AnaluÉ difícil esconder a alegria e a empolgação que me rodeiam. Confesso que esperava acontecer tudo nesta noite, menos, que Santiago fosse me fazer esse pedido. Já estava preparada para desaparecer como das duas últimas vezes, mas pelo que tudo indica, hoje, realmente será bem diferente. Fico parada o observando e percebendo sua ansiedade pela minha resposta, sem muito enrolar, eu digo:— Claro que sim! Mas não deixei nada pronto para o jantar. — falo entrelaçando meus braços em volta do seu pescoço — Isso não é o problema, é só pedirmos algo ou sairmos para comer. O que gostaria de fazer? — ele fala e beija meu pescoço me deixando arrepiada— O que você sugerir. — digo— Ótimo! Vamos ficar por aqui, porque depois de alimentada eu vou querer novamente te foder, então se quiser ir tomar um banho enquanto eu peço algo, fique à vontade. — ele fala me dando um selinho e saindo do banheiroMas, como hoje a minha audácia está escancarada, eu jogo a piada.— O chuveiro disse que ficaria
AnaluChego em casa e antes de subir para o quarto sinto um clima estranho, além de um silêncio estarrecedor. "Algo estranho está acontecendo por aqui." — logo penso — Vó? — chamo por elaCaminho até a cozinha que tem uma luz fraca acesa, e não a encontro ali...— Vó?! — chamo mais uma vez e não a encontroUm frio na barriga consome meu corpo e tenho um pressentimento ruim. Corro para o quarto e a vejo deitada encolhida em sua cama. "Algo de estranho está acontecendo por aqui."— Vó?! — toco em eu braço e o sinto quenteColoco a minha mão em sua testa para poder verificar sua temperatura e ela está absurdamente quente. Chamo por ela mais uma vez, que com a voz fraca me responde:— Oi minha filha, você já chegou!— Vó, a senhora está quente. Está sentindo algo? — pergunto preocupada— Uma dorzinha no corpo e nas costas, mas não há de ser nada muito sério! — ela diz percebendo minha preocupação— Quem vai nos dizer isso será o médico e não a senhora. — falo trêmula por dentro— Não
Analu— Oi... — ele diz com os olhos cheios de compaixãoSim, é o Santiago!Eu me levanto e numa necessidade desesperadora por um abraço de alguém, eu o abraço e começo a chorar.Ele fica intacto, não me encosta, mas não quero isso, só quero sentir alguém por perto para me escorar. Suavemente sinto suas mãos em minhas costas, enfim um abraço e um beijo no topo de minha cabeça.— Fique calma minha pantera! Tudo vai ficar bem. Sua avó vai sair dessa e ainda vamos tomar um bom suco de acelora juntos. — ele sussurra, mas eu não consigo falar, porque apenas choro — O que posso fazer para ajudar? — ele diz novamente na tentativa de me tranquilizar Então, eu me desencosto dele, e meio a um choro contido digo:— Só em ter vindo até aqui já me ajudou e muito. — falo fungandoGanho um carinho em meu rosto e fecho os olhos para sentir esse amparo.— Agora me explica o que aconteceu, enquanto tomamos um café. — ele pede o mesmo que eu ao moço da lanchonete, que na verdade é um trailer"Ver um ho
AnaluEnquanto comemos um lanche maravilhoso, verifico que já são oito horas da noite e logo o sono e o cansaço de um dia sem dormir começam a me dominar. Mas, a presença dele aqui me faz tão bem que não quero dormir para que ele não vá embora, então decido puxar assunto.— Onde conheceu Morgana? — pergunto rapidamente — Ela era uma frequentadora assídua do meu cassino, viciada em jogos e bebida. Ficou me devendo uma enorme quantia em dinheiro e como ela não tinha como pagar, propus que trabalhasse para mim em minha casa até pagar sua dívida. E ela se mostrou tão competente e decidida a largar seu vício que está lá até hoje. E de faxineira virou a governanta. Já fazem cinco anos que ela trabalha para mim. — Que legal isso. — falo um pouco mais animada— Sim, e deve ser por isso que ela é tão leal a mim.— Até demais, às vezes ela parece você de saia. — digo rindo— Quase isso! Você é demais! — ele diz dando um sorriso— Mais e você? — ele me pergunta— Eu o que? — falo desconfiada—
AnaluAssim que saio do C.T.I. não encontro mais Santiago por aqui, talvez tenha ido embora. Sei lá! Ele me deixa confusa, desnorteada com suas atitudes e não sei nem o que pensar. Mas, confesso, que agora nada disso me importa muito, só o fato de minha avó está reagindo bem aos medicamentos já me deixou muito feliz e não vou permitir que o mal humor do senhor das trevas me roube essa alegria.Instantes depois eu vou para casa e fico pensando: "Já que agora a minha avó está no C.T.I não é necessário eu ficar sem trabalhar, acho que eu poderia voltar."Contanto que Santiago me liberasse para as visitas, mas depois ligarei para ele e vejo o que ele tem para me oferecer.Chego em casa sem ter muito o que fazer, afinal, já me acostumei com a minha rotina de serviço, e quando fico atoa é horrível. Ligo a televisão e não encontro nada de muito agradável para assistir. Então resolvo dar uma caminhada, assim consigo pôr para fora toda minha agitação. Duas horas depois volto para casa, cozi
AnaluAcordo com um barulho e vejo Santiago já vestido, calçando seu sapato sentado na beira da cama.— Bom dia! — digo ainda sonolenta— Bom dia, pantera! — ele responde me olhando por cima do ombro — Já vai embora? — pergunto já sentindo um vazio estranho— Sim! Preciso ir, tenho alguns afazeres logo pela manhã. Já calçado, ele vem bem próximo a cama, inclina seu corpo, dá um breve beijo em meus lábios e antes de sair diz:— Sobre a questão de ontem, de voltar a trabalhar, me procure hoje depois que visitar sua vó e conversaremos. Está bem?— Tudo bem. — digo mais murcha que um maracujá de gavetas— Aproveite e pegue sua chave comigo, vou levar novamente para poder trancar sua casa por fora. — ele fala já saindo— OK! Obrigada!Verifico a hora e ainda são sete horas da manhã. Me viro pro canto, fecho meus olhos e me permito dormir novamente.[...]Três horas depois acordo e começo a me arrumar para visitar minha avó. Estava com muita esperança de ter boas notícias e que logo ela e
AnaluSaio da casa de Santiago sorrindo internamente. Se vocês pudessem ver a cara dele, iriam entender o porquê dessa ótima sensação. Ele é o tipo de homem que não aceita afrontas e nunca é contrariado, devido a sua postura de bad boy. Então, quando isso lhe ocorre, ele fica com aquela cara de quem não está acreditando que aquilo está realmente acontecendo. É engraçado demais!Chego em casa animada depois de tantos dias arrastando corrente. Ligo o som e começo a dançar feito louca em frente ao espelho. Como estou com o meu modo agitada ativado, resolvo arrumar a casa para receber de volta à minha avó. Dou uma faxina geral, está tudo limpo e cheirosinho. O seu quarto está perfeito para sua volta. Coloquei até sua cama perto da porta, para caso de eu precisar dormir no quarto com ela ter um espaço no chão para o meu colchão e também assim, ela fica próxima a porta para ir ao banheiro.De banho tomado peço algo para comer numa lanchonete perto de casa e logo vou me deitar.[...]No outr
AnaluRevirando a minha bolsa, acho o cartão do doutor Elber, não é o que eu queria, mas é o que tenho por agora.— Doutor Elber? — digo— Sim! Quem é?— Ana Lúcia! Se lembra? — falo acanhada — Claro! Precisa de alguma coisa, Ana?Explico para ele resumidamente o que me ocorreu e deixo a parte dos meus pais de lado. Apenas digo que peguei o ônibus errado meio ao desespero e que estou perdida. Então ele me orientou a perguntar a alguém onde estou e logo em seguida me mandou um Uber, já que o mesmo ainda está em plantão. E a burra aqui desprevenida trouxe apenas vinte reais no bolso, e isso não daria para pagar o motorista. Mas, ao chegar em casa, recebo a notícia de que a corrida já havia sido paga pelo doutor. Me surpreendi um pouco pela sua atitude tão humana e logo depois me senti aliviada por ter ao meu lado alguém em que eu pudesse confiar, já que Santiago não me atendia.Assim que chego no portão de casa meu coração aperta. Vejo suas plantas, sua rede e dentro de casa a sensação