Richard e seus filhos estavam no deck inferior, sentados com as pernas na água. Os três em completo silêncio. Todos agiam normalmente como se nada tivesse acontecido perto deles. No entanto, quando estavam sozinhos, mal se olhavam, especialmente Richard e James.
-É impressão minha, ou vocês estão evitando falar qualquer coisa comigo?--ambos permaneceram em silêncio absoluto, apenas mirando a água.--Ótimo. Acho que fiz por merecer.
-Você sabe o que queremos saber, pai.--falou Liz.
-Tudo bem... acho que chegamos a um ponto sem saída, certo? Tudo bem, mas antes eu quero que vocês entendam que isso pode mudar drasticamente tudo aquilo que acreditam, por favor, me perdoem e perdoem sua mãe também, pois nossa preocupação com a segurança de vocês nos fez tomar essa decisão...
De repente um
Tudo naquele lugar me transmite paz, calma e tranqüilidade. A brisa suave no rosto, balançando suavemente meus cabelos, a fragrância das flores que trazia uma mistura de sensações, contudo...Eu não conseguia parar de mirar aqueles olhos de ouro daquele homem enorme, belo e sereno. Só sua presença já irradiava uma sabedoria infinita, talvez por isso cultivasse lá no fundo um pequeno receio.De repente ele estende suas mãos para mim, percebo que era para tocá-la. Nossa que mão macia e quente. Ele envolve minhas mãos com tanto cuidado e carinho. Me sinto tão protegido e seguro.-Onde estou?--pergunto meio sem jeito.De qualquer forma eu já imaginava que não teria resposta, pelo menos não nesse momento. A figura limitou-se a continuar emitindo seu inebriante sorriso.Continuava a segurar m
Apenas um dia após o sumiço de James, Elizabeth e Damien, Richard estava pousando no aeroporto internacional de Atenas, na Grécia, e não estava só: Virgínia, Xavier e Sandra estavam com ele.-Uma coisa não bate com o comportamento de James.--Xavier tentava voltar ao assunto.--ele jamais passaria por cima da sua autoridade, mesmo depois daquela...-Xavier, eu o respeito e o admiro como se fosse meu pai também, mas eu quero deixar para resolver isso quando chegarmos lá.--tratou de encerrar secamente o assunto.Era um fim de tarde belíssimo quando estavam enfim desembarcando no aeroporto Eleftherios Venizelos em Atenas na Grécia. Um carro oficial já os aguardava.-Espero que tenham feito uma boa viagem.--falou o chofer.-Obrigado, Enothe.As ruas de Atenas estavam pouco movimentadas, uma coisa incomum para essa época do ano. Em pouco ma
Damien sentiu o corpo dolorido, como se um trator tivesse passado por cima dele. Abriu os olhos, mas não conseguiu ver nada, estava tudo completamente escuro. Notou que estava deitado em um lugar muito macio e que estava coberto. Sabia que não estava em sua cama no barco.“Onde será que estou?”--pensou.Estava com muito medo, e sua mente estava confusa, talvez por esses motivos não tivesse tentado se levantar para procurar um interruptor ou algo parecido pra iluminar o lugar. Procurou por algo em sua mente que o fizesse lembrar a última coisa que tinha feito, não lhe ocorria nada, não havia simplesmente nada o que lembrar.“O que será que está acontecendo comigo... Que lugar é esse? Será que estou sonhando?”-Olá!... Tem alguém aí.--falou baixo.-Fique calmo, está tudo bem.--falou
Ao acordarem com a abertura das janelas, ambos fizeram sua higiene matinal e depois de tanto tempo, Damien iria ter seu primeiro desjejum junto com os outros internos.Adam saiu na frente já sendo cumprimentado por Tarik que aguardava do lado de fora para providenciar a limpeza do quarto.-Bom dia, vocês.-‘Dia... Qual será o nosso quarto Tarik?--perguntou Adam saindo do quarto naquele instante.-Seu quarto anterior, vocês dois vão ficar juntos. Algum problema com isso, Damien?-Claro que não! Adam é um ótimo companheiro de quarto. Não queria que fosse diferente.-Ótimo. Agora corram para pegar um bom lugar, vão logo... vejo vocês mais tarde.Adam mostrava tudo. Damien olhou ao redor, vários garotos, todos da mesma faixa etária dele olhavam curiosos para ele. Sentiu-se como um intruso.
Depois daquele dia, Damien evitava estar por perto do grupinho de Edgard. Parecia aos olhos de Adam e de Jules que ele tinha finalmente aprendido como poderia ser ruim enfrentar aquela montanha de músculos.-Para mim são muitos músculos e pouco cérebro.--sempre dizia para Adam e Jules quando estavam longe.As aulas começaram na semana seguinte ao ocorrido. Parecia tudo normal: Matemática, história, línguas, tudo como em uma escola normal.Quando sua vida ainda era normal, antes de entrar no Instituto, ainda que ele não lembrasse, Damien não tinha o costume de estudar com muito afinco, sempre teve muita facilidade em aprender as matérias, contudo, ele estava estudando mais do que nunca, pois tinha colocado secretamente uma meta em sua cabeça: Ele iria conseguir um dos quartos.Enquanto isso, os outros alunos estudavam para ter certeza de que suas not
As semanas passavam voando e até o momento não havia acontecido nada com Damien. A única coisa comum era que Edgard sempre que passava perto dele o ameaçava verbalmente ou atirava pedaços de comida e coisas semelhantes nele.-Cadê sua coragem, novato?--berrava do outro lado do refeitório.-Damien, me ajude a entender uma coisa.-Pergunte, Jules.-Você fez aquele estardalhaço todo, estamos nos quartos especiais, e você não está respondendo às provocações dele. Por quê?-Existe momento certo para tudo, meu obtuso amigo.--respondeu no mesmo tom frio, provocando uma risadinha de Adam.--Não vou sair provocando ele... o que eu queria eu já consegui.-Tudo isso por causa do quarto?-Jules... você me parecia mais perspicaz.--desta vez Adam não agüentou e caiu na gargalhada.--Tamb&e
O jovem Forst saiu da enfermaria com o rosto perfeito, como se nunca tivesse sofrido um arranhão. Devia ser algo na medicação, pensava ele.A cautela do trio aumentou depois que Damien foi liberado da enfermaria. Evitavam ao máximo estar nos lugares onde o grupinho de Edgard estava.Damien estava com quinze dias de atraso na matéria quando voltou a freqüentar as aulas. Passava a maior parte do tempo dentro do quarto com a cara enfiada no monitor lendo e relendo toda a matéria perdida. Tirava suas dúvidas sempre ao final das aulas e através de mensagens para os professores. E o que Jules e Adam soubessem explicava para ele.Como o próprio Damien já sabia, mesmo que tirasse notas mais baixas desta vez, não faria a menor diferença. Logo, estudou para continuar tirando suas notas de costume. No entanto, ele tinha sido o único a continua
Louis Montgomery caminhava em seu jardim particular, no décimo-nono andar do Instituto. Mesmo tendo o cargo de diretor do instituto, sabia que era meramente figurativo, e isso o incomodava. O poder subia a sua cabeça, sentia a cada dia que passava que era mais e mais dependente daquela situação.Estava tenso. Fazia tempo que não recebia a visita do proprietário do Instituto, e a cada vez que ele vinha alguma coisa acabava não indo bem. “Afinal, ninguém é perfeito! Sr. Bouloud é um homem extremamente exigente! Se ele acha que é fácil tomar conta dessa pirralhada toda, que venha ele tomar conta deles!”--indignava-se internamente, mas na verdade ele se borrava de medo de seu patrão.Os minutos passavam parecendo horas. Ele chegaria a qualquer momento.-Sr. Montgomery.--o comunicador interno o chamava com a voz belís