AnaluSaímos da cama e entramos em uma enorme e ostensiva banheira. Mas antes disso, ele enche duas taças do vinho rose e ficamos alí nos curtindo e eu me afundando cada vez mais nesse homem. Só que a verdade, é que cheguei em uma profundidade, que não tem mais volta.— Pretende votar e morar em sua casa? — ele me perguntaEssa é uma questão que ainda não decidi, aquela casa me trará más lembranças e corro o grande risco de ficar depressiva morando ali.— Não sinto vontade, eu gostaria de ter minha própria casa, mas é algo a pensar ainda.— E o que te impede?— O que mais poderia ser? A minha situação financeira Santiago. O salário que você me paga é ótimo, mas não sei se será o bastante para pagar uma faculdade e despesas de uma casa.— Eu tenho uma casa vazia, na verdade, há alguns meses os moradores deixaram ela, e como estive ocupado com os negócios não me preocupei em ocupa-la.— E o que você quer dizer com isso ? — Que se quiser morar lá... Está disponível para você. — Não mes
AnaluAo chegarmos ao Rio de Janeiro, fomos direto para o seu carro, que estava no estacionamento do aeroporto, segundo Santiago, ele o deixou alí para que quando chegasse tivesse acesso imediato ao mesmo. Sendo assim, peço para que Santiago me deixe em casa, já que o mesmo queria que eu fosse direto para a casa dele.— Não Santiago! Eu preciso ir em casa, preciso desse momento, me entende?— Claro que sim, pantera! Mas, quando quiser vir pra cá, me ligue. Tudo bem?— Tudo bem, obrigada!Com um gesto de gratidão por ter tornado minha viagem mais interessante, aliso de leve seus braços até sua mão, ele gentilmente agarra as minhas e planta um beijo nela.— Fique bem minha linda!Dou-lhe um breve sorriso e desço do carro com minhas malas nas mãos. Lentamente busco minha chave na bolsa de colo e abro o portão. Respiro fundo e sinto um aperto no meu peito. "Se ela estivesse aqui o cheirinho de café estaria saindo aqui para fora. Quanta saudade sinto sua vovó!"Olho para a rede na varanda
AnaluApós o atendimento e levar três pontos na sola do pé, Santiago me leva para sua casa e diz no carro:— Quando se sentir a vontade para poder me contar o que aconteceu, estarei aqui pra você. Fico muda, apenas tentando entender como ele foi parar na minha casa.— O que você ia fazer que voltou para minha casa? — pergunto curiosa— Você esqueceu seu celular no carro, estava voltando para te entregar até ouvir seus gritos e entrar feito um louco. — ele diz sérioDou uma suspirada forte, graças à Deus isso aconteceu, se não eu estaria lá até agora e só Deus sabe o que iria me acontecer nas mãos daqueles abutres.— Obrigada! Você sempre aparecendo no momento em que eu mais preciso de ajuda. — minha voz sai como um suspiro e ele segura minha mão a beijando suavementeAo chegar em seu castelo medonho, ele carrega primeiro nossas malas para dentro. Depois me carrega no colo me ajudando a sair do carro e me leva para o sofá da sala.— Você sempre com essa mania de me carregar no colo. M
AnaluAbro meus olhos e vejo que sou a primeira a acordar. Santiago ainda está perdidamente apagado em um sono profundo. Fico o observando por alguns instantes e é impossível não notar a sua beleza física que me impressionou logo de cara. Mas, após conhecer esse seu lado humano, cuidadoso e protetor meus sentimentos por ele só fazem crescer. Definitivamente, eu o amo, e isso me causa muito medo. Um medo de sofrer, de me arrepender por estar me entregando dessa maneira há um homem experiente como ele. Mas, o que foi feito não tem como desfazer, as cartas estão na mesa e veremos quem vencerá no final.Acaricio seu rosto com as costas da mão, dou um leve suspiro e na ponta dos pés me levanto. Então, tomo a liberdade de mexer em seu enorme closet, pego uma blusa de moletom dele acompanhada de uma cueca box e visto. Se ele vai gostar ou não, eu não sei, mas minha mala está lá na sala e não quero correr o risco de andar sozinha pela sua casa. Nunca se sabe se terá alguma visita ou algo do t
AnaluDurante o café da manhã conversamos sobre a viagem de amanhã. Ele me diz que seus avós moram em um sítio, tem criação de galinhas e esses tipos de coisas. Disse que tem até cavalos por lá, e eu logo fico empolgada, pois eu amo andar à cavalos. Tenho certeza que vai ser muito bom passar esse tempo com Santiago. Quem sabe assim não conheço um pouco mais à respeito dele e do seu passado. Apesar que me importo muito mais com o nosso presente e possível futuro juntos. Mas não é nada mau saber tudo o que ele pensa e sente, assim saberei muito bem onde estou pisando.— Você tem tudo que precisa aqui? — Ele me pergunta me fazendo sair do transe— Na verdade sim, mas vou precisar de minhas coisas, porém não agora.— Assim que voltarmos resolvemos isso.Não respondo porque ele não vai resolver nada, já chega dele se envolver em minhas coisas, eu preciso fazer isso sozinha, pois já é hora de crescer.No decorrer do dia lavei algumas roupas, separei as que irei levar e deixei no quarto de h
AnaluA noite ajudo a senhora Aparecida a fazer um arroz, enquanto ela faz uma carne de panela. Aos poucos os outros familiares vão chegando. A família é tão grande que eu não entendo o porque do Santiago se afastar assim de todos e viver isolado naquela casa escura. E o porquê ele viver se afastando de todos os sentimentos bons que ele pode ter de todas essas pessoas. E eu vejo isso porque cada um que chega e vê ele aqui fica emocionado, pois pelo que parece, tem mais de dez anos que ele não vem aqui. Todos o amam e ele não vê isso ou simplesmente não aceita. Na hora do jantar, estamos todos sentados na enorme mesa, enquanto assuntos aleatórios estão rolando. Santiago estava sorrindo até o assunto se voltar ao seu pai, sua fisionomia muda na hora, mas ele não sai da mesa fica apenas observando. Mas como eu o conheço um pouco eu já sabia que em alguns minutos depois ele encontraria uma maneira de se fechar novamente, e assim foi. Santiago levanta com a desculpa de pegar nossas malas
AnaluMe junto a enorme família reunida na mesa e faltam poucos minutos para a virada do ano. Estão todos separando champanhe, sidras, taças e tudo que tem direito para receber de braços abertos o novo ano que se inicia.— Falta apenas um minuto! — um dos tios do Santiago falaLogo as famílias se juntam. Tia, tio, filho, e eu timidamente me aproximo de Santiago, que passa seus braços pelo meu ombro e me abraça.5,4,3,2,1...— FELIZ ANO NOVO!! — Todos dizem ao mesmo tempo e se abraçamOs meu olhos lacrimejam ao ver os fogos que o tio do Santiago solta. Fecho meus olhos e fixo minha mente em minha vó, peço para que descanse em paz, siga sua caminhada e que eu ficarei bem."Eu vou me virar sozinha vó, eu me tornei uma grande mulher graças à você e onde quer que a senhora esteja sentirá muito orgulho de mim. Vou me formar ser uma grande psicóloga e o mérito será todo seu!!"Passo o dedo no canto dos olhos para segurar a próxima lágrima que insiste em cair, uma mão encosta em meu ombro e v
AnaluAcordo no primeiro dia do ano com o sol raiando em meu rosto. O falatório é alto na cozinha. "Esse povo não dorme, não é possível."Estico os braços passando a mão pela cama e percebo que Santiago não está lá. Uma observação sobre ele que não consigo evitar, é que ele acorda cedo demais.Misericórdia! Levanto pego meu celular, sento na cama e começo a mexer antes de levantar. Vejo que tem mensagem de Renata dizendo que dia cinco ela vem pra cá. Também tem mensagem de Nay, perguntando como eu estou e que ficou sabendo da minha avó, mas não estava aqui e disse que passaria na minha casa para conversarmos. Ai disse à ela que estava viajando e marcamos de nos encontrar quando eu chegar. Levanto da cama e pego um biquíni em minha bolsa. Sim! Quando eu disse que tinha levado quase tudo pra casa de minha tia era verdade, até biquini eu levei e trouxe para cá. Ontem o combinado seria piscina hoje o dia todo, então já estou no clima. Comigo não tem tempo ruim e não será um susto do se