Henrique desligou a opacidade da sua mesa e uma tela de interatividade igual ao do painel de visualização da tela se abriu. Haviam alguns arquivos que ele precisava dar uma olhada, assim como decidir qual planeta seria o próximo a receber a frota. Ou se, talvez, fosse melhor dividir a frota em alguns grupos para resolverem mais problemas de uma vez, tudo com a supervisão dele de algum ponto.
Poderia ficar um pouco mais na Terra se enviasse um grupo ou dois para planetas que estivessem com problemas menos acentuados. Assim conseguiria tempo.
Mandou um recado com a sugestão para Marco e Durquato. Saberia em breve se seria plausível.
Por enquanto, resolveu abrir um relatório da equipe de cientistas que estava em campo, estudando os terráqueos e a radioatividade. Uma amostra de planta tinha ganhado espaço em seu escritório, além de alguns presentes que ganhara de antigos colegas. O espa&cce
Aguardou com o coração saltando no peito em batidas frenéticas. Não sentia sua pele desde que ela tentara lhe atentar contra a vida logo após lhe beijar — e não achava que essa era uma experiência relevante. Antes disso, foram cinco anos de afastamento.Será que sua pele ainda tinha a mesma maciez? Será que seu cabelo tinha o mesmo cheiro?Lívia abaixou o olhar para a mão de Henrique e refletiu por um breve momento, antes de estender a mão em sua direção, parecendo insegura, mas disposta a tentar confiar. Apertaram a mão um do outro, o anseio claro de conseguirem se resolver se exteriorizando através daquele toque, daquele gesto.Henrique começou a passar o polegar nas costas da mão da mulher, um carinho doce e saudoso, satisfeito que pudesse fazer ao menos isso.— Eu lhe contei sobre meu pai — disse. — Quand
— Isso é…Ela não completou a fala, mas seus pensamentos eram claros pela expressão de confusão que exibia em seu rosto e sobrou a Henrique apenas sorrir e concordar, compreendendo o dilema.— Informação demais? — Perguntou. Em resposta, Lívia suspirou. — Eu concordo. — Oferece a mão a ela, se levantando da mesa. Ela aceita e ele a guia para ficar de frente para o painel. Liga, deixando que vejam a imagem da Terra por cima. Estavam por sobre a costa. Lívia segura a respiração. — Foi difícil pra mim, também. Não conseguia entender. Eu tinha as provas nas minhas mãos e mesmo assim foi complicado.Lívia estava apertando a mão de Henrique com força, fosse por reflexo ou pelo deslumbre da imagem da Terra que admirava, Henrique não se importava e só queria curtir aquele momento.&m
Cinco anos fora de casa e Henrique ainda não tinha se acostumado com as espécies não-humanóides.Sua nave principal e a principal equipe era composta por humanóides, a maioria era de descendentes distantes de Hastraleonis e outros planetas da liga interplanetária. Eram de todos os tipos, de aparências como os terráqueos, em bege e tons de marrom, até laranjas, verdes, roxos, avermelhados, azuis…Nas outras naves da frota, não-humanóides eram mais comuns. Haviam vários com exoesqueleto, altos e esguios, peludos tipo ursos e várias outras espécies que ele não conseguia listar. Os mais comuns depois dos humanóides eram os gelatinosos e Henrique tivera vários ciclos de pesadelo depois que conheceu o primeiro deles.Até hoje, ele não sabia muito bem como se comportar na frente de um.Era a primeira vez que ele pisava na sal
A confraternização na sala de controle estava começando a ficar entediante e a maioria dos convidados já tinha se retirado quando Henrique achou educado se retirar para descansar.— Quer sair daqui? — Perguntou para Lívia, em seu ouvido.Ela tinha um sorriso simpático no rosto enquanto conversava com a filha mais nova de Durquato. Seu sorriso tremeu e Henrique observou-a se arrepiar com sua pergunta inocente. Agora, ao vê-la reagir, não tinha sobrado muita inocência para contar a história, não.— Adoraria — respondeu, de volta.Começaram, então, a se despedir dos participantes restantes e conseguiram sair pela porta lateral em um período tão curto que Henrique achou que era um recorde imperial.Lívia suspirou com alívio quando a porta da sala de controle se fechou atrás dela. Ainda estavam rodeados de g
Henrique não queria ter tempo de pensar e, embora sua mente estivesse em um turbilhão com a confraternização, com tudo o que tinha ouvido aquela noite e com a própria Lívia se apresentando como imperatriz, seu coração estava quase escapando de seu peito quando ele empurrou tudo aquilo para longe e só conseguiu ver os lábios avermelhados de Lívia à sua frente.Curvou-se sua boca na dela de forma gentil, ainda em dúvidas se era isso que ela queria. Sentiu quando ela murmurou em concordância ao seu gesto e suas mãos tocaram-lhe cada uma em um ombro, deslizando até se unirem em um abraço atrás de seu pescoço. O arrepio de seu abraço com a aproximação inevitável do corpo da mulher fez com que ele despertasse do transe que havia se posto ao sentir sua boca na dela. Suas mãos saíram da inércia e procurara
— O que foi? — Henrique acordou no susto, se sentando na cama com um puloLívia tinha suas mãos em seus ombros e a preocupação se desmanchou em um sorriso ao recordar-se de como haviam chegado ali. Ambos ainda estavam vestindo a roupa da noite anterior, tinham conversado por metade da madrugada até que Lívia adormeceu, cansada. Henrique ainda a admirou pelo que considerou ser horas antes do cansaço o derrubar e finalmente adormecer. Foi despertado aos saculejos por uma Lívia assustada que não estava sorrindo de volta para ele.Toc. Toc. Toc.O barulho chamou a atenção de Henrique para a porta e sentiu-se prendendo a respiração enquanto Lívia arregalava ainda mais os seus olhos, como se dissesse “E agora?”.— Senhorita, desculpe incomodar — Henrique reconheceu a voz de Marco através da porta e entreolhou-se com L&iacu
A vila estava vazia, mas Lívia olhava tudo com atenção. A maioria dos destroços tinha sido removida e quase não haviam mais casas — porém, não era um cenário de morte e dava para perceber que estavam aproveitando os recursos das moradias porque havia um rastro de rodas seguindo em direção ao centro de treinamento.— À princípio, todos com mais de 35 anos vão permanecer nos centros de treinamento. Os mais jovens estão construindo casas para morarem nos arredores dos CTs. — Henrique explicou, enquanto caminhavam como na noite anterior, os braços entrelaçados. — Ainda estamos estruturando como será, mas todas as famílias jovens estão construindo casas. Olhe — Henrique apontou a frente, onde já poderiam ver as construções.Quando adentraram no espaço descampado ao redor do CT — e
— Esse é diferente, Imperador — O oficial Jonaquia avisou.Quando foi avisado de que o próximo líder era diferente, embora tivesse estranhado o aviso, achou que se daria de uma espécie que ele não conhecia ainda. Pensou em disfarçar seu temor e sua curiosidade encarando alguns papéis na mesa e, ao levantar o olhar e perceber que seu novo acompanhante era um humanóide, não pode deixar de fazer uma careta confusa.— Imperador — o homem se curvou.Tinha a pele em tons de bege alaranjado e os olhos eram de um verde claro límpido. Os cabelos e os pelos do rosto eram loucos com leve encaracolado e era uma boa cabeça mais alta que ele. Henrique não fazia ideia de qual planeta vinha porque Jonaquia o tinha ajudado muito dizendo que era “diferente”.— Bem vindo — Henrique arriscou dizer. — Posso saber qual seu anseio ao Imp&eacu