DARK POSSESSION
DARK POSSESSION
Por: Isabella Felix
CAPÍTULO 1

Sorrio para mensagem que recebi de Kira.

Festa daqui duas semanas, Lana.

Sabe que não pode faltar, nunca é o mesmo sem você no jogo da garrafa, os caras ficam loucos pra beijar você.

— Kira

Eu nunca falto em uma festa, não é como se eu tivesse algo para fazer.

— Lana

Meu corpo b**e contra uma barreira dura, fazendo meu celular cair antes de mim que caio de bunda no chão.

Que merda!

— Não olha por onde anda, garota?!- a voz atinge meu corpo como se estivesse sendo emitida no meio do meu rosto, mas ainda estou no chão, tentando capturar meu celular.

— Porra. - Xingo, me levantando devagar, vendo de seus sapatos de couro polido brilhante até seus tornozelos cobertos pelos calça preta, subindo pelas pernas comprimidas e passando pelo volume no meio das pernas e parando no peitoral que é onde minha altura acaba, e para chegar meu olhar no seu, levanto o pescoço. — Foi mal.

— Foi péssimo. - diz de cima.

— Relaxa, intocável. - Meu dedo polegar esfrega a mancha de batom que deixei na camisa quando me choquei nela.

— Ah, ótimo! - Se afasta de mim com raiva pelo dano na camisa engomadinha.

— Quando entrar nessa casa, olha por onde anda, ou não entra mais aqui. - é só o que ele diz antes de entrar em um dos quartos e bater a porta com força.

[

....]

— Kate. - chamo. Eu não ia perguntar nada mas estou entediada, ela está ocupada demais falando com Bruno pelo netbook enquanto fico deitada no chão em cima do tapete felpudo no chão de seu quarto, encarando o lustre no teto.

— O que? - Pergunta e mesmo sem estar vendo ela direito sei que está com um sorriso no rosto, ouço o barulho dela digitando no computador.

— Qual é a do seu irmão?

— Como assim?

— Eu conheço ele a vida toda e ele nunca trocou mais de três palavras comigo em um mês. - Falo com a mão na testa.

— Então você está no lucro, meu irmão despreza as pessoas. Ele acha que elas não valem o tempo dele.

— Ele é esquisito. - Falo encarando minhas botas com minhas pernas erguidas para o alto.

— Ele é, nunca deixa eu me meter na vida dele.

— E ele tem namorada?

— Alexander? Namorada? - ri alto, me fazendo juntas as sobrancelhas. — Ele também acha que nenhuma das mulheres são boas o suficiente pra ele.

— E como vai se casar quando se tornar subchefe? A cerimônia dele é amanhã.

— Meu irmão não quer se casar, ele disse que é melhor ter suas visceras arrancadas do que ter uma mulher chata e entediante do lado dele.

Assinto com estranhamento, não sei nada sobre ele, mas ele parece mesmo o tipo de cara que diria algo assim.

— Nem meu irmão é assim.

— Pois é, meu irmão é estranhamento único. Aliás, por que está tão interessada nele?

— Eu gosto de coisas e possas esquisitas. Estava passando pelo corredor, ele me olhou como se eu tivesse lepra.

— Não se ofenda, ele olha assim para todos.

— Você tem medo dele?

— Não exatamente, ele adora implicar comigo mas não chega a ser assustador...só é irritante.

— Isso é legal. Ele não te b**e e tal...

— Bater? Que tipo de irmão b**e na irmã?

Sério sem mostrar os dentes, a olhando em silêncio. Eu sei que meus olhos não expressam a indiferença que meu sorriso tímido e explicativo transparece.

— Ah, Lana...- ela entende na hora, deixando o colchão alto e macio para se juntar a mim no chão. — Sinto muito, seus pais sabem?

— Não, eu não vou contar pra eles. Não contei a vida toda, acho que não iam acreditar agora. E ele não faz mais isso tanto.

— Cara idiota. - faz cara de raiva. — E se te consola, eu também tenho medo dele.

— Você é a pessoa no mundo que menos deveria ter medo dele.

— Eu não acho, se ele b**e na irmã, o que não vai fazer com pessoas que não nada dele...

— Você não percebe, não é?

— Percebo o que?

— Nada não. - balanço a cabeça.

— Esse papo ficou muito pesado, vamos comer. - ela me puxa, fazendo com que eu fique de pé.

— Palha Italiana? - ergo a sobrancelha, ela sabe que é meu doce favorito, é só que eu gostaria de comer a vida toda. Balançando a cabeça com um sorriso, ela sai na minha frente.

_______________________________________

Passo pelo corredor do quarto de Kate a caminho do banheiro antes de ir embora, tem uma porta vermelha, última do corredor, que chama minha atenção.

— Não era assim antes...- digo a mim mesma. - Franzo o cenho, olhando a maçaneta dourada contratando com o vermelho. Muito tentador, volto três passos, tento abrir a maçaneta e praguejo ao falhar, vendo que está trancada. Óbvio que estaria. Pego um grampo do meu cabelo, colocando no trinco e forçando de diversas maneiras até abrir. Franzo os lábios em surpresa e admiração, achei que isso só funcionava em filmes.

Entro e encosto a porta, tem alguns varais um pouco acima da minha cabeça, com fotos polaroids penduradas sobre a luz de uma lâmpada vermelha. Estico a mão para pegar uma delas, é um animal peludo, a especie é irreconhecível pelo estado do cadáver, são só ossos, sangue e órgãos. Faço cara de nojo, todas fotos são desse tipo, com animais diferentes e alguma delas até de pessoas.

Doentio. E quanto mais eu olho...pior fica.

— O que faz aqui? - a voz dele chega em meu ouvido, em minha pele, em minha alma, estremecendo tudo. Não sou de sentir medo, mas é difícil nessa situação e ser pega no flagra por uma pessoa que usa esse tom tão mortal.

Ele com certeza não queria que seu segredinho sujo fosse descoberto.

Viro de frente para ele lentamente, girando na ponta da minha bota para encarar a face mais mortal que já vi na vida. Escondendo uma das fotos que peguei atrás de mim, eu movo a cabeça, fazendo uma das mechas rosa ir para trás com o balanço.

— Sabia que é feio bisbilhotar? - Anda até mim lentamente porém tudo parece muito rápido, é um cômodo pequeno, o espaço que nos distanciava era pouco e agora é nulo.

Em um movimento brusco ele arranca a foto de mim.

— Eu estava só....- mordo a bochecha, olhando ao redor sem mover a cabeça. — explorando o lugar. - sorrio forçado.

— A curiosidade matou o gato.

— E você gosta muito de matar eles. - olhando para cima, vendo as fotos de novo, não consigo evitar de descer o olhar para ele com reprovação. Não sou moralista mas tenho limites.

— Quem não iria gostar?

— Não de animais, louco. - Melhor palavra para definir o irmão da Kate, louco.

Não gostando muito do meu olhar, me j**a na parede mais próxima, chocando minhas costas contra o concreto e me fazendo fechar os olhos pela dor. Seu corpo grande colocado ao meu, bloqueia minha passagem e qualquer possibilidade de fuga. Se as pernas dele não estivessem fechadas, eu daria uma bela joelhada.

— Cuidado, Lana. Os loucos podem matar. - Tem um canivete em baixo do meu queixo, sobre a pele quente do próxima ao pescoço.

— Meu irmão não ia gostar muito se você me matasse, ele é bem sanguinário, você sabe. - Abaixo o olhar, conseguindo ver a base do canivete em sua mão. Meu pescoço está erguido, tentando se esquivar do perigo.

— E onde está seu irmão agora? - Pergunta, passando a lâmina de leve no meu rosto, ele faz uma trilha suave pela minha pele do pescoço até chegar ao meu decote. Isso está ficando bem excitante...

— Boa pergunta. - falo baixo. — Você não vai me matar, não é? Eu não fiz nada de errado. - ergo as mãos para o alto em rendição.

— Acha que não fez? - Deixa claro que eu dei a resposta errada, descendo a lâmina com destreza pelo centro dos meios seios até chegar no decote profundo da camiseta, cortando um pouco mas meu sutiã é rasgado no meio.

— Essa roupa é nova, não corta. - Fecho os olhos, não posso ficar molhada, é nisso que eu que me concentrar.

— Ah, o que é isso? - Avalia meu rosto, seu olhar é quase demoníaco e eu vejo desejo nele. — Uma pitada de medo no rosto da menina corajosa. - Seu rosto está a milímetros do meu, nossas respirações quentes se misturam no ar.

— Eu não tenho medo.

— Menina corajosa. - ri. Pela primeira vez vejo ele exibir um sorriso, é lindo e sexy. O meu medo excita ele, e isso me excita.

— Tira a faca de mim se não eu cravo ela em você. - falo calma. Não sei como faria isso.

— Está irritada? Normal. A maioria das pessoas ficam nervosas quando tem objetos cortantes em sua pele.

Concluímos que não sou como as pessoas normais porque eu fui excitada.

— É normal ficaram nervosos quando seus medos estão prestes a serem expostos?

— Nervosismo é para quem tem medo, eu não tenho medo de nada. - diz olhando as fotos acima de nós.

— Que ótimo, eu vou ficar com isso. - pego outra foto. - E isso. - pego mais uma. — A Kate vai amar saber que o irmão dela é fotógrafo. - sorrio cínica.

Não vou contar para ela de verdade, mas é legal fazer ele achar que sim. Se ele está escondendo, é porque é um problema se souberem.

Rapidamente ele me puxa de volta, castigando meu corpo com outro baque. O lado da minha bochecha está colado na madeira fria da porta, enquanto eu sinto seu corpo contra minhas costas. Perto demais.

— Muito cuidado, bobinha. Ser irmã de quem é, não te livra de castigos severos. - A voz rouca e grave está perto do meu ouvido, sinto até seu hálito fresco contra meu ouvido, me causando arrepio da nuca até o fim da costas.

— E o que você faria?

— Não queira saber do que eu sou capaz, vai se assustar. - ele não sabe que eu posso gostar disso. — Eu fico com isso. - ele tira o polaroid da minha mão. — E você sai. - ele me empurra para fora e fecha a porta, me deixando do lado de fora, desorientada pelo que acabou de acontecer.

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