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Capítulo 1 - Melanie (Parte 3)

Depois de horas que pareciam intermináveis, desembarquei no aeroporto de São Francisco, meu coração está enlouquecido com a iminência de encontrar Mark no desembarque. Que saudade desse idiota, como pode me fazer tanta falta assim?

Como levei a bordo somente uma bolsa pequena, quando autorizam a saída corro como se não houvesse amanhã em direção a restituição das bagagens. Assim que me aproximo da esteira, pego o vislumbre de Mark olhando ansiosamente pelo local e quando sente meu olhar cravado nele, gira na minha direção. O sorriso que ele abre é capaz de iluminar meus dias mais escuros.

O que vem a seguir entrou para o Guinness como a cena mais deprimente em aeroporto.

Saio correndo em sua direção e me choco contra seu corpo musculoso, causando um baque para o qual ele não se preparou a tempo e fomos parar no chão, rindo igual duas hienas histéricas.

— Puta que pariu — Ele chia antes de cair igual um dois de paus no chão.

Dou tanta risada que perco o ar e em determinado momento fungo como se fosse um porco fazendo Mark se descontrolar de novo. As pessoas passam e olham a cena em desaprovação. Fodam-se todos. Estou em casa.

— Que saudade Mel... porra, não vou te deixar ir embora tão cedo. — Ele me dá um abraço apertado e pressiona o nariz no meu pescoço, um arrepio circula pelo meu corpo sem a minha autorização. — Agora, que tal levantarmos daqui?

— Sim, por favor... Estamos fazendo uma cena. — Concordo e me arrependo no mesmo segundo, Mark levanta uma sobrancelha e se ajoelhando começa a gritar a plenos pulmões.

— MINHA MELHOR AMIGA DESTRAMBELHADA FINALMENTE VOLTOU PARA CASA!!!! — Me encolho ao seu lado, sem saber onde enfiar a cara. — ME AJUDEM A RECEBÊ-LA EM GRANDE ESTILO... PALMAS POR FAVOR!!

Um coro de aplausos explode pelo aeroporto e mesmo constrangida, nunca me senti tão bem quanto agora.

É bom voltar.

Finalmente nos levantamos do chão e marchamos em direção ao estacionamento, com Mark tagarelando animadamente em como agora o ano melhorou em 100% e que a parceira do bar voltou. Como se ele não tivesse saído nenhum dia com os brutamontes que ele chama de amigos e que aprendi a gostar com os anos, mesmo sendo tão ou mais mulherengos que Mark.

— Então, onde vamos essa noite para comemorar? — Ele me pergunta enquanto dirige pelo centro de São Francisco. A movimentação a essa hora é nostálgica, fico observando tudo pelo vidro do carro e ponderando se vou conseguir deixar tudo isso para trás depois de me casar. — Terra chamando Mel... Onde você estava?

— Só observando tudo, não faz ideia de como senti falta desse lugar.

Ele me lança um olhar questionador, mas ignoro e finjo que não o vi.

— Jonah se casou, nem acredito que tenha perdido isso... Seu irmão tinha tanta aversão a casamento quanto você e os demais. Mas bem que eu disse que no momento que a mulher certa aparecesse, vocês virariam cadelinhas.

Abrindo um sorriso cafajeste, ele diz.

— Com aquele mulherão que ele chama de esposa, até eu que sinto meu estômago contraindo só de cogitar a ideia, teria me casado.

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