As semanas passavam voando e até o momento não havia acontecido nada com Damien. A única coisa comum era que Edgard sempre que passava perto dele o ameaçava verbalmente ou atirava pedaços de comida e coisas semelhantes nele.
-Cadê sua coragem, novato?--berrava do outro lado do refeitório.
-Damien, me ajude a entender uma coisa.
-Pergunte, Jules.
-Você fez aquele estardalhaço todo, estamos nos quartos especiais, e você não está respondendo às provocações dele. Por quê?
-Existe momento certo para tudo, meu obtuso amigo.--respondeu no mesmo tom frio, provocando uma risadinha de Adam.--Não vou sair provocando ele... o que eu queria eu já consegui.
-Tudo isso por causa do quarto?
-Jules... você me parecia mais perspicaz.--desta vez Adam não agüentou e caiu na gargalhada.--Tamb&e
O jovem Forst saiu da enfermaria com o rosto perfeito, como se nunca tivesse sofrido um arranhão. Devia ser algo na medicação, pensava ele.A cautela do trio aumentou depois que Damien foi liberado da enfermaria. Evitavam ao máximo estar nos lugares onde o grupinho de Edgard estava.Damien estava com quinze dias de atraso na matéria quando voltou a freqüentar as aulas. Passava a maior parte do tempo dentro do quarto com a cara enfiada no monitor lendo e relendo toda a matéria perdida. Tirava suas dúvidas sempre ao final das aulas e através de mensagens para os professores. E o que Jules e Adam soubessem explicava para ele.Como o próprio Damien já sabia, mesmo que tirasse notas mais baixas desta vez, não faria a menor diferença. Logo, estudou para continuar tirando suas notas de costume. No entanto, ele tinha sido o único a continua
Louis Montgomery caminhava em seu jardim particular, no décimo-nono andar do Instituto. Mesmo tendo o cargo de diretor do instituto, sabia que era meramente figurativo, e isso o incomodava. O poder subia a sua cabeça, sentia a cada dia que passava que era mais e mais dependente daquela situação.Estava tenso. Fazia tempo que não recebia a visita do proprietário do Instituto, e a cada vez que ele vinha alguma coisa acabava não indo bem. “Afinal, ninguém é perfeito! Sr. Bouloud é um homem extremamente exigente! Se ele acha que é fácil tomar conta dessa pirralhada toda, que venha ele tomar conta deles!”--indignava-se internamente, mas na verdade ele se borrava de medo de seu patrão.Os minutos passavam parecendo horas. Ele chegaria a qualquer momento.-Sr. Montgomery.--o comunicador interno o chamava com a voz belís
O sono de Damien estava inquieto naquele noite da véspera do seu aniversário. Como se estivesse pressentindo algo. Seu sonho era pontuado de gritos de sua irmã e imagens desconexas.Notou estar todo suado e sem fazer barulho algum sentou-se na cama. Bebeu um gole d'água que sempre mantinha na cabeceira e foi até o banheiro.Entrou no box com toda a roupa e abriu a água. Ficou recebendo aquela ducha durante alguns minutos, no escuro. Seus cabelos estavam bem maiores agora, não os cortava nesses cinco meses por opção, pois podia solicitar um cabeleireiro para tal, mesmo sem qualquer corte lhe dava personalidade, e por causa dos exercícios das atividades físicas seu corpo havia se desenvolvido ainda mais. O pijama colava em seu corpo delineando todos seus contornos.-O que houve, Damien?--Adam cambaleou até o banheiro e acendeu a luz.
Nem passou pela minha cabeça perguntar o que significava aquilo que Albeon tinha dito.Caminhamos pelos verdes campos. Sempre a cada passo, a grama e as flores revelavam seus cheiros diversos, odores maravilhosos que nunca ninguém sentiu, e quem é que sabe se um dia alguém irá sentir?Não existia até então nada diferente do que eu já tinha visto. Albeon não me deixou chegar próximo das ilhotas que ficavam ao centro do grande lago.“Ainda não está na hora de conhecê-los, Damien. Mas essa hora vai chegar e saberá quando acontecer.”-Albeon... o que você é exatamente?“Um mensageiro, Damien, apenas um mensageiro.”O que mais me intrigava era que suas respostas embora em grande parte fossem evasivas, eu me satisfazia com elas sem qualquer contestação, o que fazia me sen
Damien lembrou-se do nome daquele que um dia foi ajudado por ele. Uma nova lembrança agora invadia sua mente, a do dia em que fez sua tão inesperada e elogiada caridade, não conseguia lembrar de nada mais além dele e do mendigo Aaron.-Vocês devem estar cansados, venham comigo.--interrompeu os pensamentos de Damien que estavam tão velozes o quanto era possível.--e, certamente, precisam de um banho. Como eu já previa.-Aaron... é você mesmo? Está tão...-Diferente... é, eu sei, eu sei.--virou-se para Damien.--Pelos Deuses! Como você cresceu, jovem Damien. Não sou o único que está diferente por aqui. Parece até que trocamos de papéis, antes eu era o sujo, agora é você.--riu solto e deliciosamente.Aaron não se parecia em nada com um mendigo desta vez. Vesti
O cansaço dos cinco amigos era tanto que só foram acordar na manhã seguinte com os barulhos da floresta. Estavam acordando quando Aaron estava retornando de uma caminhada pela floresta, onde havia entrado mais ao fundo para procurar frutas para o desjejum do grupo.-Conseguiram descansar?--perguntou Aaron em tom de animação.--sei que as acomodações não eram das melhores, mas garanto que hoje já irão dormir em local muito melhor do que um chão duro.-Acho que o cansaço era tanto que nem tivemos tempo de pensar em conforto, Sr. Aaron.--falou Nathaly-Esqueça o senhor... pode ser somente Aaron. E então, o que vocês decidiram?-Eu vou com o que o Damien decidir.--falou Adam sem hesitar. Damien sorriu para ele como quem não esperasse algo diferente, afinal eram tão amigos que seria impossível um ficar longe do out
James e Virgínia não tinham notícia de Richard desde o dia em que ele saiu em busca dos filhos. Desde aquele momento eles fixaram residência no Conselho das Eras, na esperança de conseguir qualquer informação que pudesse levar ao paradeiro dos netos.-Acha que Richard já os encontrou?--perguntou Virginia.-Ele já teria nos procurado.-Não sei não, James. Ele saiu daqui muito aborrecido com sua atitude.-Mesmo que ele não nos procurasse, tenho certeza de que Damien ou Liz já teriam feito.James olhava pela janela panorâmica a movimentação nos pátios do Conselho, e ficava imaginando como seria estar ali com seu filho e seus netos. Sentiu um aperto no peito, a culpa e a impotência por não ter feito nada para impedir o seqüestro de Damien e Elizabeth o consumia, embora tentasse não demonstrar.
Embora muito sorrisos e saudações fossem lançados para Damien e seus amigos, ainda sentiam-se “cartas fora do baralho” como Adam resmungava de cinco em cinco minutos.-Calma, Adam. Logo, logo estarão acostumados com a rotina e farão muitas amizades.--disse Yago chegando na mesa deles no instante em que Adam soltava sua pérola.--Já terminaram sua refeição?--todos assentiram.--Muito bem, tenho que levá-los até baykw Gotzan. Ele precisa conversar com cada um de vocês antes de irem assistir suas aulas, vamos logo, depois tenho que correr para minha aula-extra de conjurações.--ficou nítido que estava sem graça de mencionar aquilo para os novatos.Saíram em direção ao vale e desceram à pé mesmo. Passaram pela arena de lutas, por outras “casas-salas-de-aula” de diversos formatos, umas pareci