AnaluEnquanto comemos um lanche maravilhoso, verifico que já são oito horas da noite e logo o sono e o cansaço de um dia sem dormir começam a me dominar. Mas, a presença dele aqui me faz tão bem que não quero dormir para que ele não vá embora, então decido puxar assunto.— Onde conheceu Morgana? — pergunto rapidamente — Ela era uma frequentadora assídua do meu cassino, viciada em jogos e bebida. Ficou me devendo uma enorme quantia em dinheiro e como ela não tinha como pagar, propus que trabalhasse para mim em minha casa até pagar sua dívida. E ela se mostrou tão competente e decidida a largar seu vício que está lá até hoje. E de faxineira virou a governanta. Já fazem cinco anos que ela trabalha para mim. — Que legal isso. — falo um pouco mais animada— Sim, e deve ser por isso que ela é tão leal a mim.— Até demais, às vezes ela parece você de saia. — digo rindo— Quase isso! Você é demais! — ele diz dando um sorriso— Mais e você? — ele me pergunta— Eu o que? — falo desconfiada—
AnaluAssim que saio do C.T.I. não encontro mais Santiago por aqui, talvez tenha ido embora. Sei lá! Ele me deixa confusa, desnorteada com suas atitudes e não sei nem o que pensar. Mas, confesso, que agora nada disso me importa muito, só o fato de minha avó está reagindo bem aos medicamentos já me deixou muito feliz e não vou permitir que o mal humor do senhor das trevas me roube essa alegria.Instantes depois eu vou para casa e fico pensando: "Já que agora a minha avó está no C.T.I não é necessário eu ficar sem trabalhar, acho que eu poderia voltar."Contanto que Santiago me liberasse para as visitas, mas depois ligarei para ele e vejo o que ele tem para me oferecer.Chego em casa sem ter muito o que fazer, afinal, já me acostumei com a minha rotina de serviço, e quando fico atoa é horrível. Ligo a televisão e não encontro nada de muito agradável para assistir. Então resolvo dar uma caminhada, assim consigo pôr para fora toda minha agitação. Duas horas depois volto para casa, cozi
AnaluAcordo com um barulho e vejo Santiago já vestido, calçando seu sapato sentado na beira da cama.— Bom dia! — digo ainda sonolenta— Bom dia, pantera! — ele responde me olhando por cima do ombro — Já vai embora? — pergunto já sentindo um vazio estranho— Sim! Preciso ir, tenho alguns afazeres logo pela manhã. Já calçado, ele vem bem próximo a cama, inclina seu corpo, dá um breve beijo em meus lábios e antes de sair diz:— Sobre a questão de ontem, de voltar a trabalhar, me procure hoje depois que visitar sua vó e conversaremos. Está bem?— Tudo bem. — digo mais murcha que um maracujá de gavetas— Aproveite e pegue sua chave comigo, vou levar novamente para poder trancar sua casa por fora. — ele fala já saindo— OK! Obrigada!Verifico a hora e ainda são sete horas da manhã. Me viro pro canto, fecho meus olhos e me permito dormir novamente.[...]Três horas depois acordo e começo a me arrumar para visitar minha avó. Estava com muita esperança de ter boas notícias e que logo ela e
AnaluSaio da casa de Santiago sorrindo internamente. Se vocês pudessem ver a cara dele, iriam entender o porquê dessa ótima sensação. Ele é o tipo de homem que não aceita afrontas e nunca é contrariado, devido a sua postura de bad boy. Então, quando isso lhe ocorre, ele fica com aquela cara de quem não está acreditando que aquilo está realmente acontecendo. É engraçado demais!Chego em casa animada depois de tantos dias arrastando corrente. Ligo o som e começo a dançar feito louca em frente ao espelho. Como estou com o meu modo agitada ativado, resolvo arrumar a casa para receber de volta à minha avó. Dou uma faxina geral, está tudo limpo e cheirosinho. O seu quarto está perfeito para sua volta. Coloquei até sua cama perto da porta, para caso de eu precisar dormir no quarto com ela ter um espaço no chão para o meu colchão e também assim, ela fica próxima a porta para ir ao banheiro.De banho tomado peço algo para comer numa lanchonete perto de casa e logo vou me deitar.[...]No outr
AnaluRevirando a minha bolsa, acho o cartão do doutor Elber, não é o que eu queria, mas é o que tenho por agora.— Doutor Elber? — digo— Sim! Quem é?— Ana Lúcia! Se lembra? — falo acanhada — Claro! Precisa de alguma coisa, Ana?Explico para ele resumidamente o que me ocorreu e deixo a parte dos meus pais de lado. Apenas digo que peguei o ônibus errado meio ao desespero e que estou perdida. Então ele me orientou a perguntar a alguém onde estou e logo em seguida me mandou um Uber, já que o mesmo ainda está em plantão. E a burra aqui desprevenida trouxe apenas vinte reais no bolso, e isso não daria para pagar o motorista. Mas, ao chegar em casa, recebo a notícia de que a corrida já havia sido paga pelo doutor. Me surpreendi um pouco pela sua atitude tão humana e logo depois me senti aliviada por ter ao meu lado alguém em que eu pudesse confiar, já que Santiago não me atendia.Assim que chego no portão de casa meu coração aperta. Vejo suas plantas, sua rede e dentro de casa a sensação
AnaluDepois de algumas horas de viagem, enfim, chegamos na casa de titia. E mal cheguei, já pude sentir a diferença do clima aqui, estava um frio gostoso.A casa da titia é feito um chalé e fica no centro da cidade. É uma casinha com decoração rústica bem aconchegante, assim que entramos somos recebidas por duas mulheres.— Ana Lúcia, essa é Renata, minha neta e essa é Luíza, minha filha.— Olá! — digo tímida— Oi, seja bem vinda, será um prazer tê-la conosco. — a neta fala— Obrigada! — Venha! Vamos mostrar o quarto onde você pode ficar por quanto tempo quiser, só não repare, porque é tudo muito humilde.— Não me importo, até prefiro!Subo para um quartinho pequeno, mas tão arrumadinho, que dá até pena de bagunçar.Trouxe uma enorme mala, não tenho ideia de quanto tempo ficarei por aqui, por isso vim prevenida. Quero dá um tempo até meu coração se acalmar e dá tempo dos meus pais sumirem do mapa de novo.[...]Uma semana se passou que estou aqui e hoje é dezessete de dezembro. Como
AnaluEnfim a sexta feira chegou e com uma ótima advinha do tempo minha tia acertou, hoje está bastante frio. Vou até a janela e vejo que o tempo está russinho, parece até neve, mas preciso confessar, esse clima é muito gostoso e eu prefiro o frio do que o calor.Assim que desço para tomar café, Renata já começa muito animada a falar sobre a noite, como tudo funciona e que tem "muitos gatinhos" por lá. E afirma que eu vou adorar o clima e os amigos dela. Sobre os gatinhos não tenho interesse, mas sobre as amizades e o ambiente eu acho bastante legal e pela primeira vez sinto um pouco de ânimo.Renata me disse que sairemos de casa às nove horas da noite, então às sete horas da noite já começo a me arrumar com calma. Tomo um banho quente, mas parece que a água tem pedras de gelo, corro pro quarto, me seco, me enrolo em uma coberta e começo a arrumar minhas madeixas cor de abóbora. Meu cabelo nunca teve uma só definição, tipo enrolado, liso, cacheado ou crespo. Ele é aquele cabelo liso a
Analu— E ai prima? O que achou?— É tudo tão lindo, estou me sentindo no castelo da Elsa do filme Frozen. — falo animada— E a propósito, você lembra muito a Ana do filme."Só se for a Ana com temperamento da Malévola." — penso sorrindo— Venha! Vou te apresentar uns amigos.Fico com uma certa inveja da Renata nesse momento, pois ela tem tantos amigos, enquanto eu só tenho uma que acabo de reencontrar.— Gente, essa é minha prima a Ana Lúcia, ela é carioca, veio passar uns dias comigo.Dou um aceno para todos, e um rapaz chamado Fábio, bem atirado, se aproxima.— Se precisar fazer um tour, estou a disposição.— Obrigada! — digo timida— Fabiio não começa hein! — Renata adverte— Não fiz nada, apenas sendo cordial.Ele é lindo, é um negro alto de sorriso branco feito a neve e tem o corpo musculoso. Sei disso, pois sua calça jeans justa marca direitinho suas pernas torneadas e um certo volume que me deixa constrangida de está reparando.— Prima, o que você gosta de beber.? — Renata per