Pingos vermelhos estavam caindo no queixo dele, se misturando com a água neutra da chuva, criando algo semelhante a molho de tomate.
_Você está sangrando _foi a única coisa que ele disse, mirando minha testa com as sobrancelhas arqueadas.
Seus olhos subiam e desciam por mim, horror se pronunciando sobre eles. Mas não era sobre o sangue. Era sobre como estavamos grudados naquele momento. E sobre o como isso parecia ser bom quando não deveria. Ruborizada, levei os dedos a minha testa. Minha cicatriz havia se aberto, liberando uma enorme quantidade de líquido quente por entre meus dedos. Ah, não. _pensei comigo, a vertigem chegando juntamente com o cheiro de sangue, _Agora não...
As mãos de Steyce foram para meus quadris em algum momento em que sua razão o deixou, e uma sens
Cai de costas ao mesmo tempo em que mirava as portas estateladas do armário de Helena, esperando ver tudo, menos aquilo.Uma vassoura muito semelhante a de Mona havia dançado a minha frente, parando de repente e caindo no chão. Um grito agudo atravessou o quarto. Tapei a boca horrorizada ao perceber que era o meu. Chutei meus pés para todos os lados, na ânsia de me levantar. Corri para a porta do quarto e me vi correndo escadas a baixo. Mas não parei quando cheguei lá em baixo. Antes que pudesse impedir, desembestei para o quarto de vovó Stela, para informar que havia uma vassoura se movendo lá em cima, e se ela estava a par desse fato.Ranzinza ou não, ela precisava saber.Cai porta adentro quando fui bater, esperando que a ela estivesse trancada. Tonta, me sentei. Para a minha surpresa, o quarto estava muito mais que silencioso. Ele estava vazio. Uma
A noite em que acordei do acidente no hospital, tive a impressão de morrer e voltar de novo, regressando com um buraco oco dentro do peito quando lembrei que a culpa havia sido minha, por tudo.Mas dessa vez não.Ao invés de me sentir vazia, eu me sentia pesada, desuniforme. As coisas dentro de mim doíam, e uma dor lancinante descia da minha testa até a clavícula, e também em algum lugar da minha boca. Minhas pernas também doíam como se eu tivesse corrido dez quilômetros antes de desmaiar, e meus ossos pareciam ter sido removidos do corpo.Não consegui abrir os olhos quão logo acordei, com a vaga consciência de que estava deitada sobre algo macio.Havia vozes altas ressoando por algum lugar perto de mim, e peguei o que parecia ser um pedaço de uma discussão._Eu n&ati
Quando descimos, os garotos já estavam esperando à porta de casa, e algo me dizia que eles estavam montando guarda. Isso só queria dizer que talvez o caso fosse realmente muito mais sério do que eu pensava. Nunca em minha vida pensei que pudesse precisar de guarda costas. Não que eu achasse que pelo menos Steyce teria um bom motivo para mostrar seus dotes com uma arma por mim. De alguma forma, eu sabia que o que ele havia feito naquele corredor, não havia exatamente sido por mim.Ele me odiava demais para se permitir me proteger de alguma forma.Talvez ele só estivesse ali por que Mitchel estava. Para garantir que ele não se machucaria. Apesar de nunca ter tido uma irmã, eu podia imaginar que iria querer mantê- la segura a todo instante, da mesma forma que eu me sentia em relação ao meu pai.Meu peito
Talvez eu estivesse esperando ver um Celeiro velho cheio de abóboras e caldeirões enfeitando a fechada, ou no mínimo, um enorme castelo pontudo e cheio de masmorras, como Hagwhorts. No entanto, a construção era completamente diferente. Eu me lembrava de ter visto algo semelhante no covil de vampiros de Anjos da Noite.O riacho se estendeu por mais alguns metros, até que alcançamos estrada sólida. A luz azulada iluminando o interior do Neon apenas deletava que ainda estávamos sendo perseguidas pelo Ford de Mitchel.Dois muros negros rodeavam por quilômetros uma enorme propriedade, e assim que nos aproximamos, dois enormes portões de ferro, com estranhos desenhos entalhados nas formas em espirais que o formavam, se abriram lentamente, com suas longas pontas trabalhadas, lembrando um triângulo virado apontando p
Pisquei incontáveis vezes, me perdendo mentalmente na soma do quanto isso aconteceu. Não era nenhuma tontura, apenas o sentimento perverso vindo a tona. O sentimento que por tanto tempo eu vinha reprimindo atrás de uma parede de gelo em algum canto de minha mente, e agora, ela havia se quebrado, me obrigando a viver cada segundo do momento mais horroroso da minha vida. Meus dedos tremeram, e de um segundo para o outro, me transformei em uma estátua de sal._Por que você está fazendo isso comigo?_O que eu estou fazendo por você. _ela corrigiu _Você está com a mente sobrecarregada demais, Perséphone. _ela meneou a cabeça de vagar _ Sei que é extremamente difícil falar de tudo isso, mas eu preciso que você confie em mim. Há apenas um caminho para que você possa entender o que precisa
_E o que aconteceu? _minha voz saiu fraca, e era dessa permissão que Lenúbia precisava para continuar. Isso me disse que ela falava a verdade. Ela se preocupava com a quantidade de informação que eu poderia aguentar. _Tudo bem, eu preciso ouvir._Guhay se desertou da Aliança, conseguindo convencer outros bruxos espalhados na terra de sua ideologia. No Livro da Maldição, há uma antiga profecia sobre um Elo. Um bruxo que nasceria com talentos inigualáveis e seria capaz de controlar magias inexistentes. Guhay precisava desse Bruxo. Ela já tinha pistas de onde o achar, quando ele nasceria. Então ela deixou a você e ao seu pai. _ela baixou os olhos, como se não conseguisse encarar meu olhar _Guhay queria algo para lutar contra a Aliança do Pacto de Segredo. Ela sabia que enquanto os Bruxos Embaixa
O brilho amarelado do sol bateu em cheio em meu rosto afundado no travesseiro macio de plumas, me obrigando a abrir os olhos. A claridade dançava em pequenos fiapos cintilantes de pó em frente de minha visão. Ainda imóvel, observei ao meu redor, não conseguindo me lembrar a princípio de onde eu estva. Aos poucos, a distribuição prática do quarto me inundou com coisas que eu não tinha visto noite passada.Me sentei, prendendo o ar pela falta de fôlego. Minha espinha tinha estado numa posição dolorosamente inclinada a noite toda.Tirando o punhado de cachos do rosto, observei a meu redor. Eu estava numa enorme cama bem no meio do quarto. Um cabide de ferro circulava toda sua extensão, segurando uma cortina escura, me lembrando a um Castelo antigo. Havia uma enorme janela do lado esquerdo, com um criado
De repente, aquele se tornou um lugar em que eu definitivamente preferiria não estar.Pigarreei, voltando minha atenção para a mesa de Lenúbia pela primeira vez. Para meu alívio, ela estava distraida conversando com outro homem que tinha algo de sua aparência. Talvez os olhos, e o jeito suave como conduzia as coisas. Sem querer, meus olhos deslizaram acidentalmente pela leva de alunos.Era inevitável não reparar que talvez o assunto das rodas ainda fosse eu. Talvez Helena tivesse razão. Eu não sabia lidar com aquilo, por que nunca havia sido o centro das atenções antes. Os pentagramas eram tatuados em vários lugares visíveis do corpo, o que me fez pensar sobre algo. Observei Helena. Eu já havia visto mais partes de sua pele do que gostava de lembrar nos últimos dias, porém, nenhu