Dentro da aeronave, percebi que Kai parecia preocupado com algo, mas ele não disse nada. Continuava no modo “recém-casado”. Decidi questioná-lo depois. No momento, íamos aproveitar o ápice da paixão. A viagem durou muitas horas, mas Rubi não chorou nem estranhou a mudança. Chegamos já de noite, e um homem nos aguardava no saguão. — Olá, senhor e senhora Hoke, eu sou Matheus e serei o guia e tradutor de vocês — avisou gentilmente. Ele era um jovem muito simpático, de pele bronzeada - que eu achei perfeita- e cabelo cacheado. Com certeza fazia sucesso com as garotas. — Obrigado. Passaremos a noite no hotel, você fica no quarto ao lado, certo? — Sim, já recebi o roteiro, senhor — respondeu com o mesmo sorriso. — Pode me chamar de Kai. Ele nos levou para um hotel de frente para o mar. Fiquei deslumbrada com a vista dali. Era incrível . O lugar estava quente, mas a vista era encantadora. Matheus seguiu para o quarto dele, e eu e Kai começamos a organizar as malas. — Go
Posso afirmar que esses foram os cinco dias mais intensos da minha vida. Cassidy ainda estava muito animada quando voltamos. Ela não parava de falar sobre os lugares que visitamos, a comida diferente, as roupas, o clima… Falava animada sobre tudo. — … E uau, aquele passeio de barco... Incrível. — Suspirou. — Eu amei. Obrigada, Kai. Foi tudo perfeito. — Me abraçou. — Podemos voltar, se você quiser. — Sugeri. — Acha que podemos? — Perguntou, surpresa. — Claro. — Garanti. — Ah, eu adoraria! Mal posso esperar para contar à Andria que visitei o país dela. — riu. Rubi estava dormindo. Nossa pequena joia também aproveitou bastante, mesmo sem entender nada. À medida que o voo avançava, Cass foi ficando quieta até que adormeceu. Eu a cobri com uma manta e conferi se o cinto estava bem afivelado. Eu estava decidido. Quando chegássemos em casa, eu contaria a ela o que estava acontecendo. Minha preocupação não era apenas provar o meu lado, mas também protegê-la, junto com nossa filha, de
1 mês depois — Olha só como você está tão mocinha — sorri, admirando minha pequena. — O que acha que o papai vai dizer quando te vir assim? Aposto que vai te achar linda, não é? Rubi estava deslumbrante em sua roupinha amarela, com seus olhinhos brilhantes e curiosos. Hoje decidi fazer uma visita a Kai. Ultimamente, ele tem trabalhado demais e parece exausto, mas, como sempre, guarda tudo para si. Talvez uma visita da família o deixe mais leve. — Você está linda, princesa Rubi — Mike comentou, fazendo uma careta engraçada para ela. — Olha só essas bochechas enormes! Parece você quando era bebê, Cass. — Ele riu, balançando a cabeça. Ele se ofereceu para nos levar até lá, já que estava livre hoje. Peguei a bolsa da bebê, chequei se estava tudo certo e seguimos para o estacionamento. — Você está bem, Mike? Parece meio... Sei lá, mais retraído do que o normal. Ele suspirou antes de responder: — Estou bem, só preocupado. Estamos desenvolvendo um projeto novo, e o dia da apr
Eu estava animada para viajar. Mas, logo pela manhã, quando Rubi acordou e fui buscá-la no berço, percebi que havia algo errado. Ela estava chorando mais que o normal. — Kai! — chamei, apreensiva. Ele veio rápido. — Cass, o que aconteceu? — Rubi está com febre. Pega o termômetro, por favor. Embalei minha filha nos braços e senti seu corpinho quente. O choro foi cessando aos poucos, mas ela continuava fungando, manhosa. Kai trouxe o termômetro, e eu conferi a temperatura: trinta e nove graus. — Vou levá-la à pediatra. — Vou ligar para a empresa e cancelar meus compromissos em Denver — ele avisou, já pegando o celular. — Calma. Vamos primeiro ver o que está acontecendo. Se for algo simples, eu fico com ela e você vai. Já está tudo marcado, não é bom cancelar de última hora. — Minha filha está doente. Não posso deixar vocês duas sozinhas — ele rebateu, nervoso. Segurei sua mão, tentando acalmá-lo. — Eu sei, meu amor. Mas vamos manter a calma. Kai respirou fundo
Cheguei em Denver, mas meu coração ficou em Nova York. Eu estava preocupado com Rubi e Cassidy, me perguntando se as duas estavam bem e se minha filha havia melhorado.Assim que cheguei à casa de Joshua, já era noite. A reunião estava marcada para a manhã seguinte, mas antes disso, eu e ele nos encontramos com Dylan para discutir alguns pontos importantes.— Tio Kai, cadê a Rubi? — Ivanna perguntou ao entrar no escritório sem aviso.— Ela está em casa, querida. Na próxima vez, trago ela. — respondi, abraçando-a.— O que eu disse sobre entrar sem bater, Ivanna? — Joshua perguntou com um tom firme, mas gentil.— Que eu não posso, papai. — Ela abaixou a cabeça. — Desculpa.— Vem aqui, querida. — Ele abriu os braços, e Ivanna correu para se jogar neles. — Tudo bem desta vez, ok? Mas, na próxima, você bate antes de entrar. Combinado?— Combinado, papai. — falou animada. — Eu te amo.— Também amo você, pimentinha. — Ele beijou a testa dela e sorriu. — Agora, vá brincar com seus irmãos. O pa
Eu não sabia o que fazer. Fiquei sozinho no apartamento, pensando se deveria ir atrás dela. Bem, é claro que fui. Corri para fora. Não bati na porta da casa de Michael, apenas entrei. Cassidy estava de pé, com os braços estendidos, pegando Rubi no colo. — Michael, nos deixe a sós, por favor. — Pedi, mas meus olhos estavam fixos em Cassidy. Ele hesitou por um instante, lançando um olhar para ela, esperando sua confirmação. — Por favor, Cassidy. — Minha voz saiu séria, quase desesperada. Ela respirou fundo. — Tudo bem, Mike. Nos deixe a sós, por favor. — Sua voz saiu baixa, quase um sussurro. Michael tocou seu ombro em um gesto de apoio antes de sair pelo corredor. Eu me sentei ao lado dela no sofá, tentando segurar sua mão, mas Cassidy permaneceu imóvel, encarando o nada. — Cass, eu estava no trabalho quando ela apareceu lá. Disse que estava grávida. Que aconteceu naquele fim de semana em que ficou comigo. Eu... — Cassidy fechou os olhos, e quando vi a lágrima escor
Acordei antes de todo mundo. Os pensamentos preocupantes ainda martelavam em minha cabeça. O dia ainda não havia amanhecido. Passei no quarto e observei Rubi dormindo. Sorri comigo mesma ao vê-la bem e protegida.Fui até a varanda da sala. Estava frio, e eu me abracei, sentindo o vento gelado bater contra minha pele.Minha mente vagava e se questionava inúmeras coisas. Será que ela realmente estava grávida? Era uma mentira? Por que ela estaria fazendo isso?E então… veio um questionamento repentino. Por que Kai decidiu se casar comigo? Qual foi a razão mais profunda para isso? Ele não me amava quando me pediu em casamento, logo depois que descobri estar grávida, então… o que o levou a isso?Senti algo quente sendo colocado em meus ombros, uma manta. Olhei para cima, e Kai estava lá, os olhos presos em mim.— Está sem sono? Está frio aqui fora — afirmou.— É, não consegui dormir — confessei.— Por quê? O que aconteceu? — indagou, seus braços ainda abraçando meus ombros.— Não sei… Eu…
Recebi a ligação enquanto vestia a roupinha em Rubi. Esperava qualquer coisa, menos isso. A única parte “boa” — se é que existe algo de bom nisso — é que Cassidy já sabe de tudo. Ela estava ao meu lado, os olhos presos na tela do tablet, lendo junto comigo. “O empresário Kai Hoke, que se casou há pouco tempo, está sendo processado por sua ex-namorada, que o acusa de obrigá-la a fazer um ab***o. A designer de joias, que trabalhou junto com Kai em sua marca de luxo, Imperial Men’s, afirma que o empresário tomou tal atitude porque sua atual esposa já estava grávida, fato que ocorreu antes da gravidez de Antonella Rizzo. A família de Kai já havia aceitado Cassidy Hoke como parte da família, e por isso, o empresário terminou tudo e decidiu se casar. Junto à declaração, Antonella divulgou hoje fotos do prontuário médico e exames de imagem, além de um exame que supostamente comprova a paternidade de Kai Hoke.” Cassidy levou a mão à boca, chocada. — Meu Deus... Kai. — Ela sussurrou,