— Ousa repetir?!Sofia levantou o braço bem alto, pronta para me bater, mas foi interrompida pelo chamado de Bruno à distância.— Mãe, eu e a Ana tivemos algumas desavenças recentemente, mas vou conversar com ela.— Estou atrapalhando sua ligação? Já vou sair, não quero incomodar vocês dois.Ela não esperava que Bruno estivesse prestando atenção em nossa conversa, e mudou imediatamente de atitude.Embora o golpe não tivesse acertado meu rosto, Sofia conseguiu me acertar a cabeça, e ultimamente parecia que minha cabeça estava sempre na linha de fogo.— Filipe também está lá fora! Eu dei a ele um terreno, assim, estamos quites. Você sabe o que isso significa. — Sofia sussurrou, pressionando a voz enquanto me alertava.Eu abaixei os olhos e gesticulei para que ela fosse embora.Senti saudades do meu pai.De repente, senti mãos grandes em minha cintura, e fui puxada para os braços de Bruno.Comparado à atitude fria de minha mãe, o abraço de Bruno era aconchegante. Devia admitir que, por um
Primeiro, elevei suas expectativas, depois as reduzi; assim, havia uma grande chance de que ele aceitasse meu pedido.E, de fato, sua voz saiu fria e distante:— Mesmo que você me implore, não vou te tocar de novo.Sorri de forma vitoriosa, mas não senti tanta satisfação assim por dentro, e deixei meus lábios se curvarem levemente, esperando que ele realmente se lembrasse de suas palavras.Não era nada mais do que levar Gisele para a escola, então assenti:— Fechado.Concordei prontamente, e Bruno virou a cabeça para me olhar, franzindo ligeiramente a testa.— Você precisa arranjar uma maneira de explicar a ela que a transferência de escola é para o bem dela.— Certo.— Ela ainda suspeita que estamos brigando. Diga a ela que não estamos.— Certo.Ele fez uma pausa, complicando ainda mais as coisas para mim.— Ela é muito sensível. Você precisa se expressar de forma natural, sem a deixar suspeitar de nada!Sorri, sem sentir emoção nenhum. Bruno realmente não me viu como uma pessoa viva!
Eu deveria agradecê-las, pois foram elas que me fizeram ter, mais uma vez, uma compreensão clara do meu casamento. Aquilo que eu possuía, algo que muitos invejavam, era algo que eu realmente não desejava.Por mais que eu tentasse explicar, elas não acreditavam em uma palavra do que eu dizia, mantendo sempre uma certa distância de mim.Olhei para elas e decidi abandonar a ideia de tentar me comunicar, então perguntei:— Querem que eu as apresente? Embora fosse uma pergunta, a afirmação estava implícita.Essa era uma oportunidade rara para elas, e eu sabia que não iriam recusá-la. Esperava que elas pudessem se tornar amigas de Bruno, ou quem sabia até mais do que isso.Não me importava quem acabasse se tornando a Sra. Henriques.Levei-as de volta para perto de Bruno e, em seguida, me retirei discretamente.Ver as expressões completamente fechadas de Bruno e Gisele foi algo que achei bastante interessante.Finalmente, sem ninguém me observando, voltei ao salão de festas e participei nova
Nem eu nem Gisele nos movemos, e Bruno franziu a testa, dizendo:— Vocês dois, se sentem atrás.Sua voz era fria.Pensei comigo mesma: ele quer ou não se reconciliar com Gisele? Que rude!Mas, afinal, como já havia concordado com suas condições ontem, para alcançar o consenso da separação e também por causa dos sete milhões de reais em dívidas, embora estivesse irritada, não me atrevi a dizer nada.Graças aos meus esforços para melhorar nosso relacionamento, minha relação com Gisele havia se suavizado bastante. Assim que ela entrou no carro, grudou em mim como costumava fazer.Talvez por causa da briga com Bruno, ela parecia ter uma grande necessidade de desabafar, e seu pequeno corpo parecia carregar muitas preocupações.Ela parecia estar cheia de sentimentos, e não sabia se estava falando para mim ou se queria que Bruno ouvisse.— No passado, meu irmão me mimava muito, mas agora sinto que ele mudou.Vi as orelhas de Bruno se mexerem.— As pessoas sempre mudam. Seu irmão está amadurec
Eu já havia suportado esta conversa ao máximo hoje. De qualquer forma, a missão estava concluída, e era hora de pôr fim a esse diálogo sem sentido:— Não se preocupe, eu já falei com seu irmão para...— Ana Oliveira! — Bruno me interrompeu abruptamente.— Falou o quê? — Gisele perguntou.— Está quase na hora. — Ele disse de repente!Gisele, ao perceber que ele estava com uma expressão ruim, não insistiu mais. Ela disse suavemente:— Então, pare o carro na frente da escola. Vamos entrar caminhando, quero dar uma olhada na minha nova escola.Na verdade, os carros da família Henriques tinham acesso livre ao campus, mas já que ela queria caminhar, nós poderíamos acompanhá-la. Afinal, todo esse teatro de hoje foi encenado para ela.Bruno saiu do carro e, com toda a elegância, abriu a porta para Gisele. Ela saiu sorrindo e se jogou nos braços de Bruno, parecendo selar a reconciliação.Pensei comigo mesma: "Ótimo, que vocês vivam bem juntos. Eu também vou começar minha vida de separada, o que
Não estava acostumada a dirigir este carro. Era muito grande. Pelo menos, todo mundo na rua, conhecendo ou não o emblema, percebia que o carro da família Henriques era muito caro. Pisei fundo no acelerador, e os outros carros começaram a abrir caminho para mim enquanto eu dirigia, concentrada.— Gisele, você não pode continuar se machucando. Seu sangue é raro e precioso; precisa cuidar melhor do seu corpo. Não é a primeira vez que te digo isso. — O rosto sério de Bruno estava tenso.Embora ele parecesse ser alguém de poucas emoções, com Gisele, sempre demonstrava paciência e favoritismo.Gisele sorriu levemente.— Eu prometi que cuidaria da Ana por você. Se ela se machucar, também ficarei triste.— O sangue dos outros é fácil de encontrar. Na cidade inteira, só há três pessoas com o Grupo sanguíneo Rh. Se algo acontecer com você, onde vou encontrar alguém? — Bruno respondeu.— Irmão, você tem os contatos dessas três pessoas, não tem? E conhece seus endereços. Irmão, não precisa se preo
O hospital estava cheio de gente. Ele era alto, bonito e tinha uma presença marcante. Mesmo coberto de sangue, sua aparência chamava a atenção de todos ao redor; era impossível passar despercebido.Eu sempre achei que Bruno me tratava com respeito. Sua cortesia era irrepreensível, especialmente na frente dos outros. Agora, sendo empurrada por meu próprio marido, era evidente que ele estava muito irritado.Os olhares curiosos se voltaram para mim, e eu me sentia como se estivesse sendo despida na frente de todos, completamente desprotegida.Sempre fui exigente quanto ao que era certo e errado. O mundo nem sempre era tão preto no branco, mas o mal-entendido nos olhos de Bruno era dolorosamente evidente.Se o mundo inteiro me acusasse, o equívoco dele era o que mais me feriria.Eu o encarei nos olhos, agarrando a manga de sua camisa, e tentei explicar com sinceridade, esperando que ele sentisse a verdade em minhas palavras.— Bruno, não foi culpa minha. Tudo aconteceu de repente, eu não p
Ele balançou a cabeça, parecendo desapontado comigo, e foi embora. Levantei-me do chão e gritei para as suas costas: — Vou procurar a polícia para esclarecer a situação e provar que não conheço aquele homem. Quando isso acontecer, quero que você me peça desculpas! Ele parou e olhou para trás. — Você sabe muito bem o que é certo e errado. Vou acusar aquele homem de tentativa de homicídio, e quero que você veja com seus próprios olhos como sua manipulação vai arruinar a vida de alguém. Quero que alguém pague por você, que confesse a culpa por seus atos. Quero vingar Gisele. — Bruno parecia ter se acalmado, e até sua voz soou mais tranquila. — Ana, sua carreira está apenas começando, mas já está manchada por uma vida perdida. Você ainda consegue continuar como advogada em paz? — Bruno parecia um mago imponente, e suas palavras eram como um feitiço; todo o meu sangue pareceu congelar nesse instante. Ele disse calmamente: — Aguarde. Eu não podia aceitar ser acusada injustament