já sinto sua falta em todos os cantos do meu apartamento.

— Não é para tanto, logo você estará comigo no meu apartamento em São Francisco.

— Me explica, por que mesmo não posso ir contigo agora?

— Ninguém sabe do nosso relacionamento, preciso avisar a todos antes de apresentá-los.

Por que não fazer isso juntos?

— Wayne...

É verdade mesmo que você quer preparar seus pais, seu irmão e não somente seu amigo, o Mark?

Prendo a respiração por poucos segundos, se eu contar a Wayne que minha motivação toda de adiantar meu retorno é porque tenho certeza de que Mark não vai reagir muito bem, vou estourar a terceira guerra mundial. Wayne já não gosta de Mark, cismado pelo fato de ser meu amigo de longa data.

— Não tem nada a ver, meus pais são muito protetores e preciso de um tempo para conversar com eles tranquilamente antes de expor tudo o que estamos planejando... Me mudar definitivamente para a Irlanda é um passo muito grande.

Ele solta um suspiro frustrado do outro lado da linha.

Ok princesa, confio em você.

Estão chamando meu voo, aviso quando chegar. Te amo

Também te amo. — Ele diz e desliga em seguida, me deixando com uma enorme interrogação na mente. Ainda não estou pronta para abandonar definitivamente a vida que enfim criei em São Francisco depois da saída revoltante do Alasca e a pressão de Wayne sobre isso está me deixando muito nervosa. Amo ele e amo o que somos juntos, a nossa rotina. Mas fico insegura quando, para viver isso, preciso abandonar todos os que amo no processo.

Meu voo é anunciado novamente nos alto falantes e rapidamente me direciono para o portão de embarque, tiro uma foto da pequena fila na minha frente e envio para Mark, com a mensagem de que estou a caminho de casa. Ele me responde no mesmo minuto, enviando vários emojis com os olhinhos de coração e uma frase com letras maiúsculas gritantes: FINALMENTE.

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