31 - YOLE E A JOIA

No caminho de volta, com o chacoalhar da carroça onde eu ia deitado, pensava sobre os pequenos pergaminhos em minhas mãos, retirados dos compartimentos de prata daquela joia que Taurus me dera anos atrás.

— “Só abre quando eu morrer…” — dissera-me.

O que poderiam conter? Eu ruminava na iminência de lê-los e descobrir. Seria por causa do conteúdo deles que minha herança fora negada? Hoje sei que foi, mas, naquele momento, eu tinha medo de olhar e descobrir uma realidade que me deixasse mais desamparado ainda.

No fundo, eu sonhava com o dia em que ele poderia reconhecer-me como filho publicamente, mas na impossibilidade de que isso acontecesse, queria, pelo menos, manter a imagem de bom pai secreto que eu tinha dele, de bom senhor par

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