Capítulo 246
— Ana Oliveira!

O grito de Bruno era contido e calmo, como se ele estivesse chamando alguém sem importância. No entanto, havia uma desesperança sutil, como um eco sombrio de um pesadelo.

A mão que estava sobre meu ombro apertou levemente, e o corpo de Rui tremeu um pouco. Ele murmurou baixinho, pedindo minha opinião:

— Ana, não olha para trás, tá bom? Vamos comer algo gostoso.

Olhar para trás?

Para onde eu poderia voltar?

Depois de todos esses anos de enredo com Bruno, o que restou além de lembranças ilusórias? Não havia mais nada para onde retornar. Levantei o olhar para o vazio à minha frente e soltei um sorriso de desdém.

— Você tem dinheiro no bolso? — Perguntei, resignada.

Atrás de mim, Bruno chamou meu nome mais uma vez, mas dessa vez fui eu quem se afastou primeiro, deixando-o observar minha partida decidida.

Havia muitas pessoas na entrada da emissora, e o chamado de Bruno já havia atraído alguns olhares curiosos. Alguns, inclusive, sacaram seus celulares para gravar o momen
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