AnaluAcordo com um barulho e vejo Santiago já vestido, calçando seu sapato sentado na beira da cama.— Bom dia! — digo ainda sonolenta— Bom dia, pantera! — ele responde me olhando por cima do ombro — Já vai embora? — pergunto já sentindo um vazio estranho— Sim! Preciso ir, tenho alguns afazeres logo pela manhã. Já calçado, ele vem bem próximo a cama, inclina seu corpo, dá um breve beijo em meus lábios e antes de sair diz:— Sobre a questão de ontem, de voltar a trabalhar, me procure hoje depois que visitar sua vó e conversaremos. Está bem?— Tudo bem. — digo mais murcha que um maracujá de gavetas— Aproveite e pegue sua chave comigo, vou levar novamente para poder trancar sua casa por fora. — ele fala já saindo— OK! Obrigada!Verifico a hora e ainda são sete horas da manhã. Me viro pro canto, fecho meus olhos e me permito dormir novamente.[...]Três horas depois acordo e começo a me arrumar para visitar minha avó. Estava com muita esperança de ter boas notícias e que logo ela e
AnaluSaio da casa de Santiago sorrindo internamente. Se vocês pudessem ver a cara dele, iriam entender o porquê dessa ótima sensação. Ele é o tipo de homem que não aceita afrontas e nunca é contrariado, devido a sua postura de bad boy. Então, quando isso lhe ocorre, ele fica com aquela cara de quem não está acreditando que aquilo está realmente acontecendo. É engraçado demais!Chego em casa animada depois de tantos dias arrastando corrente. Ligo o som e começo a dançar feito louca em frente ao espelho. Como estou com o meu modo agitada ativado, resolvo arrumar a casa para receber de volta à minha avó. Dou uma faxina geral, está tudo limpo e cheirosinho. O seu quarto está perfeito para sua volta. Coloquei até sua cama perto da porta, para caso de eu precisar dormir no quarto com ela ter um espaço no chão para o meu colchão e também assim, ela fica próxima a porta para ir ao banheiro.De banho tomado peço algo para comer numa lanchonete perto de casa e logo vou me deitar.[...]No outr
AnaluRevirando a minha bolsa, acho o cartão do doutor Elber, não é o que eu queria, mas é o que tenho por agora.— Doutor Elber? — digo— Sim! Quem é?— Ana Lúcia! Se lembra? — falo acanhada — Claro! Precisa de alguma coisa, Ana?Explico para ele resumidamente o que me ocorreu e deixo a parte dos meus pais de lado. Apenas digo que peguei o ônibus errado meio ao desespero e que estou perdida. Então ele me orientou a perguntar a alguém onde estou e logo em seguida me mandou um Uber, já que o mesmo ainda está em plantão. E a burra aqui desprevenida trouxe apenas vinte reais no bolso, e isso não daria para pagar o motorista. Mas, ao chegar em casa, recebo a notícia de que a corrida já havia sido paga pelo doutor. Me surpreendi um pouco pela sua atitude tão humana e logo depois me senti aliviada por ter ao meu lado alguém em que eu pudesse confiar, já que Santiago não me atendia.Assim que chego no portão de casa meu coração aperta. Vejo suas plantas, sua rede e dentro de casa a sensação
AnaluDepois de algumas horas de viagem, enfim, chegamos na casa de titia. E mal cheguei, já pude sentir a diferença do clima aqui, estava um frio gostoso.A casa da titia é feito um chalé e fica no centro da cidade. É uma casinha com decoração rústica bem aconchegante, assim que entramos somos recebidas por duas mulheres.— Ana Lúcia, essa é Renata, minha neta e essa é Luíza, minha filha.— Olá! — digo tímida— Oi, seja bem vinda, será um prazer tê-la conosco. — a neta fala— Obrigada! — Venha! Vamos mostrar o quarto onde você pode ficar por quanto tempo quiser, só não repare, porque é tudo muito humilde.— Não me importo, até prefiro!Subo para um quartinho pequeno, mas tão arrumadinho, que dá até pena de bagunçar.Trouxe uma enorme mala, não tenho ideia de quanto tempo ficarei por aqui, por isso vim prevenida. Quero dá um tempo até meu coração se acalmar e dá tempo dos meus pais sumirem do mapa de novo.[...]Uma semana se passou que estou aqui e hoje é dezessete de dezembro. Como
AnaluEnfim a sexta feira chegou e com uma ótima advinha do tempo minha tia acertou, hoje está bastante frio. Vou até a janela e vejo que o tempo está russinho, parece até neve, mas preciso confessar, esse clima é muito gostoso e eu prefiro o frio do que o calor.Assim que desço para tomar café, Renata já começa muito animada a falar sobre a noite, como tudo funciona e que tem "muitos gatinhos" por lá. E afirma que eu vou adorar o clima e os amigos dela. Sobre os gatinhos não tenho interesse, mas sobre as amizades e o ambiente eu acho bastante legal e pela primeira vez sinto um pouco de ânimo.Renata me disse que sairemos de casa às nove horas da noite, então às sete horas da noite já começo a me arrumar com calma. Tomo um banho quente, mas parece que a água tem pedras de gelo, corro pro quarto, me seco, me enrolo em uma coberta e começo a arrumar minhas madeixas cor de abóbora. Meu cabelo nunca teve uma só definição, tipo enrolado, liso, cacheado ou crespo. Ele é aquele cabelo liso a
Analu— E ai prima? O que achou?— É tudo tão lindo, estou me sentindo no castelo da Elsa do filme Frozen. — falo animada— E a propósito, você lembra muito a Ana do filme."Só se for a Ana com temperamento da Malévola." — penso sorrindo— Venha! Vou te apresentar uns amigos.Fico com uma certa inveja da Renata nesse momento, pois ela tem tantos amigos, enquanto eu só tenho uma que acabo de reencontrar.— Gente, essa é minha prima a Ana Lúcia, ela é carioca, veio passar uns dias comigo.Dou um aceno para todos, e um rapaz chamado Fábio, bem atirado, se aproxima.— Se precisar fazer um tour, estou a disposição.— Obrigada! — digo timida— Fabiio não começa hein! — Renata adverte— Não fiz nada, apenas sendo cordial.Ele é lindo, é um negro alto de sorriso branco feito a neve e tem o corpo musculoso. Sei disso, pois sua calça jeans justa marca direitinho suas pernas torneadas e um certo volume que me deixa constrangida de está reparando.— Prima, o que você gosta de beber.? — Renata per
Analu— Me dê um copo de alguma bebida que seja mais forte que frozen! — digo a Renata, que me olha sem entender— E o Deus grego? — ela pergunta— Está dizendo asneiras e prefere ficar conversando com a loira siliconada.— Azar o dele, não sabe o que está perdendo. — Renata fala— Sabe que também acho?! — falo um pouco embolado por conta da bebida— Então vamos beber? Mais né? — Renata fala animada— Estou prontissima!E logo eu estava com um copo que tinha uma bebida vermelha dentro, não se sente o gosto do álcool e isso me pegou, porque virou minha nova paixão. Já bebi dois copos enquanto os olhos de gavião me fitam. Ele até olha para a tal loira, mas o tempo todo os seus olhos estão pregados em mim. O DJ da noite resolve colocar uma música sensual, e a timidez que eu tinha vai embora em segundos. Vou sozinha pro meio da pista e começo a dançar ao som da música. Normalmente eu sei dançar, mas nesse caso eu não controlo mais meu corpo, então ele se mexe sozinho. Com os olhos fec
AnaluCom minha decisão já tomada, caminho trançando as pernas até Renata, que está cochichando no ouvido de um garoto. Essa daí não perde tempo mesmo!— Oi Analu, esse é o Beto. E Beto, essa é a minha prima...— Oi Beto! — falo acenandoPuxo Renata para um canto e digo:— Santiago me chamou para dormir com ele.— Ai que maravilha, você facilitou 80% da minha noite, porque assim eu vou dormir com o Beto e combinamos uma hora amanhã para irmos embora e nos encontrar para chegarmos juntas. — ela fala toda eufórica e parece não ser a primeira vez que engana a mãe e a avó Não sei porquê, mas isso me incomoda um pouco. Sempre fui muito franca e verdadeira com minha avó. E isso de mentiras, nunca dão certo, de um jeito ou de outro a verdade sempre aparece, mas a confiança uma vez perdida nunca volta.— Mas, e a sua mãe e a sua vó? — pergunto ainda na esperança dela ter alguma consciência — Relaxa prima! Eu direi que dormimos na casa da Nathalia.— Ai Renata! Sei não viu, eu não curto essa